Essa semana já falamos aqui sobre mitos e verdades à respeito do transtorno de personalidade borderline e hoje vamos abordar questões acerca de seu diagnóstico. Vem com a gente!
A avaliação e o diagnóstico dos transtornos de personalidade são uma tarefa bastante complexa, que requer a consideração de múltiplos aspectos da vida do indivíduo e não simplesmente a escuta das queixas ou problemas que o paciente relata.
Sem dúvidas a entrevista clínica é o melhor meio para avaliar a presença de um transtorno de personalidade borderline/limítrofe, mas não se pode fechar um diagnóstico num único dia.
Os profissionais que realizam a entrevista devem conhecer em profundidade não somente os critérios diagnósticos dos manuais, mas também como abordá-los, que tipo de perguntas de deve fazer para avaliar a presença ou a importância de determinados aspectos.
É preciso ainda ter em conta que nem sempre o paciente está consciente de algumas características e ainda, nem sempre está disposto a falar sobre algumas questões em detalhes. Po isso é preciso muita habilidade.
Nesse sentido, é importante dizer que existem instrumentos próprios e estruturados, que servem para ajudar na exploração de alguns aspectos que no decorrer da entrevista não se abordam de maneira explícita.
Esses instrumentos somam muito ao diagnóstico, mas em nenhuma hipótese devem ser usados como único ou principal instrumento de avaliação.
Além disso, é importante mencionar que muitos desses instrumentos podem dar lugar a falsos diagnósticos (tanto positivos como negativos).
Falsos diagnósticos (positivos): é possível diagnosticar como existente um transtorno que não é tal. Isso se deve ao fato de que muitos dos elementos contidos nos critérios diagnósticos (DSM-IV, V, CID-10) abordam muitos traços de personalidade que, em níveis de intensidade baixa, estão presentes em muitas pessoas sem problemas aparentes.
Falsos diagnósticos (negativos): é possível porque é muito frequente a ausência de consciência da doença de muitas pessoas com personalidade limítrofe., o que as induz a responder negativamente a indicadores de patologia aos quais não se encaixem ou não se identifiquem (consciente ou inconscientemente).
É preciso considerar que até certo ponto, todas as pessoas podem apresentar características limítrofes, especialmente os adolescentes. O que gera o alerta para o transtorno é a duração dos sintomas, a persistência e a intensidade.
É importante lembrar que é necessário cuidado para fechar o diagnóstico.
Um diagnóstico não deve estar baseado em conteúdos de folheto informativo, página de web ou livros. Se você acredita que tem ou conhece alguém que apresente características relativas ao transtorno, o melhor a fazer é procurar um profissional, psiquiatra ou psicólogo e tirar a dúvida.
Muitas pessoas com o transtorno limítrofe/borderline tem problemas e preocupações adicionais como depressão, transtorno alimentar, abuso de substâncias e etc e pode ser difícil separar e perceber o que é o transtorno limítrofe de outros tipos de transtornos.
retirado de transtornolimite.com (traduzido e adaptado)
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