A timidez é uma experiência comum a muitas pessoas.
Aquela sensação incômoda de insegurança e nervosismo em situações sociais é universalmente compartilhada.
No entanto, para alguns, essa timidez pode ser um companheiro constante, influenciando muitos dos aspectos de suas vidas, desde relações pessoais até o crescimento profissional.
Neste texto, exploraremos dez fatos surpreendentes (ou nem tanto) sobre a timidez.
E, ao aprofundarmos o nosso entendimento sobre a ela, podemos começar a moldar melhores estratégias para lidar, tanto para nós mesmos quanto para ajudar outros.
E como surgiu a ideia deste texto?
A ideia do surgiu após um tweet:
“A timidez e a percepção do tempo são dois enigmas da experiência humana. Como interpretamos o tempo quando nos sentimos desconfortáveis? E quando estamos imersos em pensamentos profundos? Encontrar um equilíbrio saudável entre reflexão e presença no presente é o desafio”. #Timidez #PercepçãoDoTempo #Equilíbrio
E, para ser bem sincero, não me lembro o motivo de twetar isso… e então, um seguidor respondeu:
“Timidez é uma vergonha é vergonha é existe por causa da percepção humama”.
Claro, como tento não deixar ninguém sem resposta, respondi o seguinte:
“Olá! Olha, pelo que entendo a timidez e a vergonha são conceitos distintos, costumo dizer que embora damos sentidos próximos e semelhantes, se são duas palavras, são coisas diferentes embora possam estar relacionados. A timidez se caracteriza por uma tendência ao recolhimento social e à ansiedade diante de interações sociais. Pessoas tímidas geralmente se sentem desconfortáveis ao expor suas opiniões, conhecer novas pessoas ou lidar com situações sociais desconhecidas.
A timidez pode até ser considerada uma resposta emocional e comportamental diante de estímulos sociais, refletindo insegurança e medo de julgamento e a origem histórica disso pode ser de várias fatores.
Por outro lado, a vergonha é uma emoção intensa e negativa que surge quando nos percebemos como inadequados, falhos ou expostos perante outras pessoas.
É uma resposta à avaliação negativa que acreditamos receber dos outros.
A vergonha está relacionada a uma percepção negativa de si mesmo e pode levar a sentimentos de constrangimento, humilhação ou baixa autoestima.
Embora a timidez e a vergonha possam estar interligadas, é possível ser tímido sem sentir vergonha e sentir vergonha sem ser necessariamente tímido. ¯\_(ツ)_/¯
Depois disso, fiquei pensando: tá faltando algo com mais detalhes lá no site… E aqui estamos. Espero, de coração, que curta.
Agora, vamos juntos saber mais sobre a timidez?
E não esqueça, depois, de votar nas estrelinhas do final do texto e de compartilhar para sua rede de amigos e conhecidos.
1. A timidez é uma experiência subjetiva
Primeiro, precisamos definir o que a psicologia entende por timidez. E, já adianto, que não achei uma definição clássica para trazer para cá.
Normalmente, é caracterizada por sentimentos de desconforto ou inibição em situações sociais.
O grau de desconforto varia enormemente entre os indivíduos e pode se manifestar de várias formas, como dificuldade em iniciar ou manter conversas, desconforto ao falar em público e evitação de contato visual.
Na etimologia, timidez é um estado de tímido, que se origina do latim timidus (circunspecto, hesitante, medroso) e este de timeō (‘eu temo, tenho medo’), do verbo timĕre (‘temer, recear’).
Assim, a timidez está lá na escala gradual do medo, como a insegurança, a dívida, a ansiedade… Mas não nos adiantemos.
2. Nem toda timidez é igual à ansiedade social
Embora a timidez possa estar associada à ansiedade social, não são a mesma coisa.
A timidez é vista como um traço de personalidade, enquanto a ansiedade social é um diagnóstico clínico dado quando a preocupação com a avaliação negativa em situações sociais é tão intensa que interfere na qualidade de vida do indivíduo. Inclusive você pode ler mais aqui.
O transtorno de ansiedade social (TAS), também conhecido como fobia social, é um transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo persistente e excessivo de ser criticado e julgado em situações sociais ou de desempenho.[1]
Neste transtorno, os indivíduos acreditam que estão sob constante escrutínio pelas outras pessoas.
Diante de tais situações os indivíduos tendem a apresentar sintomas típicos de ansiedade como palpitações, tremores, sudorese, tensão muscular e por aí vai…
Então: para ficar claro, timidez não é um transtorno na acepção clínica.
3. As origens da timidez são multifacetadas
As origens da timidez são uma combinação complexa de fatores genéticos, biológicos e ambientais.
Alguns indivíduos podem ser geneticamente predispostos à timidez, mas experiências de vida e ambientes sociais desempenham um papel significativo em determinar como e quando essa timidez se manifesta.
4. O ambiente pode moldar a timidez
Ambientes que frequentemente expõem indivíduos a críticas, vergonha ou rejeição podem contribuir para o desenvolvimento da timidez.
Além disso, a superproteção parental pode limitar as oportunidades para o desenvolvimento de habilidades sociais na infância, o que pode aumentar a propensão à timidez.
5. A timidez é contextual
A timidez não existe no vácuo; ela é influenciada pelo contexto social e cultural em que ocorre.
