Brincar é importante! Brinque com seus filhos e filhas, não problematize, não pense, não adultize o brincar, se é que existe essa palavra. Essa é a principal mensagem deste texto. Podemos escrever um tratado, trazer inúmeros artigos científicos, dados e explicações racionais com técnicas das mais diversas linhas teóricas, mas não queremos mudar o apelo: brinque com seus filhos e filhas. Brinque. Brincar é importante!
Brinque por eles e com elas, não importa se é com brinquedos ou com outros objetos quaisquer. Brinque por você. Brinque por eles. É um tempo importante que passa muito rápido.
Incentive a brincadeira, os jogos de tazo, as brincadeiras de faz de conta, as brincadeiras em grupos, por exemplo, favorecem princípios como cooperação, liderança e competição que os auxiliarão no futuro.
Logo eles irão querer brincar com amiguinhos mais do que com você, irão começar a perceber que o mundo é maior que o espaço da casa e da família. Então aproveite, brincar é muito importante para tanta coisa que seria impossível listar em um único post.
Afinal, brinque pois em breve, os objetivos mudarão e vocês adaptarão expectativas e realidades, mas é depois, agora, brinque, pois a brincadeira é uma ação importante no desenvolvimento das crianças.
Benefícios da brincadeira
Vamos para a teoria? Sabe os motivos que nos levam a escrever este post de apelo e reforçar inúmeras vezes: brincar é importante? Por isso: a brincadeira…
Educativa: permite desenvolver as habilidades que são as base do aprendizado da leitura, da escrita, da matemática e por aí vai.
Social: oferece oportunidades de socialização e integração, de aprender a entender os outros, de se comunicar, de negociar, participar. Prepara para a vida comunitária além do indivíduo.
Cognitiva: as brincadeiras encorajam as crianças a aprender (educativo), a imaginar (criativo), a categorizar e a resolver problemas. O processo cognitivo permite estimular o cérebro da criança para se desenvolver e assim, em conjunto, todo seu aparato mental.
Terapêuticas: as brincadeiras permitem às crianças se expressar sobre os aspectos perturbadores de seu cotidiano como os fatores de estresse, os traumatismos, os conflitos familiares e outros dilemas.
Motor: as brincadeiras permite que as crianças desenvolvam seu corpo, aperfeiçoe movimentos importantes, equilíbrio e fortalecimento físico.
Contudo, tenha em mente que o desenvolvimento infantil é composto também por educar (que é diferente do brincar), que é necessário prover recursos para que seus pequenos compreendam o mundo ao seu redor. Brincar é parte importante, mas os alicerces também podem ser acoplados, pois para a criança, tudo vai virar uma brincadeira. Até aqui, percebeu o quanto brincar é importante?
Brinque com seus filhos: a brincadeira é a comunicação das crianças, por isso brincar é importante.
Quando uma criança chega até a clínica, o psicólogo ou a psicóloga, brinca com eles. Abaixa-se para ficar na mesma estatura, olho nos olhos o máximo que dá. A criança na clínica psicológica obriga o profissional a sentar no chão, pôr a mão na tinta, retomar e reviver o brincar. Por um motivo: a comunicação na linguagem do desenvolvimento da criança.
Brinque com seus filhos: o brincar é parte do desenvolvimento infantil
Vygotsky fala que o brinquedo ajudará a desenvolver uma diferenciação entre a ação e o significado. A criança, com o seu evoluir, passa a estabelecer relação entre o seu brincar e a ideia que se tem dele, deixando de ser dependente dos estímulos físicos, ou seja, do ambiente concreto que a rodeia. O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender; na brincadeira, reside a base daquilo que, mais tarde, permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo ensino-aprendizagem.
Brinque com seus filhos: logo eles brincarão com outras pessoas.
Há pais, mães, tios, tias, cuidadores que perdem o foco. Deixam de olhar para a criança e olham para a sua própria criança. Seus medos e inseguranças passam a ditar o seu modo de agir, e tenta, “controlar” – por falta de uma palavra melhor – o brincar das crianças.
Elas não são controláveis, elas precisam de orientação, de experimentação. Precisam aprender a lidar com aquilo que às vezes os pais não aprenderam. Temos um texto aqui que diz: Ensinem as crianças a como pensar e não o que pensar.
