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Quando precisamos recomeçar

Recomeçar

A vida é feita de recomeços. Recomeçar. Uma vez li, num poema perdido por aí, que recomeçamos a cada respirada porque, se pararmos de respirar, acabou. Pode parecer exagero, mas tem seu ponto: recomeçar não é exceção, é regra. A diferença está no quanto isso dói. E algumas vezes… dói muito.

Quem já sofreu uma perda sabe. Perder alguém, um amor, um emprego, um projeto, uma ilusão… pode parecer que tudo desmorona. E não importa o quanto se diga “vai passar”, “o tempo cura” ou “é só seguir em frente”. Tem momentos em que o recomeço parece um castigo.

E o pior é que, nesses momentos, o mundo não espera a gente.

As contas chegam, as pessoas seguem, o relógio não para; a vida recomeça no dia seguinte e a gente tem que recomeçar junto, mesmo quando tudo dentro de nós se recusa. Porque, por dentro, tudo fica suspenso. Como se o tempo tivesse emperrado entre o que foi e o que não será mais.

Recomeçar, então, não é só difícil. É quase cruel. Porque exige força num corpo que está exausto e esperança numa alma que ainda está de luto.

Quando recomeçar parece impossível

É nesse ponto que muita gente trava (e não é só drama; tem motivo pra isso). Recomeçar exige abrir mão. Soltar. E isso implica em luto. Não só o luto da morte literal, mas da morte simbólica daquilo que não volta, do que não aconteceu, do que deveria ter sido e não foi.

E o que o cérebro faz com isso? Ele tenta manter a coesão da sua história. Ele resiste. Porque aquilo que você perdeu fazia parte de quem você era, dos seus planos, da sua identidade. E perder tudo de uma vez é demais.

Mas percebe que aí temos um problema? As totalizações e extremos: tudo, nada… e a vida não é feita só de extremos.

É como aquele leite que você conseguiu com tanto esforço. Suado, simbólico. Você lembra o dia em que acordou cedo, enfrentou frio, atravessou o campo ao lado de alguém importante. Tinha até riso envolvido, tinha promessas. E agora… ali está ele. Derramado. Escorrendo no chão. E você, parado, olhando, como se olhar fosse impedir o cheiro de azedar. Como se encarar a cena fosse devolver o que se foi — esquecendo que há tanto mais envolvido e que podem existir tantos recomeços.

Desapegar, nesses momentos, parece traição — mas não é.

Porque não é só sobre o leite. É sobre tudo que ele representava: a vivência, o laço, o esforço, o significado. E agora você se vê ali, parado, com a visão travada entre o que perdeu e o que não sabe como reconstruir. É difícil perceber novas possibilidades, mas elas estão ali. Seguir em frente soa como desrespeito à dor. Como se limpar o chão fosse apagar o que foi vivido.

Mas recomeçar não é esquecer. Não é fingir que não doeu ou que ainda não dói. Recomeçar é, antes de tudo, reconhecer. É dar nome à dor, é chorar pelo que escorreu, é sentir o vazio do que não está mais e, ainda assim, aos poucos, permitir-se outra chance.

Pegar um pano. Secar o excesso. Limpar o chão com água. Passar um desinfetante. Abrir a janela pra entrar ar. Marcar outro encontro? Ir ao mercado buscar uma caixinha? Achar uma nova leiteria, quem sabe? É tudo novo. Incerto. Diferente. E, agora, você já sabe como é perder o leite.

Vale a pena passar por isso de novo? Fazer diferente?
Só fazendo de novo. Só recomeçando.

Talvez sim. Talvez não hoje. Mas, quando for possível, recomeçar pode ser o maior ato de amor próprio que você tenha com você.

E quando ainda parece distante?

Recomeçar não é simples. É uma travessia. E às vezes, o que dói não é nem o fim em si, mas o silêncio que vem depois. A pausa sem respostas. A ausência de sentido. O medo de se enganar de novo, de não reconhecer mais quem se tornou ou, pior: de perceber que aquela versão antiga não cabe mais — ou que você não cabe mais naquele espaço — e ainda assim não saber qual roupa vestir.

E tudo bem se você ainda não tiver resposta pra tudo. Mas um pequeno primeiro passo pode abrir caminhos.

Ninguém ensina como recomeçar sem se perder um pouco no caminho. E talvez nem precise. Porque o recomeço não exige pressa, nem certeza. Ele pede presença. Uma escuta cuidadosa de si. Uma reorganização interna que só acontece quando a gente permite sentir, nomear, elaborar.

Você tem se permitido isso?

Tem se escutado de verdade ou está apenas seguindo o fluxo esperando que o tempo resolva por você? Te contar uma coisa: às vezes até funciona. Mas o tempo também toma o ritmo de quem está em movimento. E, se você não se move, corre o risco de se tornar só espectador da própria história.

Às vezes, conversar sobre o que parece um nó ajuda a encontrar o fio.

E não precisa ser solitário. Estamos aqui pra isso, por exemplo. Talvez não hoje, talvez não agora — mas quando você sentir que é hora, agendar uma conversa com alguém do nosso time (ou comigo) pode ser um passo importante. Não porque temos respostas prontas, mas porque sabemos escutar até o que você parou de perceber.

E talvez esse seja o verdadeiro começo de um recomeço:
não fazer tudo sozinho ou sozinha.

🧭 Estamos aqui. Pra recomeçar junto, se você quiser.
Mas… vamos dar o primeiro passo?

Leia também: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2025/01/03/se-liberte-do-passado-e-veja-como-recomecar-com-7-dicas-de-psicologia.htm

Autores que participaram deste post:

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