Como eu me vejo poderia ser o nome dessa campanha da Dove que se chama Retratos da Real Beleza e que foi lançada lá pelos idos de 2013.
De lá para cá muita coisa mudou, mas o fato é que a mensagem continua válida e, como profissionais da saúde mental em vias de iniciar uma campanha: quem cuida da mente, cuida da vida, é mais assertivo relembrar algumas coisas boas e “dar aquele toque” amigo para que você. Não seja tão auto crítica/o.
Aliás, ao invés de relembrar, vale comentar o que acontece no vídeo: algumas mulheres são convidadas a irem a um desenhista de retratos falados e descreverem-se. Outras mulheres, que fizeram amizade com elas pouco antes, são chamadas para dar uma descrição da anterior. Em todas, o desenhista não as vê e apenas desenha aquilo que é descrito para ele.
O resultado é incrível, tanto que fez esse video se tornar um dos grandes virais daquela época.
Mas vale pensar no seguinte: o quanto somos críticos e críticas em relação a nós mesmos?
O quanto cada uma das mulheres que se descreveram no vídeo, o fizeram transmitindo através da fala seus sinais de dor, de tristeza, de sofrimento e para ser redundante: da “mais alta baixa auto-estima” possível.
Imaginemos que muito do que expressaríamos quando fossemos nos descrever faz parte daquilo que está preso no nosso eu mais íntimo e profundo. Aliás, o trabalho de um psico é vasculhar essa auto-imagem.
Vejamos os desenhos e vamos pensar: como eu me vejo?
A primeira imagem seria: “como eu me vejo” e a segunda imagem “como você me vê”.
O quanto de tudo isso faz parte das nossas máscaras? Será que um deles é a verdade e o outro apenas o que mostramos ao mundo ou será o contrário?
O quanto o “como eu me vejo” deixa marcas sobre as marcas que adquirimos com o passar dos anos e o quanto são adicionadas por nós ao acreditarmos que aquilo que o outro falou (e que era maldoso ou simplesmente insensível) deixou a marca e o quanto as pessoas realmente vêem de nós mesmos?
Muitas vezes vale o mesmo para as palavras: um grande autor disse que somos responsáveis por aquilo que falamos e não por aquilo que o outro entende. Qual será o cuidado que devemos ter ao expressar uma emoção, uma descrição de “como eu me vejo” ou de como eu vejo o mundo?
Veja mais de “Como eu me vejo” nos posts:
- 3 dicas para lidar com a autocrítica ou quando o vilão somos nós
- Autoestima: 10 dicas para melhorar a sua
Vale pensar um pouco diante do espelho, que muitas vezes desenvolvemos características que nem sempre são as melhores para nós mesmos e que em outros momentos, deveríamos focar nas nossas qualidades.
Proponho um exercício: use os comentários para dar uma boa característica sua. Fale bem de você. Vamos desenvolver atitudes positivas diante do espelho e aprender a lidar com nossa auto imagem, o que me diz?
Leia mais sobre autoimagem
Carvalho, Giulia Xavier de et al. Insatisfação com a imagem corporal e fatores associados em adolescentes. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2020, v. 25, n. 7 [Acessado 28 Junho 2021] , pp. 2769-2782. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.27452018. Epub 08 Jul 2020. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-81232020257.27452018.
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