Esse processo fará que seus pequenos, quando passarem a brincar com outras pessoas, o tenham como referência e apoio, autoridade, não com medo em uma visão autoritária.
Em breve eles vão brincar com outras crianças e o mundo deles se ampliará muito, as descobertas precisarão ser exteriores, passarão por outras experimentações.
9 parlendas para brincar com as crianças, nunca esqueça: brincar é importante!
Antes de continuar, vamos explicar o que são parlendas. As parlendas são combinações de palavras (normalmente em rimas) com a temática infantil, lúdicas, que facilita a memorização e que fazem parte do nosso folclore. Passadas de geração em geração, as parlendas são as rimas usadas como brincadeira pelas crianças. Separamos algumas, será que você se lembra?
1. “Corre cutia, na casa da tia.
Corre cipó, na casa da avó.
Lencinho na mão, caiu no chão.
Moça bonita, do meu coração…
Um, dois, três!”
2. “Dedo mindinho,
Seu vizinho,
Pai de todos,
Fura bolo,
Mata piolho.”
3. “Batatinha quando nasce
espalha rama pelo chão.
Menininha quando dorme
põe a mão no coração.”
4. “Chuva e sol, casamento
de espanhol.
Sol e chuva, casamento
de viúva.”
5. “Lá em cima do piano
tinha um copo de veneno.
quem bebeu, morreu,
o culpado não foi eu,
foi a filha do Tadeu
o azar foi seu.”
6. “Uni, duni, tê,
Salamê, mingüê,
Um sorvete colorê,
O escolhido foi você!”
7. “Quem cochicha,
O rabo espicha,
e come pão
Com lagartixa”
8. “Um, dois, feijão com arroz,
Três, quatro, feijão no prato,
“Cinco, seis, falar inglês,
Sete, oito, comer biscoito,
Nove, dez, comer pastéis.”
9. “Hoje é domingo, pede cachimbo.
O cachimbo é de ouro, bate no touro.
O touro é valente, bate na gente.
A gente é fraco, cai no buraco.
O buraco é fundo, acabou-se o mundo.”
Finalizando
Brincar é importante, educar é importante, alimentá-los e suprir as necessidades físicas e mentais é importante. Mamães e papais são mais do que amigos dos seus pequenos, mais que genitores (que colocam um criança no mundo), são responsáveis, mas não se engane, não são donos dos seus filhos e filhas.
O papel dos adultos que cuidam, e normalmente são os pais e as mães, se faz diante da presença, diante da convivência e da comunicação com os pequenos e pequenas.
A formação deles, o desenvolvimento é parte essencial da maternidade e da paternidade. É parte do cuidar. Do bem querer e que envolve, claro o brincar. Brincar é uma peça importante, mas sua presença, ah!, ela é essencial para o desenvolvimento infantil.
Tem dúvidas? Está inseguro? Precisa de ajuda? Agende uma sessão com nossos psicólogos e psicólogas, você não precisa fazer terapia, você pode obter uma orientação parental. Pode tirar dúvidas, pode trabalhar com pontos específicos. Agende agora.
Curtiu o post? Abaixo tem ainda algumas referencias científicas para você se aprofundar. Tem também o podcast do psico.online onde já tratamos de temas relacionados à educação e também sobre pais sobrecarregados.
Agora, clica ali embaixo e envie esse texto no grupo da família, quem sabe, ele pode ajudar alguma criança a brincar e algum papai, mamãe, titio, titia a compreender que brincar é importante! 😉
Referências do texto brincar é importante
Poletto, Raquel A ludicidade da criança e sua relação com o contexto familiar. Psicologia em Estudo [online]. 2005, v. 10, n. 1 [Acessado 6 Junho 2021] , pp. 67-75. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-73722005000100009>. Epub 29 Jun 2005. ISSN 1807-0329. https://doi.org/10.1590/S1413-73722005000100009.
Uma leitura de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil – https://doi.org/10.5020/23180714.2008.23.2.%25p
25 Parlendas para você brincar com as crianças
Cordazzo, Scheila Tatiana Duarte, & Vieira, Mauro Luís. (2007). A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 7(1) Recuperado em 26 de junho de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812007000100009&lng=pt&tlng=pt.