A palavra “superação” provém do latim “superatio”, do verbo “superare”, que significa “ir além”, “exceder” ou “vencer”. No âmbito linguístico, a palavra carrega uma forte conotação de vencer obstáculos ou dificuldades, excedendo limites previamente estabelecidos. Ela implica uma ação que vai além do ordinário, destacando um processo de melhoria, progresso ou transformação diante dos desafios.
A vida é uma jornada, um emaranhado complexo de experiências, emoções, sucessos e fracassos, altos e baixos.
Cada um de nós possui uma jornada única, um caminho que percorremos que é como nenhum outro. As vidas que levamos são tão variadas quanto nós mesmos, repletas de sonhos, desafios e superações pessoais.
No âmago da experiência humana está o processo de se tornar. Quer estejamos cientes disso ou não, estamos sempre em movimento, sempre nos transformando.
Considere qualquer pessoa que você admira, seja ela um líder influente, um profissional de sucesso ou uma personalidade de destaque na TV ou nas redes sociais. Eles não nasceram prontos. Eles se tornaram quem são hoje por meio de um processo de crescimento e transformação.
No entanto, muitas vezes esquecemos que esses indivíduos, assim como todos nós, começaram de algum lugar.
O chefe não nasceu chefe. O dono não veio ao mundo sendo dono. O líder já foi um novato. O professor um dia foi aluno. A pessoa famosa já foi uma desconhecida. E o profissional, antes era amador. Quem sabe, não nasceu sabendo. Quem faz, não nasceu fazendo.
Este é um lembrete crucial de que todos nós começamos de algum lugar.
E não apenas começamos de algum lugar, mas também temos que continuar, mesmo quando é difícil.
Temos que cometer erros, aprender com eles e nos levantar após uma queda. E acima de tudo, temos que persistir. Porque é na persistência que reside a verdadeira superação.
Em nossa sociedade atual, marcada pela glorificação da ocupação e pelo esgotamento, a noção de persistência pode ser mal interpretada. Não se trata de continuar a todo custo, mas de continuar com consciência e cuidado próprio. Em meio à nossa luta e crescimento, também devemos prestar atenção ao nosso bem-estar físico e mental, evitando o burnout e a exaustão.
A superação e a transformação não são apenas esforços individuais, mas coletivos.
Vivemos em um mundo diversificado, onde cada um de nós se move a um ritmo diferente, influenciado por circunstâncias únicas.
A igualdade de oportunidades deve caminhar lado a lado com a equidade.
Cabe a nós questionarmos diariamente como podemos contribuir para um mundo mais justo e equitativo.
Em um mundo onde a sociedade do cansaço e a meritocracia frequentemente ditam nosso ritmo e valor, precisamos nos lembrar de que nosso valor não se baseia no que fazemos, mas em quem somos em como estamos. Temos que rejeitar o capacitismo, que marginaliza aqueles que não se encaixam em um molde específico, e em vez disso, devemos promover a inclusão e a diversidade.
Isso começa ao reconhecer que todos nós enfrentamos desafios, seja na forma de problemas sociais ou de saúde mental, como depressão e ansiedade. Cada um desses desafios é uma parte de nossa jornada, e é através deles que aprendemos, crescemos e superamos.
Então, de onde você começa? Quais são suas oportunidades? Seja qual for a sua resposta, lembre-se: sua jornada é válida. Sua luta é importante. E você é mais do que capaz de superar.
Concluímos que, a cada dia, à medida que avançamos e nos transformamos, estamos fazendo mais do que apenas viver nossas vidas.
Estamos contribuindo para a tapeçaria complexa e bela que é a experiência humana. Estamos mostrando que superação é possível. E estamos lembrando a nós mesmos e aos outros de que, não importa onde comecemos, todos temos a capacidade de crescer, mudar e superar.
É aqui que entra a importância da terapia, do apoio emocional e dos cuidados com a saúde mental. Em meio às lutas e superações, é vital que cuidemos de nós mesmos e busquemos ajuda quando necessário. Afinal, a superação não é apenas sobre resistência, é também sobre resiliência.
Portanto, conforme continuamos em nossas respectivas jornadas, lembremo-nos de cuidar de nós mesmos e uns dos outros.
Lembremos que somos mais do que nossos desafios e que a superação é mais do que apenas sobreviver – é também sobre prosperar. E acima de tudo, lembremos que cada um de nós tem um papel a desempenhar na criação de um mundo mais justo, mais equitativo e mais compreensivo.
Então, como cultivar essa resiliência? Como podemos continuar e transformar-nos em meio a uma sociedade do cansaço, onde o esgotamento, a depressão e a ansiedade estão em alta?
Para começar, precisamos reconhecer a realidade desses desafios.
Não podemos superar o que não reconhecemos.
A aceitação é a base da superação.
O esgotamento, a depressão, a ansiedade – essas não são falhas pessoais, mas respostas humanas a uma sociedade que muitas vezes valoriza a produtividade em detrimento da saúde e do bem-estar. Reconhecer isso é o primeiro passo para a superação.
Em seguida, é essencial que busquemos ajuda quando necessário.
Não há vergonha em procurar apoio, seja ele de um terapeuta, conselheiro, mentor ou amigo confiável.
A jornada para a superação não é uma que devemos – ou possamos – percorrer sozinhos. Você não é uma ilha. Se você quer ter energia elétrica, vc já está “junto” com alguém.
Além disso, é crucial praticar a autocompaixão. Na sociedade do cansaço, somos constantemente bombardeados com mensagens que nos dizem para fazer mais, ser mais, alcançar mais. Mas, na verdade, somos humanos. Não somos máquinas. Precisamos de descanso, autocuidado e gentileza consigo mesmo.
