Existem algumas (ou muitas) pessoas que acreditam que a homossexualidade é algo anti-natural. Pois bem, a seguir, apresentaremos 5 razões para derrubar esse conceito, ou pelo menos, pra fazerem você refletir.
1- Homossexualidade e a teoria da evolução natural
Acreditar que a espécie humana possa se extinguir com o tempo, caso a homossexualidade seja aceita de maneira natural é o mesmo que pensar que seremos “contaminados” e que assim não haverá mais a reprodução humana.
Em primeiro lugar, as espécies não prosperam ou morrem dependendo do que cada indivíduo faz. Um exemplo claro disso é encontrado em espécies de insetos que vivem em colônias.
Alguns indivíduos, que pertencem ao grupo dos trabalhadores, desempenham funções que são úteis para a sobrevivência do todo, entre outras coisas, porque eles são estéreis e não se preocupam em deixar descendência.
O que caracteriza a evolução e a seleção de espécies é que não há regras fixas que restringem ou facilitam certas características genéticas passarem para a próxima geração, mas dependem sim, de fenômenos grupais e do contexto ambiental de cada tempo.
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A existência de X percentual de homossexuais em uma população pode fazer isso aumentar ou diminuir, dependendo de como encaixamos isso na dinâmica social. A evolução sempre improvisa e está à frente das ideias pré-concebidas: o que um dia serviu para alcançar e agarrar os galhos, no futuro pode ser usado para segurar uma caneta.
O que distingue a seleção das espécies de um processo guiado por uma inteligência superior é que não existe uma finalidade e nem um plano para conseguí-la.
Em segundo lugar, não há nenhuma razão para pensar que a nossa felicidade está ligada a fazer todo o possível para transmitir nossos genes e certificar-se de que as pessoas ao nosso redor fazem o mesmo.
Em último lugar uma questão semântica. Supondo-se que a existência de homossexuais nos levaria ao desaparecimento em todo contexto possível, isso não seria quebrar nenhuma lei natural. Para a natureza será exatamente a mesma coisa se nos extinguirmos ou não.
2. A homossexualidade vai contra as leis do matrimônio
O matrimônio é um perfeito exemplo de construção social, não tem nada a ver com leis naturais. Por outro lado, a prova de que a homossexualidade se encaixa perfeitamente com o matrimônio é… bem, que os casamentos homossexuais existem.
Qualquer tentativa de vincular o conceito de casamento com a origem do termo, supõe cair numa falácia etimológica e logo saberemos que não nos diz nada sobre a biologia do ser humano.
3. A homossexualidade é uma doença
O mal que existe em defender essa ideia é que não há nada capaz de afirmar que podemos considerar homossexualidade uma doença.
Não há nenhum sinal de que os problemas que os homossexuais experimentam não se devam a discriminação por parte dos outros, o que significa que as diferenças entre a qualidade de vida de outros grupos de pessoas e este não tem causas biológicas identificáveis nos indivíduos.
4. Se a homossexualidade não é considerada doença, certamente é por pressões políticas
Estas afirmações remetem ao ponto anterior. E por outro lado, é bastante estranho considerar que a ciência se encarrega de desenterrar conhecimentos sobre o que é natural e as posturas ideológicas se dedicam a contaminar e enterrar o conhecimento com seu suposto caráter anti-natural.
Se alguém acredita que um movimento politizado entorpece o avanço da ciência, que argumente, ao invés de apelar para conceitos tão confusos.
5. Os homossexuais são uma minoria ideológica
Essa é outra maneira de estabelecer uma estranha categorização onde o anti-natural é aquilo manipulado pelo ser-humano de maneira perversa.
Neste caso, aquilo que está “modificado” é uma maneira de pensar que se afasta do modo “normal” de conceber as coisas.
Essa postura é uma maneira de defender uma ideia intelectualmente preguiçosa: as condutas que aparentemente ficam longe do sentido comum (seja lá o que for isso) podem ser rotuladas de anti-naturais.
Se pode aplicar a tudo, desde as maneiras de vestir-se, até os novos hábitos de lazer, passando pelas obras de arte que não se compreende, etc.
Outra maneira de ver isso é considerar que o que se afasta da “normalidade” estatística é uma anormalidade.
E o que é anormal é um desvio que vai contra a ordem natural das coisas. Em todo caso, jamais se vai argumentar porque a ordem natural das coisas deveria corresponder àquilo que acreditamos ser o certo, pois se o fizermos vamos cair na seara religiosa ou na defesa dos costumes que jamais podem ser justificados de maneira racional.
E aí, concorda com as justificativas?
Retirado de Psicología y Mente Blog (traduzido e adaptado)