Honestidade. Tá aí um conceito difícil!
Não vamos falar de política, de futebol ou de religião aqui. Vamos falar de pessoas.
Não sobra muito espaço para honestidade na época dos posts invejáveis do Instagram.
Dos infinitos posts felizes, cultos e engajados no face.
Ninguém mais quer ser honesto quanto a sua própria natureza, opiniões e desejos.
Todos querem viver a ilusão da vida dos outros, acreditando que aquele é o padrão a ser alcançado.
Com isto, vem a obsessão pela vida alheia, que sempre parece perfeita e impecável.
Afinal todos estão ávidos por mais mentiras para inspirar as próprias mentiras.
E quem não faz isso é chato, negativo, fora do clubinho.
Até ser zen virou uma marca. Escolha política, profissão, família… Tudo virou mais um rótulo na prateleira do supermercado da vida cor-de-rosa.
Mas será que as pessoas esqueceram que somos, em última instância, humanos?
Não importa a blogueira fitness e seu abdome definido, ou os sucos verdes, ou as bolsas de grife, ou aquela incansável sequência de eventos sociais, todos maravilhosos. No final do dia ninguém é assim.
Todos têm bolhas nos pés depois de uma festa, todos tem preguiça da academia… todos são humanos.
Mas humano não é legal! Não dá ibope.
Sinto falta daquelas pessoas que têm os culhões de responder um “Bom dia” com “e o que tem de bom?!”. Porque mal humor faz parte! A tristeza faz parte. O coração partido também. E pode acreditar, todo mundo tem! Só que não vende!
E nessa de “olha como sou perfeito!”, a vida passa. O pior: passa absolutamente sem graça.
Falta a honestidade de ter defeito que não seja “muito perfeccionista” ou qualquer outro discurso de entrevista de emprego. Falta a coragem de ter chulé, falar bobeira, engordar, ter ciúmes. Sim, porque honestidade é uma questão de coragem. Muita coragem mesmo!
Tem que ter coragem pra ser você mesmo, e com isso ter defeitos. Pra se amar com tudo que vem no pacote e não se importar se isso não ganha likes ou fãs. Falta fibra, como diria minha saudosa avó, para ser o que é e pronto.
Não quer dizer que devemos nos acomodar e desistir de qualquer evolução. Muito pelo contrário. Quer dizer aceitar a humanidade de ter defeitos, só assim podemos de fato crescer. Afinal, como aperfeiçoar o que parece perfeito?
E o peso? O peso da “perfeição”. Essa cobrança constante que mata mais que a guerra, com o silêncio do desejado aplaudo alheio. Este peso que torna a vida difícil e cansativa.
Mas não se pode cansar! Não podemos ter rugas ou preocupações. Isso não combina com ser cool, alternativo, antenado ou qualquer outro adjetivo insensato, que ninguém tem, mas constantemente finge ter.
Ficamos tão perfeitos que perdemos a liberdade para andarmos descalços, amarmos alguém sem motivos, fazermos qualquer coisa sem objetivo ou registro para a posteridade. A chatice do mundo hoje não está em levantar questões delicadas que envolvem respeito. Está no fato de que todos tem que estar constantemente em uma postura perfeita. Mas não, amigos, somos todos recheados de defeitos, preconceitos e dúvidas. Só que só melhora se olharmos para eles!
Proponho a honestidade como prática diária, brava e aberta. Com todos os pêlos encravados, celulites, dores na lombar, hematomas e arranhões que você tiver! Venha com a sua mania de roer unhas e assistir filme babaca! Venha até com aquele segredo que você guarda somente pelo que os outros podem pensar. Abrace suas mentiras, suas falhas e medos como parte de você!
Aí sim, olhando para eles, talvez deixem de ser defeitos.
E quem sabe possamos ser humanamente, imperfeitamente e honestamente felizes?
Retirado de http://pramudar.com/honestidade/
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TUDO que eu gostaria de dizer não cabem aqui, ou em meia hora de conversa .
Jaqueline, obrigado pelo comentário. Agende um horário com nossos profissionais, talvez seja esse o momento para isso. O link é este aqui
Desejo que fique melhor e encontre o espaço para falar tudo o que gostaria.
Com atenção,
Raul de Oliveira
Psicólogo Psico.Online