Mudar um hábito (Mudanças Comportamentais) pode parecer uma missão impossível, mas e se eu te contar que existe um modelo que pode ajudar a entender como isso funciona e facilitar esse processo? Vamos explorar o Modelo Transteórico de Mudança (MTT) e como ele se conecta com diferentes visões.
1. Pré-Contemplação: “Eu? Mudar? Nem pensar!”
Na pré-contemplação, a pessoa não reconhece que há um problema. Ela está confortável com seu comportamento e não tem intenção de mudá-lo tão cedo.
É como aquele amigo que fuma e insiste que isso não afeta sua saúde.
Ele está preso em uma espécie de “apatheia” estoica, onde a indiferença aos problemas é mal orientada. Ele não percebe o impacto real de suas ações sobre si mesmo e sobre os outros.
Só para deixar mais claro: a “apatheia” é um conceito central na filosofia estoica que se refere a um estado de tranquilidade e imperturbabilidade emocional. Para os estoicos, alcançar a apatheia significa estar livre de paixões e perturbações emocionais que podem desviar a mente e o espírito da razão e da virtude.
Filosoficamente, podemos pensar na ignorância platônica, onde a pessoa não conhece o verdadeiro impacto de suas ações. Ela precisa de um momento de “epifania” para sair dessa fase e começar a contemplar a mudança.
2. Contemplação: “Será que eu deveria mudar?”
Na fase de contemplação, a pessoa começa a reconhecer que há um problema. Ela pensa: “Talvez fumar não seja tão bom assim para meus pulmões…” Ainda não há uma decisão firme, mas já existe uma inquietação interna que é o principio para as mudanças comportamentais.
Aqui, entra a abordagem de Carl Rogers, que fala sobre a abertura à experiência e ao autoquestionamento. A pessoa começa a se abrir para novas possibilidades e questionar seus comportamentos. A filosofia socrática do “conhece-te a ti mesmo” também se aplica, pois a pessoa começa a refletir sobre seus hábitos e seu impacto.
3. Preparação: “Ok, vamos planejar essa mudança.”
Nesta fase, a pessoa começa a se preparar para a mudança. Ela faz pesquisas, busca ajuda, cria listas e traça um plano de ação. É um momento de planejamento estratégico para as Mudanças Comportamentais.
E aqui eu penso que pode ser interessante definir o que é um planejamento estratégico:
Ele é um processo sistemático e estruturado utilizado para definir seus objetivos a longo prazo, desenvolver planos e ações para alcançá-los e alocar recursos de maneira eficaz.
Envolve a análise do ambiente interno e externo da organização, a definição de uma visão clara para o futuro (plano) e a criação de um caminho estratégico para atingir essa visão.
Aqui, a psicologia comportamental pode ser muito útil, ajudando a definir metas claras e passos concretos.
Aristóteles falava sobre “eudaimonia”, a realização pessoal através de ações virtuosas. Preparar-se para a mudança é buscar essa realização através de um planejamento cuidadoso e consciente.
Juntando o que se sabe HOJE para metas corporativas e aplicá-las para as mudanças pessoais com um planejamento pessoal, costuma “dar bom”.
4. Ação: “Agora vai!”
Na fase de ação, a pessoa começa a implementar as mudanças planejadas. Ela para de fumar, adota uma alimentação mais saudável, começa a fazer exercícios. Aqui, a prática é essencial.
A ação requer disciplina, consistência e um compromisso contínuo com a mudança.
5. Manutenção: “Eu consegui, agora é manter!”
Manter a mudança é um dos maiores desafios. Reforçar os novos hábitos com persistência e foco constante é crucial.
Isso envolve monitorar o progresso regularmente, celebrar pequenas vitórias e estar preparado para lidar com obstáculos.
Manter-se motivado ou motivada e lembrar-se dos benefícios alcançados ajuda a evitar recaídas. É um exercício contínuo de vigilância e comprometimento e um psicólogo pode ajudar muito nisso trabalhando semanalmente suas metas, por exemplo. Agende aqui se quiser.
Além disso, é essencial criar um ambiente de suporte que favoreça a manutenção das novas práticas. Isso pode incluir o apoio de amigos e familiares, a busca de grupos de apoio ou a criação de rotinas que facilitem o cumprimento dos novos hábitos. Adaptar o ambiente ao redor para minimizar tentações e promover escolhas saudáveis torna mais fácil manter as mudanças a longo prazo.
Por fim, é importante ser flexível e ajustar os planos conforme necessário. Preste atenção, Flexibilidade não rigidez.
Nem sempre tudo sairá como planejado, e imprevistos podem surgir. Ter um plano de contingência e ser capaz de adaptar-se às novas circunstâncias ajuda a manter o rumo certo.
Lembre-se de que a manutenção é um processo dinâmico e contínuo, exigindo ajustes e esforços constantes para consolidar a mudança e garantir que ela se torne uma parte permanente da vida.
6. Recaída: “Ops, caí, mas vou me levantar.”
Recaídas são comuns e fazem parte do processo de mudança. Quando ocorrem, é importante não se desanimar. Em vez disso, encare a recaída como uma oportunidade de aprendizado. Identifique os gatilhos que levaram à queda e ajuste suas estratégias para evitá-los no futuro. Cada recaída oferece a chance de se fortalecer e recomeçar com mais sabedoria e determinação.
Lembre-se de que a recaída não significa fracasso, mas um obstáculo no caminho para o sucesso. Use esse momento para reavaliar seus objetivos e métodos, e ajuste conforme necessário. A chave é persistir, aprender com os erros e continuar em frente, mantendo o foco nos benefícios a longo prazo.
Buscar apoio durante uma recaída também pode ser muito útil. Conversar com amigos, familiares ou profissionais como nós pode fornecer novas perspectivas e reforçar a motivação para continuar.
A jornada de mudança é cheia de altos e baixos, mas cada passo, mesmo os retrocessos, contribui para o crescimento e a melhoria contínua.
Conclusão: A Mudança é uma Jornada, não um Destino principalmente em Mudanças Comportamentais.
O Modelo Transteórico de Mudança nos mostra que mudar é uma jornada contínua, cheia de altos e baixos. Integrar diferentes visões filosóficas e psicológicas enriquece nossa compreensão e nos dá ferramentas para navegar por essas fases com mais consciência e determinação.
Lembre-se: mudar não é fácil, mas é possível. Cada fase do MTT oferece oportunidades para crescimento e autoconhecimento. E se precisar de ajuda, estamos aqui.
Ficou com dúvidas? Já sabe né? só entrar em contato conosco. 🙂 Até a próxima.