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Sexo Verbal: prazer que começa pela boca

Sexo Verbal

Sim, o trocadilho do ‘sexo verbal’ é intencional, mas você já pensou que o sexo pode começar bem antes do toque?

Uma das demandas mais comuns na clínica é o esfriamento do sexo durante o casamento. Seja pela rotina, pela chegada dos filhos, pelo estresse do trabalho ou até por mudanças de saúde, o fato é que o sexo, quase inevitavelmente, muda do início da relação para relações mais longas. E não, isso não significa que precisa ser pior, mas torna-se diferente.

Sabemos que palavras têm um poder imenso, principalmente quando usadas para construir pontes entre corpos e mentes – tanto que, na terapia, usamos a “cura pela palavra”. Contudo, o chamado “sexo verbal” não se resume à troca de palavras provocantes (embora elas possam ser divertidíssimas); trata-se de como a comunicação aberta pode transformar a intimidade.

Para além disso, sexo verbal não é só conversa. É conexão. É a habilidade de criar proximidade, até no silêncio, utilizando gestos, olhares e outras formas de comunicação não verbal. Muitas vezes, o que não é dito também fala e, se usado com cuidado, pode complementar o diálogo e enriquecer a intimidade.

É sobre isso que vamos falar agora. Vem comigo?

O que é sexo verbal?

Sexo verbal é, antes de tudo, a capacidade de dialogar sobre desejos, limites e fantasias. É aquele momento em que os parceiros falam abertamente sobre o que gostam, o que não gostam, e até sobre aquilo que têm curiosidade de explorar. É abrir espaço para a vulnerabilidade, e, ao mesmo tempo, para a cumplicidade e por que não, uma safadezinha… 😛

Essa conversa pode acontecer em diferentes contextos: uma troca leve de mensagens durante o dia, um papo mais profundo à noite, ou mesmo brincadeiras em tons mais provocantes. O ponto principal é o conforto e o respeito mútuo.

Sexo verbal é quando a conexão acontece – com o perdão do trocadilho – pela língua que gera as palavras e pelo ouvido que as escuta e interpreta, acionando o desejo no órgão sexual mais importante do ser humano: o cérebro.

Por que falar é tão importante nos relacionamentos?

Imagine tentar adivinhar o que o outro deseja o tempo todo. Frustrante, né? Muitos casais enfrentam dificuldades porque acreditam que a intimidade “deveria acontecer naturalmente”. Mas a verdade é que a naturalidade se constrói com comunicação.

Conversar sobre sexualidade aumenta a confiança, reduz expectativas irreais e ajuda a criar experiências mais significativas. Além disso, abre espaço para ajustar o relacionamento às mudanças de vida, de humor ou até de saúde.

Com o passar do tempo, é comum achar que o parceiro já sabe tudo sobre você, ou acomodar-se na rotina. Esse é o erro. A sexualidade precisa de tempo, cuidado e investimento. E isso começa no tempo dedicado a boas conversas, longe de distrações e julgamentos. Que tal reservar um momento semanal para dialogar sobre o que agrada ou incomoda?

Como superar tabus e vergonhas?

Se falar sobre sexo parece desconfortável, não se preocupe: você não está só. Muitos de nós fomos criados em ambientes onde o assunto era tabu, associado a culpa ou vergonha. Mas há formas de driblar isso:

  1. Escolha o momento certo: Evite trazer o tema em situações de estresse ou conflito. Prefira momentos tranquilos e descontraídos. Sabe aquela hora na cama, que os dois acabam no celular “para relaxar”. Alguém precisa desligar a tela e iniciar uma conversa (e não uma DR)
  2. Use referências externas: Compartilhe um artigo, vídeo ou cena de filme que levante o tema. Isso tira o foco direto da conversa e facilita o diálogo.
  3. Comece com perguntas abertas: “O que você acha que poderíamos melhorar na nossa intimidade?” ou “Tem algo que você gostaria de experimentar?”.
  4. Abrace o desconforto inicial: Conversas podem começar desajeitadas, mas isso é normal. Quanto mais você pratica, mais confortável fica.

Dicas práticas para começar o sexo verbal

Envie mensagens instigantes

Às vezes, começar por mensagens durante o dia pode ser uma forma menos direta, mas igualmente eficiente de abrir o diálogo. Exemplos:

  • “Sonhei algo engraçado com a gente, vou te contar depois.”
  • “Você não imagina o que eu pensei agora… quero te contar mais tarde.”
  • “Lembrei de uma coisa que adoro em você. Quero falar disso hoje à noite.”

