Adaptação Escolar, a hora que nossos filhos precisam ir para escola.
Adaptação Escolar. Duas palavrinhas que soam aos nossos ouvidos, mães e pais, como aterrorizadoras.
Qual é o melhor momento? Qual o melhor método?
Existe uma fórmula secreta para a adaptação escolar se dar de uma maneira feliz, rápida (oi?) e eficaz?
No mundo da maternidade não existem regras claras e receitas infalíveis.
É sempre necessário entender o contexto, a dinâmica familiar e, principalmente, olhar para a criança e para a sua família com olhares individuais.
Se eu pudesse dar uma única dica, seria essa: respeitar o tempo da criança e dos pais. Mas nem sempre é assim.
No Brasil, temos uma licença maternidade muito pequena.
A grande maioria das mães precisam retornar ao trabalho quando seus bebês ainda são muito novos, por volta dos 6 meses de idade. Sim, muito cedo!
São poucas as mães que podem escolher quando voltar ao trabalho e iniciar a adaptação escolar de seus filhos. E isso dificulta muito!
Num mundo ideal, e ele existe (em países mais desenvolvidos e que entendem a infância como um momento sagrado da vida de um ser humano) as mães (e também os pais!) podem escolher quando esse momento finalmente chegou.
Mas e aqui… como devemos fazer a adaptação escolar dos nossos filhos?
É chegada a hora, seja por escolha ou por necessidade, de nos separarmos dos pequenos.
Devemos tentar da forma mais gradativa e respeitosa possível a transição, do espaço privado, casa, para o espaço coletivo, escola, creche, escolas parentais (quando um grupo de pais assumem, em rodízio, os cuidados de um certo grupo de crianças).
É preciso escolher (quando podemos) uma escola que fale a mesma língua que nós.
Que entenda e olhe para as nossas crianças com um olhar individualizado. Que olhe para aquela dupla (mãe ou pai e filhos) com esse mesmo olhar. E que tenha um diálogo aberto com os pais.
No meu entendimento, são as pessoas do espaço que devem ter o trabalho, ou disposição, principalmente com crianças que demandam mais, de serem acolhedoras e se mostrarem confiáveis e carinhosas.
Elas é que deveriam ser capazes de criar um vínculo de confiança com a criança, e não o contrário.
Não é a criança que tem que se acostumar a ficar longe de casa e da sua família.
A criança tem que ser cativada e conquistada, ao ponto de se sentir tão segura, que encare como uma coisa boa o fato de ter que dar ‘tchau’ para a mãe, e ficar longe dela.
Deve ter condições de entender o espaço e as atividades oferecidas pela escola como uma experiência gostosa e prazerosa.
E quando é o caso de uma adaptação escolar mais difícil, a escola deve abrir para o responsável ficar mais tempo junto com a criança, no ambiente escolar, até que ela vá se sentindo segura de ficar sozinha, sem a companhia dos pais ou responsáveis.
Sei que dessa forma é mais trabalhoso, mais demorado, demanda mais tempo e disposição dos pais e da escola, mas é proporcionalmente mais respeitoso.
E vai garantir que seja mais suave e feliz a adaptação escolar, e aos espaços públicos e coletivos.
Porque no fim, é isso o que queremos para os nossos filhos (e as crianças em geral): que sejam felizes e que cresçam preparadas para estarem na vida e no mundo, plenas e confiantes.