Dejà-vu ou em português, “eu já vi” é um processo do nosso cérebro.
Quem é mais “experiente” ou mais Nerd vai lembrar que quando há um Dejà-vu significa que a Matrix está reiniciando e que é bom correr pois os sentinelas chegarão em breve.
Boas lembranças a parte, o Dejà-vu é uma reação psicológica que dá a sensação (através de imagens em sua mente) de que já se esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo que você já vivenciou, por isso, “eu já vi”.
O termo é uma expressão da língua francesa que significa “Eu ja vi” mesmo.
Um artigo na revista científica The Quarterly Journal of Experimental Psychology [1], afirma que o Dejà-vu é pura e simplesmente uma reação do nosso cérebro checando a memória que acabou de criar. Uma revisão.
Para entender o funcionamento do déjà-vu, os pesquisadores da Universidade de St. Andrews, na Grã-Bretanha, fizeram uma experiência de tentar “provocar” esse replay em laboratório.
Afinal, em situações normais, não há como prever quando a sensação irá acontecer.
Dejà-vu: O “Eu já vi” é um processo comum do cérebro
Opa, dejà-vu. Não, uma brincadeira usando novamente o título. 😉
Voltando, O’Connor, o pesquisador responsável por esse artigo recrutaram 21 voluntários que foram submetidos a exames de ressonância magnética enquanto tentavam provocar uma sensação de déjà-vu nos participantes.
O experimento era assim: os pesquisadores passaram para os voluntários uma lista de palavras do mesmo assunto, como cama, travesseiro, pijama, noite, descanso, sem citar a palavra-chave, neste caso, o sono.
Em seguida, perguntava se a pessoa tinha ouvido alguma palavra que começava com a letra “s” e ela dizia que não.
Depois, questionava se os voluntários tinham ouvido a palavra “sono”.
Eles sabiam que não, mas por estarem pensando no contexto das palavras afirmaram sentir um déjà-vu ao ouvir a pergunta.
Para surpresa dos pesquisadores, o mapeamento cerebral dos participantes mostrou que a sensação de Déjà-vu ativou as áreas frontais do cérebro, envolvidas na tomada de decisões.
Inicialmente, eles esperavam que as regiões associadas à memória, como o hipocampo, fossem ativadas com a sensação.
Mas isso não aconteceu. Significando que o fenômeno não é um replay, mas o cérebro mostrando que o sistema de “checagem de memória” está funcionando bem e que é improvável que você esqueça algo ou confunda eventos passados.
Se você é do grupo que nunca teve um déjà-vu, não se preocupe.
Isso não significa que seu cérebro não está funcionando bem. Pelo contrário.
De acordo com os autores, não sentir o fenômeno quer dizer que seu sistema de memória sua cabeça não está cometendo erro nenhum de memória.
Fonte:
Kempnich, M., Urquhart, J., O’Connor, A. R., & Moulin, C. (2017). Evidence for the contribution of a threshold retrieval process to semantic memory. The Quarterly Journal of Experimental Psychology, 70(10), 2026-2047. DOI: 10.1080/17470218.2016.1220607