Crítica Social é pensamento. É questionar aquilo que nos é empurrado olho abaixo (ou goela) para que acreditemos que a realidade é formada assim ou assado.
A psicologia, a filosofia, a sociologia e boa parte das ciências humanas com o conhecimento plural e transdisciplinar, são as responsáveis por desmanchar esse tipo de visão que o senso comum (a grande maioria das pessoas) tende a seguir.
Seguir só não é palavra, passa a adquirir, compra e naturaliza ou cristaliza a ideia, a partir do que bons manipuladores são capazes de fazer com diversos objetivos.
Não estou dizendo que tudo são flores silvestres em um campo florido no meio desta floresta que vivemos, que fique claro, assim como também não estou dizendo que fazer crítica social ferrenha sem considerar prós e contras, seja correto.
Mas este post, inicialmente, era apenas para compartilhar uma série de imagens que criticavam nossa sociedade.
Daria até um certo buzz entrar no modelo de crítica social ferrenha a partir daquilo que os olhos vêem e do que a maioria concorda e compartilha, mas tentar ver por outro ponto de vista é uma constante aqui no Psico.Online.
Na nossa sociedade, que já foi chamada de líquida por Zygmunt Bauman, que já foi imensamente achincalhada por posts infinitos e descontentamentos de diversos contextos e em tantos outros textos de crítica social e que muitas vezes, nos dá vieses muito pessimistas sobre o que é que realmente acontece por aí, chega a ser essencial que se observe o mesmo ponto, a partir de uma outra ótica.
Tem motivo, é claro. Freud já falou sobre isso no Mal Estar da Civilização. Outros autores já trataram o tema, vários filósofos e pensadores de diversas perspectivas trataram dessa angústia, desse vazio e do comportamento que os indivíduos adquirem quando estão em grupo.
Há poucos dias, fizemos uma provocação nesse sentido no post abaixo la no Facebook, falando sobre a Involução Moral.
Mas também tem o outro lado da crítica social
No livro Os Anjos bons da nossa Natureza, o psicólogo canadense Steven Pinker toma para si o desafio de responder, e também de explicar as razões pelas quais as pessoas têm trilhado o caminho da paz com mais frequência, seja nas relações interpessoais, seja na diplomacia global.
Não é fácil enxergar essa tendência, reconhece o psicólogo Pinker.
A constatação de que a taxa de homicídios em países europeus caiu entre 90% e 98% desde a Idade Média, por exemplo, acaba sendo ofuscada pelo fato de que o continente passou pelo maior genocídio de sua história há menos de um século.
O mesmo vale para essas imagens abaixo, que em todos os sites que encontramos atribuem-nas a um ilustrador argentino chamado de “Al margem”, mas ninguém (até onde achamos) questionou que Al margem é um pseudonimo para “à margem”, aquilo que está ao redor e que circunda nossa sociedade.
Não achamos outras origens para os traços e mesmo assim, embora sejam incríveis como crítica social para reflexão, vale a pergunta, será que esses desenhos representam caricaturas de uma visão naturalizada? Será que é sempre assim ou apenas isso?
Visão pessimista de um copo meio vazio? E o outro lado de cada uma das coisas que ela representa? Para ser bem vulgar nesse tipo de questionamento e afirmação, “até remédio que cura têm indicação e contra-indicação”.
Enfim, pedimos que pensem na representatividade e nos dois extremos: no que as caricaturas da crítica social demonstram e naquilo que elas contrapõem e que fazem, como sempre deveria ser feito, na hora de buscar o equilíbrio.
A prisão do silêncio que o dinheiro poderia comprar.
Crítica Social: acendendo o pavio da bomba que cresce no peito. Ou seria uma crítica aos cigarros?