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Neurodiversidade e Ajustamento Social: Compreendendo Altas Habilidades, Autismo e TDAH na Adultez

Neurodiversidade é a palavra-chave deste artigo. É um termo que abraça a diversidade da mente humana, o espectro, que é uma gama contínua de diferentes estados, condições, ou graus, onde as variáveis podem se mover de um extremo a outro sem interrupções claras e que é infinito nas nossas diferenças neurológicas – que refere-se a qualquer coisa relacionada ao sistema nervoso, incluindo o cérebro, a medula espinhal e os nervos.

É o reconhecimento de que todas as variações de funcionamento neurobiológico são valiosas e que cada indivíduo tem direito a ter suas diferenças neurológicas reconhecidas e respeitadas.

Ao longo deste texto, exploraremos a neurodiversidade em relação a altas habilidades, autismo e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), focando nos adultos que podem não ter sido diagnosticados na infância, mas que desenvolveram suas próprias ferramentas e habilidades para adaptar-se e prosperar na sociedade.

Como nos lembra o psicólogo e autor Daniel Goleman, “Os circuitos do cérebro humano são maleáveis, moldados pela experiência individual.

Isso é particularmente relevante quando consideramos indivíduos neurodiversos que, ao longo de suas vidas, desenvolvem ferramentas únicas para navegar em um mundo nem sempre preparado para suas habilidades e necessidades.

Comecemos explorando o conceito de altas habilidades. Embora muitas vezes associado à superdotação, também pode englobar uma ampla gama de habilidades e talentos excepcionais, desde acadêmicos até artísticos e sociais.

Adultos com altas habilidades que não foram diagnosticados na infância podem ter encontrado maneiras de adaptar essas habilidades à sua vida cotidiana, muitas vezes com grande sucesso.

No entanto, também podem enfrentar desafios emocionais e sociais, como a sensação de deslocamento ou a dificuldade em se relacionar com os outros.

Neurodiversidade: o que são altas habilidades?

“Altas habilidades” ou “superdotação” é um termo utilizado para descrever indivíduos que demonstram capacidades excepcionais em uma ou mais áreas, muito além do que é típico para sua idade.

Essas áreas podem incluir, mas não estão limitadas a, habilidades acadêmicas, criativas, artísticas, de liderança, ou atléticas.

Os indivíduos com altas habilidades podem exibir uma alta capacidade de aprendizado, um pensamento original e criativo, uma persistência incomum em atividades de seu interesse, ou uma capacidade superior de lidar com ideias abstratas.

Contudo, é importante compreender que a superdotação não é um traço isolado, mas sim uma constelação de características e habilidades.

Além disso, cada indivíduo superdotado é único, e a maneira como a superdotação se manifesta pode variar enormemente de uma pessoa para outra.

Embora a superdotação traga muitas vantagens, também pode apresentar desafios.

Muitos indivíduos superdotados experimentam desajustes ou dificuldades de integração em ambientes tradicionais de aprendizagem ou socialização, pois podem se sentir incompreendidos ou até mesmo alienados por causa de suas habilidades excepcionais.

Há um equívoco comum de que os indivíduos superdotados são automaticamente bem-sucedidos em todas as áreas da vida.

Na verdade, muitos enfrentam desafios significativos, que podem incluir altos níveis de sensibilidade emocional, dificuldades em formar relacionamentos com pares que não compartilham seus interesses ou capacidades, e lutas com a autodisciplina ou a organização – e aí que um diagnóstico ou uma definição depois de adulto começa a ficar sobreposta.

Além disso, a superdotação muitas vezes coexiste com outras condições, um fenômeno conhecido como “dupla excepcionalidade”.

Por exemplo, um indivíduo pode ser superdotado e também ter um transtorno de aprendizagem, TDAH, ou ser autista.

Esses indivíduos podem enfrentar desafios únicos, pois suas habilidades e deficiências podem mascarar umas às outras, tornando difícil para os pais, professores e profissionais de saúde mental identificar e atender suas necessidades.

Inclusive é por isso que em vários dos nossos textos aqui salientamos que as identificações são multidisciplinares, demoram, e raramente são feitas em uma sessão ou por meio do “olhómetro” clínico.

Neurosiversidade: Autismo

Autismo é um espectro que se caracteriza por diferenças na comunicação social e na interação social, além de padrões repetitivos e restritos de comportamento. Falamos de autismo aqui.

Muitos adultos autistas não diagnosticados desenvolveram mecanismos de enfrentamento e estratégias para se encaixar socialmente, às vezes ao custo de sua própria saúde mental.

Compreender sua neurodiversidade pode levar a uma maior autoaceitação e permitir a busca de apoio adequado.

TDAH Transtorno de Deficit de Atencao e Hiperatividade PsicoOnline Neurodiversidade

TDAH, por sua vez, é uma condição neurológica que afeta a atenção, a impulsividade e a atividade motora. Adultos com TDAH não diagnosticado podem ter lutado com a auto-regulação e a organização, mas também podem ter desenvolvido habilidades para gerir esses desafios, muitas vezes utilizando sua energia e criatividade de maneira única. Também falamos de TDAH aqui e aqui.

A inserção e a adaptação social para adultos neurodiversos não diagnosticados podem ser complexas.

Eles podem ter vivido sob constante pressão para “se encaixar”, o que pode levar a sentimentos de isolamento, ansiedade e baixa autoestima. No entanto, como menciona a pesquisadora e autora Temple Grandin: “Diferente, não menos”.

Reconhecer e aceitar a própria neurodiversidade pode ser um passo crucial para uma maior autoaceitação e bem-estar.

É importante ressaltar que a neurodiversidade não é uma “doença” a ser curada, mas sim uma variante normal e natural da diversidade humana.

Uma abordagem de patologia só serve para estigmatizar e isolar aqueles que são neurodiversos.

Em vez disso, devemos abraçar a neurodiversidade e trabalhar para criar uma sociedade mais inclusiva e acessível para todos.

A boa notícia é que é absolutamente possível viver uma vida plena e gratificante enquanto se é neurodiverso. A chave está em buscar a ajuda certa, trabalhar em um processo contínuo de autoconhecimento e autoaceitação, e criar estratégias de enfrentamento e adaptação que sejam autênticas e saudáveis.

Neste sentido, nós, profissionais capacitados, podemos ajudar no processo de identificar e trabalhar a neurodiversidade. A avaliação e a terapia são ferramentas valiosas para isso, mas elas não têm que ser abordadas de maneira apressada. Em vez disso, oferecemos um ambiente seguro e acolhedor, onde você pode explorar suas experiências e emoções à sua própria velocidade.

A neurodiversidade é uma viagem, não um destino. Nós o convidamos a embarcar nessa viagem conosco, para descobrir e celebrar a sua própria neurodiversidade. Agende suas avaliações e terapia conosco, e juntos, poderemos trabalhar para uma vida mais rica e plena.

Bibliografia complementar sobre Neurodiversidade

  1. Goleman, Daniel. “Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”. Editora Objetiva, 1995.
  2. Grandin, Temple. “Pensar em imagens e outras reportagens da minha vida com autismo”. Editora Record, 2006.
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