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Religião, política, futebol e psicologia

religiao, politica, futebol e psicologia

Religião, política, futebol e psicologia não se discute. Mentira, se discute sim!

Mas a pergunta é: por que você paciente ou cliente de um psicólogo precisa saber de algumas particularidades do seu profissional para cuidar da sua saúde mental e emocional se e somente se, a consulta é sobre você?

O que isso vai mudar? Por que essa necessidade de “controle” que não é necessariamente controlável?

Seu psico não pode (ou não deveria) deixar crenças particulares interferirem diretamente sobre o que você vai levar na consulta.

No post Conversar com amigo: por que é diferente de fazer terapia? já falamos um pouco sobre a diferença entre ir ao psicólogo e ir bater um papo numa roda de amigos e, na última semana, falamos sobre isso no nosso Twitter, Instagram e Facebook .

O post  tá na integra abaixo, continuaremos mais um pouco no assunto, até por que tivemos alguns relatos que são assustadores!

Não existe psicóloga ou psicólogo do senhor, da senhora, cristão, umbandista, satanista, evangélico, católico, espirita, wicca, ateu ou da religião/culto que seja. Existe psicólogo (cientista) e uma pessoa, que é (ou seria) profissional. Misture os canais e esteja errado/a. #dica

— Psico Online (@sitepsicoonline) August 17, 2019

 

 
 
 
 
 
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“Hoje/agora” no mundo, estamos em 7,577,130,400 [1] de pessoas (7 bilhões e uns quebrados) e o nascimento não para não. Nasceu mais uns só nessa frase. ¯\_(ツ)_/¯ A população do Brasil é de 210.328.674 [3] brasileiros e de psicólogos (desconta quem estudou e não se registrou) existem mais de 350.139 [2]. Em uma pesquisa rápida não encontrei uma lista de crenças/religião porque, embora semelhantes e agrupadas em algumas mais populares (já que somos seres comunitários/gregários), são 7,577,130,400 de pessoas acreditando em algo individual, seja lá o que for, compreendendo do jeito dela e aceitando uma determinada linha ou caminho que ELA (pessoa) crê. Esse post surgiu ontem, no twitter, depois de ler uma psicóloga defender que intitular-se como psicóloga [ponha uma religião aqui] estava certo. Queridos e queridas que seguem o psico.online, divulguem essa informação: psicólogo ou psicóloga que diz isso, se posiciona assim, acredita nisso deve ter tirado nota baixa em: ética, sociologia, antropologia, métodos científicos durante o curso de psicologia no mínimo e fere princípios básicos da ciência psicologia em misturar canais. Você que não é psicólogo|a pode entitular-se como quiser e procurar um psicólogo x. Mas não deveria encontrar, pois você busca um profissional para auxiliar na saúde biopsicosocial mental emocional. Você só encontra porque existem 7,577,130,400 de pessoas e entre elas há quem queira te conquistar dizendo uma coisa pessoal. “Oi, eu gosto disso, se você gosta vamos ser amiguinhos?” tá errado. Psicologia é ciência. Psicologia pode ser provada, estudada, replicada. O psico não é amiguinho|a é profissional que te ajuda usando ferramental estudado na faculdade, cursos, especializações… São anos estudando algumas coisas para falar A ou B ou não falar nada. Psico que se aproveita disso tá errado. Psico que não entendeu isso: faltou, matou aula, não leu ou ouviu. Todas as fontes foram acessadas hoje, acessado em 17/8/2019, para escrever o post. [1] [As fontes incluem: Banco Mundial, Dpto do Censo dos E.U.A, Wikipédia, wordometer] [2] www2.cfp.org.br/infografico/quantos-somos/ [3] https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projeçã

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Depois desse post, claro, alguns relatos sobre profissionais que se deixam levar por suas vidas particulares durante a sessão apareceram, então resolvemos retornar no assunto.

Psicólogo pode falar sobre religião?

Claro que pode.

Psicólogo fala de tudo. Pesquisa tudo. Tem interesse por tudo. Aliás grandes autores da psicologia estudaram profundamente a religiosidade.

Religião é um assunto que pode e deve ser discutido com o seu psicólogo, mas não quer dizer que ele tenha que contar no que ele acredita para você.

Lembre-se, você está lá para trazer as suas demandas, os seus assuntos e realizar um tratamento, não o contrário.

Quer dizer que o profissional vai então desconstruir a sua fé?

Claro que não.

Quer dizer então que o profissional vai concordar com você?

Claro que não também, senão ele não estará fazendo um bom trabalho.

