Terror: Esse texto é foi elaborado como resposta a uma Caixa de Segredos. Nela, a pessoa relata ter grande medo e ansiedade frente a praticamente todas as pessoas, sejam de seu convívio ou não. Sente-se refém desse medo, que o impede de fazer várias coisas, e o faz agir sempre pensando em fugir do contato de pessoas.
Espero que este texto elucide um pouco sobre o que você está passando, te muna de informações e te motive a melhorar.
Existe timidez em todas as pessoas, o grau de timidez varia de acordo com a pessoa e da situação, mas a tendência normal é que vá diminuindo conforme nos habituamos à nova situação.
Contudo, algumas pessoas vivenciam a timidez de forma forte e crônica. A essa condição chamamos de Transtorno de Ansiedade Social, Socio Fobia ou Fobia Social.
Enquanto a média mundial é de 7%, no Brasil estima-se que 13% da população (cerca de 26 milhões de brasileiros) sofrem, em algum grau, com esse problema. Trata-se de um dos transtornos ansiosos mais comuns.
Existe, contudo, a possibilidade destes números serem ainda maiores. Pois trata-se de um sofrimento profundo, silencioso, e extremamente difícil de ser expressado . Isso dificulta muito buscar ajuda, devido à própria natureza da fobia: estar e conviver com pessoas.
Timidez ou Fobia Social?
Tanto a timidez quanto a Fobia Social terão sinais distintos de acordo com cada pessoa.
O que irá delimitar a timidez da efetiva fobia social é o quanto essa condição interfere na realização de tarefas cotidianas, o quanto limita a pessoa no agir e viver de forma satisfatória e com qualidade.
Para dar um exemplo: posso me sentir tímida quando sou apresentada a pessoas novas, quando entro em um local novo com pessoas que não conheço, ou quando vou falar em público.
Poderei sentir meu coração disparar, pensar brevemente em fugir da situação, suar frio, ficar desconfortável, sentir medo de julgamentos.
Ser for capaz de suportar isso e, momentos depois, sentir esse sintomas amenizarem, estou dentro de uma “normalidade”.
Apesar de desagradável, essas reações ansiosas e de medo, são uma função evolutiva importante para a sobrevivência humana em sociedade.
Afinal, total desinibição frente a estranhos não seria a conduta mais adequada quando a espécie humana vivia em tribos. Se deparar com pessoas estranhas, poderia significar estar frente a um inimigo ou uma tribo pouco amistosa.
Automaticamente nosso cérebro entra em “alerta”. O que nos faz pensar em fugir ou ao menos conter nosso comportamento até nos sentirmos seguros.
Sintomas
Os sintomas físicos podem variar, e entre os principais estão:
- Rubor (a pessoa fica corada, com o rosto vermelho)
- Tremor
- Náuseas
- Desejo urgente de urinar
- Palpitações
- Sudorese
Entre as manifestações psicológicas estão:
- Medo de se expor e não se sair bem nas situações sociais
- Medo da observação das pessoas sobre si (esses medos muitas vezes se manifestam por pensamentos que criam cenários onde a pessoa é mal avaliada pelos outros ou humilhada. Mesmo que não haja ninguém a observando)
Quando a fobia social se manifesta de forma mais “leve”, a pessoa é tomada pela ansiedade excessiva ao desempenhar tarefas específicas frente a outras pessoas. Como comer em um restaurante ou fazer uma entrevista de emprego.
Em casos mais graves e generalizados, a pessoa evita mais e mais situações sociais. Nos casos mais graves, pode levar a um isolamento angustiante.
Dinâmica Psicológica
Psicologicamente (falando de uma perspectiva psicodinâmica embasada na psicanálise), existem alguns denominadores comuns na forma como a pessoa com fobia social vivencia a vida.
Existe uma distorção que impede a pessoa a perceber o outro e se relacionar com este de forma realista. Juntamente com dificuldade de perceber o que vem do outro e o que vem de si, onde a tendência é depositar excessiva importância à opinião externa e não entrar em contato com os próprios sentimentos e percepções.
Essas características podem fazer com que a pessoa com fobia social, viva situações sociais sempre permeadas por fantasias que acabam por refletir os medos da própria pessoa.
