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Como enfrentar as adversidades

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“Com os contratempos pode nos ocorrer como às ostras: que a partir de um grão de areia irritante, reagem… e com o tempo criam a pérola ao seu redor.”

Enrique Echeburúa
(catedrático de psicologia clínica, especialista em trauma luto).

Quando vivemos uma adversidade, geralmente pensamos que o que nos passa é catastrófico, impossível de superar e que somos os únicos seres que sofrem coisas desagradáveis ou injustas.

Diante desse tipo de incidentes, podemos passar por um período de ansiedade e tristeza: pode se tratar de um luto ou de um período de estresse pós traumático, por exemplo, os quais não tem motivos para tornarem-se crônicos, nem desencadear uma depressão se forem bem manejados mentalmente.

Leia também: resiliência e a arte de adaptar-se

Esses estados costumam regredir em um período relativamente curto de tempo, se a pessoa não se empenhar em admitir para si mesma que o que lhe aconteceu é espantoso ou injusto, como dizíamos. E trata logo de entender e aceitar o que se passou.

Trata-se de ir em frente, concentrando-se em coisas úteis que deem sentido a vida, frente a perda ou contratempo vivido, e trata também de aprender com ele.

Porém, quando uma pessoa está em estado de choque, ansiedade e tristeza, geralmente não consegue enxergar mais que a “desgraça” que lhe atingiu.

Sem dúvidas, a grande realidade, tal e qual nos faz chegar Echeburúa com sua metáfora da pérola, é que olhando para trás, muitas pessoas podem admitir que são quem são pelos traumas que passaram e que não mudariam seus passados, ainda que tivessem uma varinha mágica capaz de fazê-lo.

Algumas pessoas reconhecem que o golpe lhes ajudou a reordenar valores. Valorizar mais algumas coisas, amadurecer, fortalecer-se e aprender. Entendem que é melhor aceitar os fatos e inclusive dar sentido à eles, pois se pode aprender muito com os contratempos.

Portanto, viver uma adversidade pode ser uma grande oportunidade de melhorar em algumas habilidades e criar algum tipo de aprendizagem valiosa. Criar definitivamente, algum tipo de pérola, como diz o autor.

E aí, você fica só nas lamúrias ou olha para as adversidades e as encara com coragem e desejo de ser cada vez melhor?

Retirado de www.rafaelsantandreu.es (traduzido e adaptado)

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