Acredito que todos que têm contato com a terapia de alguma forma, seja você psicólogo ou paciente, ou alguém que deseja fazer terapia, já ouviu ou vai ouvir em algum momento “Terapia é coisa para louco” “terapia é coisas para fracos ou frescos”.
Primeiro que aquilo que você sente não é frescura e não podemos nos enganar achando isso por ouvir muitas vezes dos outros.
Mas vem cá, já se perguntou ou imaginou o quão difícil é pegar sua insegurança ou medo, e falar sobre cada detalhe dele?!
Acredito que para encarar de forma tão pura os nossos maiores gatilhos até conseguir enfrentá-los tem que ser bem forte e corajoso(a).
Mas poxa, dá um medo mesmo ter essa força e coragem, não é? Pois é, eu senti muito isso antes de ter meu primeiro contato com a terapia.
Era bem nova, não tinha tantas informações na internet como hoje, então não tinha noção de como seria.
Só de pensar em falar sobre o meu problema me assustava, eu já tinha vontade de chorar, e daí vinha outra questão: “e se eu começar a falar e me der vontade de chorar na hora?! Que vergonha!”
Vergonha?
Você está abrindo para alguém aquilo que mais mexe com você no momento, é uma relação de cumplicidade e empatia gigantesca nesse momento, você acha mesmo que o(a) Psicólogo(a) vai te julgar pelo seu choro?
Tranquilize-se, psicólogos são capacitados para uma escuta especializada e sem julgamentos.
Comigo foi bem assim, eu ia, chorava, chorava e chorava, mas no meio desse choro todo saia tudo que eu precisava dizer, de uma forma que nem me dava conta…
Na terapia, quando nos sentimos bem com o(a) profissional que estamos, falamos coisas de formas tão leves que nem percebemos e saímos da sessão mais leves ainda.
Tá bom que as vezes saímos com dúvidas, em outras pensativos(as), mas de toda forma que saímos são de mudanças que estão acontecendo.
Ésinal que está evoluindo, que você até sem perceber, está se entendendo mais e em algum momento aquilo que era um gatilho gigante você começa controlar de forma simples.
A sua resistência à terapia é compreensível e ter medo, é normal, principalmente na primeira vez.
Contudo paremos para pensar no “eu acho que seria bom fazer terapia” ou no “acredito que terapia me ajudaria nesse momento” esse passo, que parece pequeno, faz toda diferença.
Só por ele você já está indo muito bem, e com mais coragem e força do que imagina, afinal, não é fácil reconhecer e aceitar quando passamos por algo difícil, muito menos encarar essa situação, e para alguns, fica ainda mais difícil não fazer isso sozinho(a).
Acredite, resolver nossos conflitos com um(a) profissional Psicólogo(a) é muito mais fácil, é o jeito certo, é o mais saudável que podemos fazer.
E quando me refiro a conflitos, não precisa ser algo rotulável como “só precisa de psicólogo quem tem depressão” está se sentindo mal no relacionamento? A terapia ajuda!
Não consegue lidar com a pressão do vestibular? A terapia te ajuda! Vontade de se conhecer mais, fazer mais por você e sua saúde? A terapia vai ser incrível pra você!
E tem mais um detalhe, na maioria das vezes, nós procuramos a terapia focados em um problema, mas no decorrer das sessões, é possível perceber que melhoramos em vários pontos, alguns desses nem imaginávamos que seria tão bom e necessário mudar.
Comigo foi exatamente assim, fui por um motivo muito específico, mas melhorei em tantos outros, tive até um bônus, gostei tanto da terapia, que foi depois dela que decidi me tornar Psicóloga.
Espero que este texto ajude você com seus medos, receios e dúvidas referentes a um primeiro contato ao falar do que sente com um(a) psicóloga(o). Caso tenha sobrado algum e você ainda não marcou, venha falar comigo. Deixe um comentário, sinal de fumaça ainda não consigo ver… mas estou a disposição sempre. Até o próximo texto.
Leia mais sobre Terapia e o processo terapêutico
Scotton, Isabela Lamante, Barletta, Janaína Bianca e Neufeld, Carmem BeatrizCompetências Essenciais ao Terapeuta Cognitivo-Comportamental. Psico-USF [online]. 2021, v. 26, n. 1 [Acessado 15 Fevereiro 2022] , pp. 141-152. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-82712021260112. Epub 14 Abr 2021. ISSN 2175-3563. https://doi.org/10.1590/1413-82712021260112.