O psico está ali para trabalhar com você e por você. Para tocar em pontos que podem incomodar. Para acolher quando você precisar. Para analisar e entender os limites, o ambiente, suas “neuras” e também o que você nem por um segundo pensou que pudesse estar influenciando no processo.

As crenças particulares dos profissionais que atendem devem servir para o profissional, assim como a experiência dele. A maior preocupação do profissional durante a sessão é você.

E a conversa deve fluir no sentido que atenda a sua necessidade.

A sua necessidade gira em torno do seu circulo religioso e de crenças? O profissional questionará. É assim que uma entrevista e que a conversa segue, com perguntas, respostas, com pontos em comum e pontos díspares.

Mas quero um psicólogo que pense e acredite no mesmo que eu.

Ótimo, tudo bem querer isso. Mas o que você quer é o que você precisa?

Vai talvez (e isso é um suposição) facilitar a comunicação entre vocês, mas de novo: é disso que você precisa?

Quando você vai ao dentista, ao médico, ao advogado você escolhe somente aqueles que tem a mesma fé que você, que pensam igual, que acreditam na mesma coisa? Você tem certeza disso?

Precisaríamos compreender o quanto isso é bom e o quanto isso é prejudicial para você.

Em um atendimento psicológico você e o profissional precisam de confiança, e também compreender o que está além da superfície da conversa, será mesmo que um profissional que pense e acredite no mesmo que você fará a conversa render ou será mais do mesmo?

Será que isso fará com que vocês continuem ou travem?

O que podemos dizer é que, a psicologia é uma ciência que é laica. Que deve considerar o indivíduo, a sociedade, suas crenças e sua religiosidade, e trabalhar com a individualidade e com o contexto.

O mesmo vale para política e futebol.

Psicologia e política

O psicólogo é um profissional que está inserido em diversos contextos da sociedade. Há profissionais que trabalham na clínica, fazendo atendimento no consultório. Há psicólogos que trabalham com a sociedade, trabalhando grupos, comunidades, políticas.

A politica é uma ciência que trabalha o ser humano, e a psicologia também, logo é normal existir conjunções e oposições.

Há tantas linhas na psicologia quanto partidos políticos, pois são caminhos que agrupam por credos “aquilo que você crê e busca”.

E mais uma vez caímos no mesmo discurso. Qual o objetivo? O que você precisa?

Qual diferença faz para você se o seu psicólogo é de uma determinada origem ideológica? Vocês farão um projeto politico para criação de uma lei que trabalha interesses dos clubes de futebol A e B? Então escolher o profissional que torça no mesmo time, tenha os mesmas diretivas politicas que você faz sentido, mas e na sessão de terapia?

Você vai trabalhar o que?

Qual o objetivo que levou você ao profissional?

No post que fizemos nas redes sociais afirmamos que os profissionais que se auto denominam psicólogo [inclua uma religião aqui] só o fazem para atrair mais pessoas para o seu atendimento.

Também afirmamos que os profissionais que fazem isso, estão esquecendo das aulas de sociologia, de antropologia, de ética e de métodos e pesquisa científica.

A psicologia é uma ciência e como ciência pode e deve abraçar vários pontos de vista, mas esses pontos de vista não devem interferir no manejo e nem no trato com o paciente e cliente.

Você psicologo que leu até aqui, quando se entitula de A ou B sem ser uma especialidade, qual o seu objetivo?

O Psicólogo e a religião

Há um trabalho imenso disponibilizado no CRP SP (Conselho Regional de Psicologia) que fala sobre a Psicologia e a Religião, um trabalho marcado com a ética – recomendo que leiam: http://www.crpsp.org.br/diverpsi/arquivos/josehenrique.pdf

O cliente a religião, a política e o futebol

Psicólogo precisa falar de tabus. Precisa falar de assuntos que as pessoas não querem falar. Precisa acolher quando necessário e precisa questionar com intervenções embasadas em ciências e estudos quando for necessário.

O cliente pode ser e crer no que ele bem entender, assim como trazer o assunto que quiser para o psicólogo. É a necessidade do cliente que está diante do psicólogo.

Não vale dizer: eu acho isso, eu acho aquilo, e ainda ignorar o impacto que o profissional tem na vida do cliente.

O psico que mistura os canais tá errado, tá confundindo sua posição e precisa levar isso para seu supervisor, para seu psicólogo e tratar na sua análise ou terapia, assim como o paciente trata a sua demanda com você.

Diante de um outro ser humano, seja um ser humano. Mas não jogue fora o seus estudos, seus métodos, práticas e ética.

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