Esquizofrênico ou não todos são dignos de uma relação
Esquizofrenia é um tema muito discutido no mundo acadêmico e muito temido pela população.
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1908 por Bleuler, porém publicado somente em 1911, onde elucidava sintomas como delírios, alucinações, distúrbios do humor ou catatonia.
De acordo com alguns conceitos da psicopatologia a esquizofrenia é um conjunto de sintomas psicóticos que afeta a relação Eu-mundo da pessoa, de modo enxugado, a pessoa que sofre de esquizofrenia vivencia a perda do controle sobre si mesma, como se o mundo externo a invadisse de uma maneira avassaladora, e tudo ficasse difuso e confuso, e difícil de separar o que é do seu mundo privado e o que é externo a ela.
Um exemplo clássico é quando a pessoa começa a ouvir vozes e, a partir daquele momento, é como se uma ou mais pessoas invadissem seu ser, liderando pensamentos e atitudes, ditando formas de se comportar e agir.
Certo, diante do que eu expliquei acima como já é de costume, gosto de trazer sempre um paralelo com aquilo que sigo, e pensando na Abordagem Centrada na Pessoa, acredita-se que o indivíduo enquanto organismo vivo ao lidar com as complexidades do mundo, tenta da melhor maneira que ele pode, enfrentar a situação e, as vezes, a opção de certa forma como fuga, é o adoecimento por conta dos sofrimentos vividos. Como uma válvula de escape.
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Diante desse cenário o profissional que vivenciará um caso dessa magnitude terá a possibilidade de conferir liberdade e autonomia para o cliente, que busca por ajuda, sem enxergá-lo como um objeto passível de uma rotulação.
A intenção dentro da abordagem da ACP é possibilitar ao paciente um ambiente acolhedor, onde o mesmo possa sentir-se aceito, digno e não somente um rótulo.
O Psicólogo que opta pela Abordagem Centrada na Pessoa prioriza a relação intersubjetiva entre cliente e psicoterapeuta e a subjetividade do cliente, como pessoa, em detrimento da doença que o cerca.
Sendo assim, o seu atendimento não o diferencia do outro, até porque o foco principal na relação de ajuda é a pessoa e não a sua neurose ou psicose, a doença em si é secundária no processo psicoterápico, pois se a consideramos como princípio não permitimos que a pessoa simplesmente seja o que ela melhor puder ser no momento.
Carl Roger já dizia que o mundo particular do indivíduo só pode ser conhecido, num sentido completo e autêntico, pelo próprio indivíduo.
Diante disso, a escuta empática e a aceitação incondicional se encarregarão de proporcionar um ambiente facilitador para que a pessoa se auto-atualize, num processo de tornar-se ela mesma e funcionar de forma livre em toda a plenitude de suas potencialidades, na fluidez de suas experiências e a partir da consciência que pode ter de si mesma .
Fonte de pesquisa: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000500009
Uma resposta
Parabéns pela explicação ,foi muito importante para um leigo aprender a conviver com um doente mental.Que Deus te abençoe sempre!