Pois é, não seja babaca. Crianças são uma máquina de aprender, logo, se o mundo está repleto babacas é por que não conseguimos acabar com esse círculo vicioso.
Você age como babaca na frente das suas crianças, logo elas agiram como tal. Elas aprendem, elas percebem suas ações.
E não é por culpa das crianças, elas estão aprendendo e ainda não discernem: uma babaquice de algo que seja importante para a cultura que a cerca.
Notem que não uso um artigo para definir se falamos do ou da babaca.
Trabalho na ausência da definição pois a babaquice de determinados progenitores – e nesse caso pais e mães, mas não só eles – não é ligado ao fato de ser um pai ou de ser uma mãe, mas ao fato de ser babaca.
Vamos esclarecer alguns pontos:
O que é ser babaca?
Ser babaca fica ali entre ser ingênuo, tolo por ignorância ou por desejo. É replicar violências estruturais, preconceitos, estereótipos e coisas que afetam o outro e você.
É proposital colocar o outro na frente, pois, o outro é você para seu filho. O outro é você para o outro. E sendo babaca (na individualidade) você está indo na contra-mão de um bom desenvolvimento – individual e coletivo, percebe?
Ψ
Antes de falarmos de crianças e seus pais ou pai ou mãe, leia o poema abaixo para sintonizarmos as estações:
Ouça isto ao pé do ouvido
Tem cara que acha que ser macho É andar berrando aos quatro ventos É aparentar não ser de ninguém um capacho É fugir de si e dos sentimentos... Gozado, como o mundo está cheio de macho! Gente que espezinha Gente que humilha E faz-se rei com coroas de esculachos E usa como tapete a própria família... Macho, ouça isto ao pé do ouvido: Porque você não ouve dos seus filhos o gemido? Eles estão tristes e oprimidos. Mais tarde, os anos o consomem e você vai ver o que seria melhor, Se tivesse tido um amor maior E, em vez de macho, tivesse sido somente homem. (Neimar de Barros: O livro proibido)
Há muitos anos li esse poema e nunca mais esqueci, é um dos meus favoritos.
Quanto macho vejo por aí: homem e mulher.
Sinto muito meninas, mas tem muita mulher macho por aí, macho igual ao que o poema indica.
Mãe macho que manda o filho engolir o choro. Que acha que dar roupa, escola e brinquedos é ser mãe… que se preocupa muito mais com seu cabelo, unhas, maquiagem, celular do que com o filho que “só quer chamar a atenção”.
Claro! A sua atenção, suas crianças precisam de você, pessoa. Precisam de não, precisam do seu tempo.
O mesmo vale para Pai Macho, que se acha e não se vê como modelo para aquela criança, ou pior, se acha Ô modelo quando na verdade a própria vida é uma confusão: álcool, drogas, trabalho, mulheres… “o machesa” você é pai!
Seja exemplo, não exemplo de babaca.
Resolva a sua vida. Procure terapia. Procure ética. Procure amenizar suas próprias dores e sofrimentos, afinal, você precisa oferecer: cuidado.
A criança precisa é da sua presença.
Você precisa se dedicar a escutá-las, a vê-las, a incentivá-las a conhecer outras coisas que você não gosta, mas que é preciso para que ela crie e pense por elas.
Lembrei de outro texto aqui do blog: Ensinem as crianças a como pensar e não o que pensar em um momento mais oportuno dê um pulinho nele.
Não quero escrever um texto ou um tratado psicológico do que acontece quando você age como babaca com suas crianças, então vou por algumas dicas importantes:
- Crianças não são suas empregadas.
- Crianças precisam de atenção.
- Crianças precisam de orientação
- Crianças precisam de colo e cuidado.
- Crianças precisam ser crianças.
- Crianças, por mais inteligentes que sejam, são crianças.
- Crianças aprendem a decidir, mas não decidem ainda, você media e orienta.
- Crianças precisam de você sendo pai e mãe e não pais lutando para ser só amigo e amigas. Você não é mais criança.
- Crianças repetem o que você fala perto e longe de você.
- Crianças não viveram o suficiente para ser mais maduras que você.
- Crianças falam e precisam ser escutadas.
Dito isso tudo vale a pena descrever o que é ser babaca com um pouco mais de profundidade para não restar dúvidas.
Crianças, não sejam babacas também
Neste caso, aqui no texto, falo das pessoas que têm vários filhos e não olham para eles.
Não percebem o quanto elas tem clamado por sua atenção ou que já desistiram de fazê-lo pois aquele “babaca” completo está dando atenção à outras prioridades.
Olha, sem querer ser muito enfadonho, a sua prioridade são as suas crianças.
Você já é um adulto formado, se tem problemas na vida, por favor, contrate um psicólogo ou psiquiatra, resolva seus problemas e tome uma atitude de adulto responsável. Inclua na sua rotina de mudar o mundo, trabalhar o comum.
Não basta colocar o mundo, alimentar e reclamar que a vida é difícil e que as pessoas não estão fazendo sua parte, se você não tem feito a sua para educar, psicoeducar, orientar, suprir as necessidades físicas, psíquicas, sociais e de crenças dos seus filhos.
Puxando pouco na memória dos atendimentos infantis, lembro de casos que a criança estava sendo abusada e os pais não tinham atitude mesmo sabendo do problema, e a criança lá, pedindo – clamando por socorro!
Lembro de outro caso que os pais priorizam a irmã no lugar do irmão que tinha mais “timidez”. Nesse caso lembre-se que seus filhos não são iguais, têm personalidades e jeitos próprios.
Que tá tudo bem ter afinidades por um ou pelo outro, mas que todos precisam e aprendem observando você.
Também lembro de outro que a mãe era mais preocupada com ela, e outro que o filho sabia que o pai era um babaca e não sabia como mostrar isso para ele… ah, esse tinha menos de 7 anos.
Não entrarei nem nos abandonos, nas violências, nas faltas de conversas, idas a médicos para saber se não há problemas físicos.
Gostaria de lembrar apenas que o ser babaca, nesse momento da sua vida é ignorar que você é o responsável pelo cuidado, que você que trouxe ao mundo, tem uma responsabilidade que não anula todas as outras.
Para fechar:
A criança repete aquilo que vê transformando. Aquilo é o que ela elabora. Se você não trabalha a sua atenção, o seu tempo e o seu cuidado com as suas crianças você está errando. Não e Sim são importantes. Escutá-las também.
Não é pelo fato de que você não teve, que eles não deveriam ter a oportunidade de ter, e cabe a você se desapegar disso, por elas.
Outra coisa: eles não são os responsáveis, você é o/a responsável. Aja como tal.
Na dúvida, procure um psicólogo infantil, a orientação parental de um profissional aqui do psico.online, por exemplo e vamos cuidar juntos de toda a família.
Começando, por você.
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Até a próxima.
Primeira postagem: 4 de fevereiro 2019 | Revisado em 03 Agosto de 2021.
Uma resposta
Excelente: aprendendo a ser pai…obrigado.