Ah o amor próprio!
Nos bombardeiam há muito tempo com a ideia de que nossa felicidade, estabilidade emocional e, inclusive o amor, estão intimamente ligados a maneira como nos amamos. Ou melhor, a como nos amamos ou não.
Temos que admitir, dito dessa maneira, parece muito bom. Se você não tem amor próprio, não poderá amar o outro. Mas ta aí uma pergunta que sempre me faço: o que é amar-se a si mesmo?
Pode parecer egoísta, não? Há quem entenda dessa maneira e aplica o famoso “eu em primeiro lugar”. Uma interpretação muito particular da proposta de amar-se, mas não creio que a coisa deva ir bem por aí.
Amarmos a nós mesmos é começar um caminho adequadamente.
Ou seja, não se trata de amar aos demais e não nos amarmos. O fato é, não será possível amar o outro se o ponto de partida não sou eu mesmo. Ficou confuso?
Me explico. Se não nos amamos, não nos cuidamos e dizemos que amamos aos demais, o que estamos fazendo é buscar no outro o que não somos capazes de fazer conosco. E isso sim é egoísmo. Além de ser a base de um amor dependente. Uma relação assimétrica, na qual uma pessoa tenta encontrar na outra aquilo que não é capaz de dar a si mesma.
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Já sei. Parece um grande desafio, um enigma, praticamente. Mas conseguiremos entender facilmente se admitimos o amor como igualdade. nela somos capazes de oferecer ao outro algo que conhecemos e sabemos como fazer. Algo que decidimos livremente, não pela necessidade que nasce da carência própria, mas pelo desejo de compartilhar nosso amor próprio, com outra pessoa.
Retirado de Cámbiate Blog (traduzido e adaptado)