Aqui vale lembrar do comportamento de novidade. Lembre-se de quando vocês se conheceram e do desejo de estarem juntos, tente recuperar esse espaço de uma maneira consciente e que agora, seja algo ligado a fazer a vontade brotar.

Use analogias ou brincadeiras leves

Uma abordagem descontraída ajuda a quebrar o gelo. Tente algo como:

  • “Vi uma cena no filme ontem que me lembrou da gente… O que você acha de tentarmos algo parecido?”
  • “Sabia que tem gente que acha [alguma fantasia leve]? Será que combina com a gente?”
  • “Se tivéssemos um reality show de casais, qual seria o nome do nosso capítulo sobre sexo?”

Explore tópicos neutros para abrir o tema

Às vezes, um começo sutil pode ser o caminho.
Exemplos:

  • “Li uma pesquisa que dizia que casais que conversam sobre sexo têm mais intimidade. O que acha disso?”
  • “Tem algo que você sempre quis experimentar, mas nunca me contou?”
  • “Sabe o que eu adoro na nossa relação? Que posso ser sincero(a) sobre o que sinto.”

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Aposte em lembranças positivas

Recordar momentos de conexão pode ser uma excelente porta de entrada:

  • “Lembra aquela viagem onde ficamos só nós dois? Foi tão bom… me fez pensar em como podemos criar mais momentos assim.”
  • “Você sabia que adoro quando você faz [algo específico]? Sempre me deixou nas nuvens.”

Use um diário ou lista compartilhada

Para casais mais introvertidos, pode ser mais fácil escrever do que falar. Vocês podem criar uma lista conjunta com coisas que gostam, curiosidades ou até fantasias, e usar isso como ponto de partida para conversas futuras.

Experimente perguntar com naturalidade

As perguntas abertas são ótimas para explorar o universo do outro:

  • “Se você pudesse mudar algo na nossa vida íntima, o que seria?”
  • “O que faz você se sentir mais conectado(a) comigo?”
  • “Se tivesse que descrever um momento perfeito a dois, como seria?”

Adote um tom encorajador e sem julgamento

Diga frases que reforcem o espaço seguro, como:

  • “Quero que você saiba que podemos falar sobre tudo, mesmo que pareça estranho.”
  • “Não importa o que você diga, o mais importante pra mim é entender você melhor.”
  • “Nesta conversa vou me esforçar muito para não entrarmos em uma discussão, vamos fazer o acordo de parar se virmos que o negócio vai esquentar e nos dar a liberdade de falar qualquer coisa”?

Transforme o desconforto em brincadeira

Se sentir vergonha, use isso a seu favor:

  • “Tá vendo como sou péssimo(a) pra começar esse tipo de papo? Me ajuda aqui!”
  • “Tô tentando ser maduro(a) sobre isso, mas tudo o que consigo pensar é: por onde a gente começa?”

Invista em conexão fora da cama

Muitas vezes, conversar sobre intimidade pode começar por fortalecer outros tipos de vínculo. Exemplos:

  • Planejem uma noite especial para falar sobre o relacionamento, com uma taça de vinho ou um jantar preparado juntos.
  • Escolham assistir juntos algo que aborde a sexualidade, como filmes ou documentários, e usem como gancho para o diálogo.
  • Desliguem a telas e as tirem do quarto – o velho “tirar a TV do Quarto”…

Respeite o tempo do outro no sexo e no sexo verbal

Se perceber resistência, mostre paciência:

  • “Tudo bem se você não estiver à vontade agora, mas quero muito que possamos conversar disso quando você se sentir melhor.”

Conclusão: o poder das palavras no Sexo Verbal

Quando o sexo começa na conversa, ele tem muito mais chances de ser saudável, divertido e conectado. A intimidade verbal não é só um complemento à relação; muitas vezes, é o alicerce dela.

Se você sente que essas conversas ainda são difíceis, saiba que não precisa passar por isso sozinha ou sozinho. No Psico.Online, você encontra psicólogos preparados para ajudar a fortalecer o diálogo e a cumplicidade no seu relacionamento. Afinal, como vimos, às vezes, tudo começa mesmo pela boca – e não estamos falando só do beijo.

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