Causas
Como a maioria dos transtornos que afetam a saúde mental, a fobia social envolve a interação complexa de vários fatores, alguns deles são:
Ambiental: É o principal fator associado à fobia social. Pessoas que sofreram experiências negativas na infância, como bullying, rejeição, humilhações, vivenciaram fortes conflitos familiares ou foram vítimas de abusos, tem maiores chances de desenvolver este transtorno.
Também é importante lembrar que, o que é traumático psicologicamente é muito subjetivo e irá depender de outros fatores na história da construção da personalidade da pessoa.
Hereditário: embora a ciência não consiga estabelecer uma relação genética direta para a ocorrência de transtornos ansiosos. Sabe-se que ocorrem com maior frequência na mesma família.
Biológico: no cérebro, existe uma estrutura chamada amigdala, que atua no controle das emoções humanas. Sabe-se que pessoas que tem essa estrutura mais ativa podem apresentar maior ansiedade, medo e insegurança.
Tratamentos
O tratamento para fobia social constitui de múltiplas abordagens. Os melhores resultados foram encontrados quando se combinou a terapia psicológica com a medicamentosa. E quanto antes se inicia o tratamento, melhor o prognóstico de melhora.
O tratamento medicamentoso precisa ser prescrito por um psiquiatra. Ele pode prescrever antidepressivos ou tranquilizantes para diminuir o excesso de reatividade emocional e ansiedade.
Apesar da pessoa com fobia social não ter necessariamente depressão (embora possa ser algo desenvolvido secundariamente devido ao isolamento e dificuldades ao longo da vida), o desequilíbrio neuroquímico é semelhante.
O medicamento atua nos sintomas, mas não é o suficiente para atuar na causa do problema ou para aprender novas formas de lidar com o mundo.
A psicoterapia individual e em grupo mostrou ter bons resultados nas fobias sociais. Principalmente nas abordagens Psicodinâmica e TCC.
O papel da psicoterapia é investigar e entender junto a pessoa, sua dinâmica interna. A partir disso aumentando seu autoconhecimento, para criar estratégias para lidar e enfrentar as situações fóbicas.
A forma como isso vai acontecer na psicoterapia varia da abordagem e se a psicoterapia será individual ou grupal. Não há uma melhor que a outra, há aquela na qual a pessoa se adapta melhor.
Acho que tenho Fobia Social, e agora?
O primeiro passo para lidar com isso é aceitar que existe um problema. Se você está lendo este texto e se identificando, você já está nesse caminho.
A depender o grau de fobia social, a dificuldade de buscar ajuda profissional pode ser muito grande.
Por isso, qualquer que seja o meio de ajuda que você conseguir buscar já será significativo. Aumentando sua capacidade de agir no mundo e assim buscar os profissionais mais adequados.
Havendo uma pessoa de confiança, que não ative as reações de ansiedade e medo, você pode conversar com ela e pedir ajuda para ir a um profissional.
Caso sair de casa seja um problema, é possível buscar atendimento psicológico via internet ou home care (onde o psicólogo vai até sua casa).
O importante é buscar ajuda o quanto antes, e lembrar que os pequenos passos vão fazer muita diferença.
Uma resposta
Tenho 37 anos e fobia social desde sempre,abandonei a escola há 20 anos sem conseguir sequer completar o ensino médio
Já fiz mais de 10 anos de terapias diversas(inclusive tcc),psiquiatras,medicamentos,hipnose,florais,entre muitos outros métodos alternativos e nada disso me ajudou
Acabarei cometendo suicídio e não queria recorrer a meios violentos,como pular do alto de um prédio,e gostaria que liberassem a eutanásia
Já que nenhum tratamento funciona comigo queria ao menos a chance de poder morrer com dignidade,minha mãe já está de acordo com a minha decisão até porque ela já sofreu muito de ter que conviver com um fracassado
Peço encarecidamente que a classe médica lute pela liberação da eutanásia pra quem quiser porque viver assim é torturante,só queria poder ser independente financeiramente mas como eu não consigo viver em sociedade,nem estudar e nem trabalhar e não quero continuar sendo um fardo pra família carregar só queria o direito de morrer