Você já ouviu aquela frase: “A dor é inevitável, o sofrimento é uma escolha”? Pois bem, é sobre esse pensamento do budismo zen quero falar hoje.
Não entrarei no mérito dos princípios do budismo, mas quero utilizar essa afirmação que você reflita sobre como encara sua vida.
Vejo diariamente no consultório pessoas que sentem-se perdidas. Elas vivem em constante sofrimento sobre os acontecimentos de suas vidas.
Perdem muito tempo angustiadas, batendo na mesma tecla: “Por que comigo?”; “Será que tenho chances?”; “Eu não vou superar isso nunca!”; “Eu não sei o que fazer!”, entre outras cujo a resposta não terá outro resultado além de mais angústias.
Se você não se reconhecer fazendo isso, com certeza conhece alguém que o faça. O problema é que geralmente esse ciclo de sofrimento não tem fim e só afunda mais a pessoa que passa por isso.
Além disso, a pessoa está tão acostumada a sofrer que mesmo que alguém traga a solução ela não ouvirá, porque está preocupada demais sofrendo.
Algumas pessoas gostam de sofrer
Pode parecer mentira, mas não é! De situações simples, como perder um ônibus, até situações complexas, como terminar um relacionamento, algumas pessoas tendem a sofrer de forma desproporcional.
Claro que se você perguntar, elas responderão que não gostam desse sofrimento (ninguém gosta né?). Mas elas se acostumaram tanto ao sofrimento que esse é o primeiro (e único) caminho que escolhem quando algo acontece.
Há inclusive aquelas que sofrem por coisas que nem aconteceram, mas que têm certeza que ocorrerá (spoiler: geralmente nada acontece e a pessoa sofre a toa).
Aliado à tudo isso ainda existe a ideia popular de que as coisas precisam ser sofridas para valer a pena, essa balela faz com que as pessoas façam do sofrimento o único caminho justo.
Mas sejamos sinceros, levar a vida assim é muito difícil! Os pesos acabam sendo sempre muito pesados e a realidade fica distorcida, estranha e dolorosa.
As pessoas que vivem em sofrimento constante não enxergam chances de melhora ou mudança. É a típica Síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim…”
Sair desse fluxo não é impossível. Porém, leva tempo e exige muita dedicação, visto que se faz necessário transformar muitos pensamentos limitantes.
Escolhendo não sofrer
É assim que chegamos na frase citada no início do texto. Você precisa entender que o sofrimento é sim uma escolha, para então começar a modificar a forma como encara os problemas.
É claro que as coisas vão te afetar, afinal você é um ser com emoções e sentimentos, por isso a dor é inevitável.
Dificilmente alguém levará um pé na bunda e não sentirá aquela angústia, o medo do futuro e coisas assim. Sentir as emoções e dores é fundamental para garantir a saúde mental, como já citamos aqui.
Mas cabe a você escolher o que fazer com essa dor. Pode sofrer e sentir pena de si, ficar durante meses chorando o fim e se perguntando os porquês. Ou pode sentir a dor, pensar no que pode fazer a partir dessa realidade que se mostra.
É preciso ser prático, respeitar o tempo que a dor exige, senti-la como for necessário e, após isso, decidir o que fará com isso. Sei que é muito mais fácil falar do que fazer mas, se praticado com frequência, aos poucos a mudança acontece.
Entenda que você é o dono de sua vida, as rédeas estão em suas mãos e você tem escolhas. Cabe a você escolher o que é melhor para si.
Se precisar de ajuda pode contar comigo 😉
Respostas de 3
Qual o problema de infância elas tiveram para serem assim?
Como devemos lidar com elas?
Olá Katia,
Nem sempre é um problema na infância. Podem ser tantas e tantas coisas.
Não entendi bem quem seriam o “elas” que você se refere, se são as pessoas que têm uma visão mais pessimista conforme o texto aborda, mas posso adiantar que um processo de psicoterapia seria interessante nesse caso para entender se é uma característica da pessoa ou algum tipo de humor deprimido ou mesmo depressão.
Recomendo agendar uma consulta, ficaremos felizes em responder suas dúvidas.
Atenciosamente,
Raul de Oliveira
Equipe Psico.Online