Por fim, devemos lembrar que superação não é um destino, mas uma jornada. Não existe um “lá” onde tudo será perfeito. A superação é um processo contínuo, uma constante adaptação e aprendizado. É uma dança delicada de dar um passo de cada vez, aceitar onde estamos e aspirar aonde queremos chegar.
No entanto, enquanto nos esforçamos para superar nossos próprios desafios, não devemos esquecer nosso papel na superação coletiva. Afinal, vivemos em uma sociedade interconectada. Nossas ações – e inações – têm efeitos em cascata.
Portanto, cabe a nós questionar diariamente como podemos contribuir para um mundo mais justo e equitativo. Como nossa luta pode ser não só pela superação individual, mas coletiva? Como podemos criar um ambiente onde todos possam se mover, crescer, transformar e superar?
Essas questões são particularmente pertinentes no mundo do empreendedorismo.
Como donos de negócios, líderes e profissionais, temos uma responsabilidade única de cultivar ambientes de trabalho que promovam a saúde mental, a equidade e a inclusão. Isso significa questionar e desafiar a meritocracia, que muitas vezes ignora as circunstâncias únicas e os obstáculos que cada um enfrenta. Significa criar sistemas de apoio para aqueles que enfrentam o esgotamento e a exaustão.
Significa rejeitar o capacitismo e valorizar a diversidade de habilidades e experiências.
No final das contas, a superação é um esforço coletivo. Todos temos um papel a desempenhar. E, juntos, podemos criar um mundo onde todos têm a chance de se mover, se transformar e superar, independentemente de sua origem ou circunstâncias.
Então, vamos continuar. Vamos persistir. Vamos superar – não só por nós mesmos, mas por todos nós. Porque cada passo que damos, cada desafio que superamos, cada transformação que vivenciamos, é um testemunho do potencial humano de superar. E esse, por si só, é um motivo para a esperança.
É natural que, ao trazer à tona estas reflexões, alguns questionamentos possam surgir. Como equilibrar a necessidade de progresso e crescimento com a necessidade de autocuidado? Como rejeitar a meritocracia sem desencorajar o esforço pessoal e a superação? Estas são perguntas válidas e desafiantes, e é exatamente por isso que precisamos encará-las.
Em primeiro lugar, é importante enfatizar que rejeitar a meritocracia não significa rejeitar a ideia de que o trabalho duro e o esforço pessoal são importantes.
Ao contrário, o que queremos é redefinir o que consideramos “trabalho duro” e “esforço pessoal”. Devemos reconhecer que o trabalho duro não se limita à produtividade visível e tangível, mas também inclui o trabalho emocional e psicológico de cuidar de nós mesmos e dos outros. O esforço pessoal não é apenas sobre o quanto podemos alcançar, mas também sobre como podemos contribuir para a superação coletiva.
Neste sentido, o autocuidado e o bem-estar emocional não são opostos ao progresso e crescimento, mas parte integral deles.
Afinal, como podemos nos mover, crescer e superar se estivermos esgotados, deprimidos ou ansiosos?
Devemos rejeitar a falsa dicotomia entre cuidado pessoal e realização, e em vez disso, abraçar a ideia de que ambos são necessários para uma vida plena e significativa.
Mas como podemos fazer isso, especialmente em um mundo que valoriza tanto a produtividade e o sucesso visível?
Aqui, a psicologia oferece várias estratégias úteis.
Em primeiro lugar, a psicoterapia pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar a navegar por esses desafios.
Psicólogos, como nós, podemos ajudar a fornecer estratégias para gerenciar o estresse, lidar com a depressão e a ansiedade, e trabalhar para superar obstáculos pessoais. Além disso, a terapia pode ser um espaço seguro para explorar questões de identidade, propósito e valor, todos os quais são fundamentais para a superação e a transformação pessoal.
Além disso, existem inúmeras práticas de autocuidado que podem promover a saúde mental e física. Isso pode incluir práticas de mindfulness, exercício físico regular, sono adequado, nutrição saudável, conexão social e tempo para hobbies e atividades que trazem alegria, além, claro de tentar sobreviver em um mundo que precisamos ganhar dinheiro.
E, talvez o mais importante, todos nós podemos nos esforçar para cultivar uma mentalidade de crescimento.
Esta é a crença de que nossas habilidades e talentos podem ser desenvolvidos por meio do esforço, do ensino e da persistência. Com uma mentalidade de crescimento, vemos desafios e falhas não como sinais de incapacidade, mas como oportunidades para aprender e melhorar.
Afinal, a superação é um processo multifacetado que envolve tanto a mudança pessoal quanto a mudança social – falamos disso tanto nos nossos posts.
Todos nós temos um papel a desempenhar nesta jornada, seja como indivíduos em busca de nossa própria superação, ou como membros de uma sociedade buscando a superação coletiva. E, embora a jornada possa ser desafiadora, também é profundamente recompensadora.
Lembre-se, o chefe não nasceu chefe. O dono não veio ao mundo sendo dono. O líder já foi um novato. O professor um dia foi aluno. A pessoa famosa já foi uma desconhecida. E o profissional, antes era amador. Quem sabe, não nasceu sabendo. Quem faz, não nasceu fazendo. Todo mundo começa de algum lugar. E precisa continuar, mesmo quando é difícil. Cometer erros, aprender, se levantar após uma queda. Comece, siga em frente, persista.
Você vai chegar lá se não desistir.
Espero que este texto ajude e motive você, e claro, deixe seu comentário. Nós adoramos saber o que você pensa.
Leitura Sugerida sobre superação
Sociedade do Cansaço – https://amzn.to/3rwpaN7