“Sobra pra gente” o que sobrou para você ou para mim?
Quem nunca levou “uma” sem nem ao menos estar envolvido? Bom, sinto em dizer mas esse texto não é para você.
Costumamos escrever aqui, de diversas maneiras, que temos o controle de algumas situações, que devemos utilizar métodos, técnicas e nosso equilíbrio para sobreviver. Utilizar nosso ferramental de sobrevivência.
Mas tenho que dizer uma coisa: nem sempre você recebe aquilo que merece. Coisas ruins acontecem com pessoas boas, é até senso comum essa frase, mas as coisas acontecem: boas e ruins, para pessoas boas, costuma ser, sob nosso ponto de vista, mais injusto.
Vamos deixar as coisas claras.
Na psicologia ou no consultório quase sempre observamos o que você está passando. Conhecemos o seu mundo pelo relato trazido. Muitas vezes o que você fala, o que você faz e conta e também aquilo que não conta, entenda o seguinte: como você faz e como fala diz muito sobre você e nos ajuda entender as coisas.
Existem pessoas que são vitimistas: aquelas que a culpa passa por todos os outros e ela, sempre ela que é a pobre alma do universo que sofreu; o outro não importa, as ações não importa, a vida é cruel só com ela. Contudo, também existem as vítimas verdadeiras, aquelas que foram alvo de algo pois estavam na hora e o local errado. São vítimas de acidente. São vítimas de uma sociedade doente. É um conceito bastante amplo.
Há uma linha teórica da psicologia que diz que as coisas são observadas pelo indivíduo e também pelo ambiente, logo, tenha em mente que, você pode fazer tudo certo, pode tentar controlar tudo, mas sim, pode ser que algo fora do seu controle aconteça na sua vida.
E nessas horas, a única coisa a fazer é perceber que você está envolvido em uma situação que não é a sua.
Quer um exemplo? Família: tem dia que muita gente está com “o ovo virado” e você está feliz. Acordou bem e está lá, cuidando da sua vida, quando pá: sobra pra gente.
Nesse momento você tem duas escolhas: entrar na vibe – e acabar com o seu dia – ou observar que o problema não é seu e deixar ele seguir. Ouvir, compreender e deixar passar.
Há vezes que você pode tentar ajudar e sobra ainda mais pra gente, mas é normal. Novamente, você apenas tira o seu time de campo e espera o tempo se encarregar de arrumar as coisas.
Tem horas que minha amiga leitora e meu amigo leitor, não tem o que fazer: sobra pra gente e só… é a hora depois de conversar e entender o que houve, mas evite botar mais pilha, ok?
Afinal sobra para gente e sobra para os outros. Vira um ciclo, e você que está consciente das ações e limites é que pode (e as vezes tem a obrigação) de respirar fundo e deixar passar.
E para não ficar só uma dica, perdida, vamos há algumas sugestões para que você deixe as coisas seguirem seu fluxo quando “sobra pra gente”.
Dicas para relevar quando sobra pra gente
- Faça uma breve análise do que aconteceu: o problema está com você ou o problema é do outro?
- Desligue o modo responder e ligue o modo escutar (que é diferente de ouvir). Pare e use a sua racionalidade.
- Converse sem alterações, treine a entonação de voz, se for ofendido, responda: isso me ofendeu.
- Não se altere.
- Avise que é melhor deixar a conversa para outra hora e saia da conversa de verdade.
- Não entre na sintonia.
- Conte algumas vezes e procure a origem naquilo que a pessoa está tentando dizer.
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