Hoje faz uma semana que aconteceu a tão esperada black friday. Passou rápido, né? Você fez boas compras? Conseguiu aquele item que tanto desejava?
E a fatura do cartão de crédito para o próximo mês, como ficou? Tá preocupada com o salário que talvez não cubra os gastos da black friday? Tá desesperado porque a parcela do décimo terceiro não vai dar conta do tanto de coisas que você comprou na última sexta-feira?
Agora eu te pergunto, prometo que é a última, você realmente precisava de tudo o que comprou?
Eu confesso que me peguei no meio de uma dessas lojas de departamentos, que vendem tudo a preço de banana nessa época, lotada, com gente se espremendo pra conseguir pegar o iphone, o perfume, a calça, o sapato. De repente me dei conta de que eu não precisava de nada daquilo, nem precisava estar ali e nem perdendo meu tempo (precioso) na frente do computador, vasculhando os melhores sites com as melhores ofertas. Fui pro bar, chamei uns amigos e passamos horas ali, tomando vinho e falando da vida, disso sim, eu precisava.
Depois me pus a refletir sobre o consumismo, sobre a lei da boiada que a gente segue e nem se questiona. Sobre comprar o que não precisa, perder o tempo, gastar o que não tem. Sobre acumular dívidas, não priorizar o que importa, não se organizar.
Pensei no Bauman, nas coisas líquidas e na liquidez das nossas vidas. Conclui que precisamos sair dessa. Precisamos despertar desse consumismo. Precisamos saber para onde vamos ou pelo menos, para onde queremos ir. (Re)assumir o controle. Pensar. Agir.
Em tempos voláteis, saber quem se é, do que se precisa e manter a consciência, pode salvar a sua vida.
Sai desse automatismo. Para de seguir padrões. Para de repetir conceitos. Cria. Inova. Arrisca. Acorda!