Pornografia Infantil, Pedofilia e Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes têm sido um assunto recorrente nas manchetes de todo o Brasil, quiçá no mundo.
Lá fora o ator Mark Salling, da série “Glee”, se declarou culpado em acusações de pornografia infantil segundo a revista “US Magazine” e acabou acordando em cumprir pena entre quatro e sete anos.
Um brasileiro pode pegar até 10 anos de prisão por pedofilia na Itália, segundo o Jornal Estado de São Paulo.[1] E um diretor famoso abusou de uma outra atriz lá no passado…
Por aqui são várias manchetes, também relatando casos de idosos abusadores, donos de estabelecimentos suspeitos, pais que deixam seu filho junto de um acusado de estupro de vulnerável em uma prisão…
Fora as discussões mais acirradas sobre o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e a performance com a criança e o homem nú e também a exposição no Santander Cultural – Queermuseu – que ainda dá lastro aos políticos e parlamentares discutirem.
É um bombardeio de informações na imprensa, chega a ser assustador.
É pedofilia, pedófilos, “incitação à pedofilia”, abuso sexual infantil, pornografia infantil, escândalos sexuais que, o menos puritano e o mais conservador ficam chocados.
Esses tópicos podem ser encontrados facilmente nos últimos 30 dias, em qualquer busca no Google.
Alguém já parou para se perguntar: o que está acontecendo? Já adianto que não temos a resposta.
Sabemos apenas que o volume de informações causa alarmismo e tira o foco de pesquisas sérias, que lutam contra o Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes e que a revolta da opinião pública pode trazer consequências desastrosas.
Você se lembra do Caso da Escola Base, sobre pedofilia?
Uma escola particular localizada em São Paulo que em março de 1994, teve seus proprietários (o casal Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada), a professora Paula Milhim Alvarenga e o seu esposo e motorista Maurício Monteiro de Alvarenga injustamente acusados pela imprensa de abuso sexual contra alguns alunos?
Lembra que em consequência da revolta da opinião pública, a escola foi obrigada a encerrar suas atividades logo em seguida e que alguns gigantes do meio de comunicação tiveram que pagar indenizações?
Lembra também que a vida desses indivíduos já estava arruinada e que eles não eram culpados?
O mesmo vale para as falsas denúncias [3] que tendem a crescer. As pessoas passam a ser ouvidas se falarem sobre isso. O assunto vende! Revolta. Causa desconforto. Chama à atenção!
Faz as pessoas preocuparem-se, mas também gera ruído.
Qualquer coisa se torna pedofilia. Muitas acusações criam pedófilos, quando até mesmo o termo está incorreto. Ah! É apologia a pedofilia! Será?
Vale lembrar: A pedofilia é uma doença classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que está entre os transtornos da preferência sexual. Pedófilos são pessoas adultas (homens e mulheres) que têm preferência sexual por crianças – meninas ou meninos – do mesmo sexo ou de sexo diferente, geralmente pré-púberes (que ainda não atingiram a puberdade) ou no início da puberdade, de acordo com a OMS.
Mas é necessário fazer uma diferenciação: não são, necessariamente, abusadores.
Abusador é uma coisa, pedófilo é outra.
O abusador faz o ato e não necessariamente está doente ou é um pedófilo. Muitas vezes é um indivíduo que se aproveita da situação e abusa de alguém vulnerável e mais fraco.
Tanto que a maior incidência de casos ocorrem nos braços da família e são cometidos por pessoas conhecidas ou parentes dos abusados e não por doentes que fazem isso frequentemente.
Entendam: esse abusador pode usar da sua força para abusar tanto de crianças, adolescentes, idosos, deficientes e mulheres – o abuso sim, é a violência.
O que incentiva isso? A sensação de impunidade gerada por um conjunto de fatores sociais.
Atenção: Violência sexual contra criança e adolescente é crime!
Atenção 2: VIOLÊNCIA SEXUAL é crime seja contra quem for.
VIOLÊNCIA é crime!
Apenas alertamos para que você leitor – seja moralista ou não, seja hipócrita ou não, seja favorável ou desfavorável a todo e qualquer tipo de assunto, questione-se.
Que antes de apontar o dedo tente minimamente buscar a verdade e o conhecimento.
Tente ver contexto. Tente ver se o que você está falando faz o bem ou causa o mal.
Aprenda a identificar a violência sexual infantil e veja o que é mito ou o que é verdade.
Se tiver dúvidas denuncie, procure por ajuda de especialistas.
Para denunciar por telefone: Ligue para o número 100, do Disque Denúncia Nacional, subordinado à Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. A ligação é gratuita e o serviço funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de defesa e responsabilização, num prazo de 24h.
Leia também: Abuso e exploração de menores, até quando?
Denúncias por e-mail: É possível também enviar uma mensagem para a Secretaria Especial dos Direitos Humanos no e-mail: disquedenuncia@sedh.gov.br.
A pornografia infantil pode ser denunciada no site da SaferNet.
Apenas tenha em mente que para você se tornar um bom samaritano precisa fazer o seu papel. Precisa respeitar o próximo e que para ser ouvido é preciso que ouça também.
[2]
[4] http://psico.online/blog/violencia-sexual-infantil-mitos-verdades/
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