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Cada coisa em seu lugar. Você tem aceitado isso?

“Pra começar, cada coisa em seu lugar…” Assim começa a música “Um dia após o outro”, do cantor e compositor Tiago Iorc. A letra fala de superação, ponderação, paciência e esperança, e no conjunto da obra, a bela canção da nova MPB nos leva à reflexão de que para se alcançar o tão almejado equilíbrio, não devemos acelerar o processo natural dos acontecimentos.

E você? Tem aceitado que cada “coisa esteja (e permaneça) em seu lugar” ou a ordem das pessoas, dos acontecimentos e do seu universo, de maneira geral, lhe parece desordenada?

Você tem parado para escutar o seu corpo? Tem obedecido a vontade da Natureza agindo sobre ele, ou constantemente tem se esforçado em tirar as coisas do lugar?

Considerando que somos o centro do nosso próprio universo, devemos partir da premissa que a autopercepção de nós mesmos e do mundo confere o título de majoritários das nossas próprias necessidades, e essa natureza é tão primitiva em nós a ponto de ser notada desde os primeiros minutos fora do útero.

Tente colocar roupas que aqueçam um bebê acima do limite de sua sensação de calor, ou tente lhe tirar o leite durante a amamentação, terás por resultado desconforto e, como consequência, o choro.

Você anda “chorando” quando lhe tiram seu objeto de conforto?

Obviamente o “choro” abordado aqui trata-se de uma metáfora. Acontece que com o passar dos dias, nossas correspondências àquilo que mais se ajusta às necessidades tendem a ser negligenciadas, e passamos a incorporar no comportamento as expectativas externas do meio social em que vivemos.

Corresponder às expectativas alheias, interpretando papéis, ou ouvir nossa própria alma?

Essas expectativas, na maioria das vezes, respondem apenas a quem as têm, mas o desejo pela aceitação ou afeto nos move a inserir essas estruturas de comportamento em nosso repertório pessoal.

Então, estão instaladas as condições propícias para a representação de papéis incompatíveis com aquilo que o nosso organismo, o ‘Eu’ mais íntimo sente, deseja, entende e é também nesse momento que a composição da personalidade sofre um duríssimo golpe.

O “eu” mais autêntico saí de cena, encoberto pelas rígidas máscaras de personagens que, insanamente, tentarão conquistar o amor de seu público mais desejado, abrindo precedentes para a profunda tristeza, perplexidade, desconforto, distanciamento do que somos na essência e criação de um entendimento desajustado do mundo.

Com a alma cheia de penduricalhos, adornos, acessórios instalados pelos desejos alheios, nossa visão da realidade tende a ficar prejudicada.

O mundo que grita na essência, ansioso por acontecer, apesar de encoberto, é incompatível aquele que surge diante dos nossos olhos cansados de tanto inconformismo, de tanto ver uma realidade que não compreendemos.

A partir desse cenário, somos impelidos a mover as coisas de lugar.

O mundo, as coisas e as pessoas precisam ser movidas, remanejadas, manipuladas, para que se encaixem nos lugares exatos.

O vento não sopra na velocidade e nem na direção dos nossos sonhos; a chuva ou é intensa demais, ou escassa; o sol queima muito se exposto à ele, e na sua ausência a escuridão é insuportável; os carros, as pessoas, a vida, se movem lenta ou depressa demais; o trabalho, a família, o amor… Pare!

Paremos e lembremo-nos: ‘ Cada coisa em seu lugar… ‘

O mundo não está se deslocando em movimentos e direções opostas aos nossos sonhos. Os medos e desejos, tristezas e ansiedades, não estão na posição que cada coisa e pessoa ocupa, mas sim na desarmonia entre o que deixamos que fizessem conosco, e a criança reclusa dentro de cada um, que foi ocultada em algum momento de nossas vidas, e que agora exige mudanças drásticas e emergenciais.

Importante tomarmos consciência que essas mudanças, na maioria das vezes, não estão do lado de fora. Não estão na posição, velocidade, temperatura, forma ou volume das coisas, acontecimentos e pessoas.

Se hoje as circunstâncias parecem sufocar, e alguma coisa intimamente lhe pede uma reviravolta nos rumos de sua vida, considere a possibilidade de que o Universo já está formado, e (re) transformá-lo ou reinventar algo que não esteja em você pode fugir de suas probabilidades. Então, proponho agora uma consulta à sua essência, e se for preciso uma reforma íntima na maneira de compreender os fenômenos que o cercam e lhe incomodam, considere, pois, “pra começar, cada coisa em seu lugar…”


Sobre a fotografia usada neste post: http://biancamelinte.deviantart.com/ ou http://biancamelinte.portfoliobox.net

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Psicólogo CRP 06 / 131902 graduado pela Faculdade Anhanguera Educacional da cidade de Campinas/SP, pós graduando em Intervenções Psicossociais no contexto das Políticas Públicas e Docência do Ensino Superior na área da Saúde pela Faculdade Campos Elíseos de São Paulo. Formação acadêmica com ênfase em Plantão Psicológico. Psicólogo Clínico e Agente do Sistema de Saúde Mental da Polícia Militar do Estado de São Paulo desde 2016. Busca constante aprimoramento na Abordagem Centrada na Pessoa, da linha Humanista. Atualmente investiga as relações interpessoais em Mediações de Conflitos.

Gostaríamos de escutar o que você tem a dizer.

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