Prevenção ao suicídio ainda é um tabu, para nossa sociedade e para o mundo. Ainda existe a ideia que a melhor solução, em relação às questões emocionais, é não falar sobre. Esse é um equívoco muito grave, principalmente quando se trata de prevenção ao suicídio.
Aos poucos os profissionais de saúde mental vão trabalhando para conscientizar sobre a importância de se falar sobre saúde mental. E desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria junto ao Conselho Federal de Medicina estruturam em território nacional a campanha Setembro Amarelo.
A campanha é a maior do mundo em prevenção ao suicidio e apesar de ter setembro como o mês de maior repercussão, o combate ao estigma em relação ao suicidio deve ser realizado o ano todo. Dá uma olhada nesse texto aqui do site que tem mais da campanha.
O suicídio é um assunto que precisa ser falado, debatido e entendido. Porque quanto mais informação tivermos sobre qualquer tema mais seremos capazes de lidar com ele. Segundo o Boletim Epidemiológico (2021) do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, teve um aumento de 43% no número anual de mortes por suicídio, a análise demonstrou aumento do risco de morte por suicídio em todas as regiões do Brasil.
Entender o que está por trás desse ato é essencial na prevenção, pessoas que apresentam pensamentos e atitudes que põe em risco sua integridade física devem ser levadas a sério e precisam de ajuda. Quem pretende se suicidar avisa sim! Pede ajuda sim! Dá sinais sim! Mas justamente por falta de informações sobre o assunto, às vezes quem está em volta não percebe.
A maioria das pessoas que pensam e/ou tentam suicidio não querem de fato morrer, mas estão em um sofrimento tão profundo, uma angústia tão insuportável que não enxergam uma outra saída se não a morte. 2% dessas pessoas conseguem efetivar o suicídio e vão a óbito em até um ano após a primeira tentativa.
Sendo assim, a partir da primeira tentativa aumenta muito o risco de morte por suicídio. O SUS tem um plano de prevenção pela portaria nº 1.876 de 2006 , para esses casos, onde após a primeira tentativa o paciente é acompanhado por uma UBS próxima de sua casa, até receber alta.
Um outro perfil que precisa de atenção são pessoas com algum transtorno mental.
E como eu realmente posso ajudar?
Em primeiro lugar buscando informação. Deixando o preconceito de lado e tratando saúde mental com naturalidade.
A maior parte do preconceito sobre saúde mental vem da falta de informação. Ser gentil ajuda muito também, ter empatia e cuidado para não julgar, separei uma lista do que fazer e o que não fazer, mas aqui no site tem esse texto que vai ajudar também.
O que fazer e o que não fazer quando se fala de suicídio?
O que fazer | O que não fazer |
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Remover os meios pelos quais a pessoa possa se matar. | Dizer simplesmente que tudo vai ficar bem sem agir; |
Tratar a pessoa de uma maneira que possa colocá-lo numa posição de inferioridade; | |
Dizer que você está ocupado; | |
Ficar chocado ou muito emocionado; | |
Levar a situação a sério e verificar o grau de risco; | Não falar simplesmente frases de incentivo vazias. |
Identificar outras formas de dar apoio emocional; | Comparações com outros casos; |
Entender os sentimentos da pessoa (empatia); | Não dar sermão; |
Explorar as outras saídas, além do suicídio; | Não opinar; |
Ouvir atentamente, com calma; | Não banalizar; |
Ser afetuoso e dar apoio; | Ignorar a situação; |
Dar mensagens não verbais de aceitação e respeito; | Dar falsas garantias; |
Expressar respeito pelas opiniões e pelos valores da pessoa; | Jurar segredo; |
Conversar honestamente e com autenticidade; | Fazer perguntas indiscretas; |
Mostrar sua preocupação, seu cuidado e sua afeição; | Tentar doutrinar; |
Focalizar nos sentimentos da pessoa; | Desafiar a pessoa a continuar em frente; |
Você sabia que existem canais de ajuda gratuitos?
Pois é! O CVV é um deles, funciona:
Por telefone: 188 (as ligações são gratuitas, inclusive por celular)
Por chat ou chamada de voz online: acesse cvv.org.br
Indique para quem precisa.
E por fim, seja apenas humano. Olhe para quem convive com você.
Encaixe uma conversa na correria do dia a dia.
Referências:
https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/V4Fz7GsFnnYNjK9jLRhgbNx/?lang=pt
PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*) – PORTARIA Nº 1.876, DE 14 DE AGOSTO DE 2006