Em culturas que valorizam a extroversão e a assertividade, os indivíduos tímidos podem se sentir mais inseguros ou inadequados.
No entanto, em culturas que valorizam a humildade e a reserva, a timidez pode ser menos estigmatizada.
6. Timidez não é igual à introversão
A timidez é frequentemente confundida com a introversão, mas esses são conceitos diferentes.
A introversão é uma orientação de personalidade onde as pessoas preferem passar o tempo sozinhas ou em situações calmas e pouco estimulantes. Por outro lado, a timidez é caracterizada pelo medo ou ansiedade em situações sociais.
Embora esses traços possam coexistir em algumas pessoas, nem todos os introvertidos são tímidos, e nem todos os tímidos são introvertidos.
7. A timidez não é inerentemente ruim
A timidez não é necessariamente uma coisa negativa.
Muitas pessoas tímidas são pensadoras profundas, empáticas e excelentes ouvintes.
A timidez pode ser uma forma de autoproteção, evitando possíveis situações perigosas ou desconfortáveis.
Ela só se torna problemática quando interfere na capacidade de uma pessoa atingir seus objetivos ou aproveitar a vida.
8. Existem maneiras eficazes de gerenciar a timidez
Existem várias estratégias eficazes para gerenciar a timidez.
Técnicas de autoajuda, como aprimoramento de habilidades sociais, autoafirmação, e exposição gradual a situações sociais podem ser úteis.
Vamos de bônus? Aqui estão 5 dicas para tímidos e tímidas.
- Pratique a auto-observação: Seja seu próprio cientista comportamental. Faça anotações diárias de suas interações e reações sociais. Identificar padrões em suas respostas pode ajudar você a entender melhor suas próprias experiências de timidez e dar a você uma base para começar a fazer mudanças.
- Dê pequenos passos: Não precisa ir direto para uma grande festa ou apresentação em público. Comece com pequenas interações sociais, como conversas breves com um colega ou um vizinho. A prática gradual pode fortalecer sua confiança e habilidades sociais. Não se pressione!
- Crie um mantra positivo: Os pensamentos negativos podem aumentar a timidez. Encontre uma frase ou um mantra que inspire confiança e positividade, como “Eu sou capaz” ou “Eu posso lidar com isso”. Repita esse mantra para si mesmo antes e durante situações sociais desafiadoras.
- Expresse seus pensamentos e sentimentos: Encontre uma maneira de expressar suas emoções e pensamentos, como escrever em um diário, pintar ou fazer música. Isso pode ajudar a diminuir a ansiedade e a proporcionar uma melhor compreensão de seus sentimentos.
- Procure um mentor ou um modelo de comportamento: Encontre alguém que você admira por suas habilidades sociais e observe como essa pessoa interage com os outros. Você pode aprender técnicas valiosas ao observar como eles lidam com situações que você acha desafiadoras. Não se esqueça de que cada pessoa é única, então adapte o que você aprender à sua própria personalidade e conforto. E lembre-se, observar é diferente de fazer juízo de valor
9. A timidez pode ser superada
Embora a timidez possa ser uma característica duradoura para alguns, é possível superá-la.
Muitas pessoas descobriram que, com o tempo, prática e exposição a diferentes situações sociais, elas foram capazes de reduzir significativamente seus níveis de timidez.
Isso não significa que a timidez desapareça completamente, mas que se torna gerenciável e menos limitante.
10. A empatia é fundamental para lidar com a timidez
Ao lidar com a timidez, seja em nós mesmos ou em outros, a empatia é crucial.
Ao reconhecer que a timidez é uma resposta natural e compreensível a certas situações sociais, podemos começar a tratar a nós mesmos e aos outros com mais gentileza e compreensão.
Isso pode ajudar a aliviar a ansiedade associada à timidez e encorajar interações sociais mais confortáveis e gratificantes.
Conclusão
A timidez é uma experiência comum, mas complexa.
Ela se manifesta de formas diferentes em diferentes pessoas e pode ser influenciada por uma variedade de fatores genéticos, biológicos e ambientais.
Ao entender melhor a timidez, podemos começar a desenvolver estratégias mais eficazes para lidar com ela e ajudar outros a fazer o mesmo.
Lembre-se, a timidez não precisa ser uma barreira para o sucesso ou a satisfação na vida. Com as ferramentas e estratégias certas, é possível gerenciar a timidez de maneira eficaz e viver uma vida rica e gratificante.
Beleza?
É isso. Espero que tenha gostado e lembre-se, se tiver dúvidas é só deixar nos comentários. Você também pode agendar suas sessões de terapia com nossos psicólogos e psicólogas bem aqui.
Até a próxima.
Bibliografia sobre timidez
Perez, J. B. L., & Dias, M. A. D. (2011). Crianças tímidas: aprendizagem da criança tímida e sua relação nos aspectos sócio afetivo. Revista Eventos Pedagógicos, 2(2), 102–111. https://doi.org/10.30681/reps.v2i2.9102
Santos, J. C. dos, & Barcelos, A. M. F. (2018). “Não sei de onde vem essa timidez, talvez um medo de parecer ridículo”: um estudo sobre a timidez e a produção oral de alunos de inglês. Revista Horizontes De Linguistica Aplicada, 17(2). https://doi.org/10.26512/rhla.v17i2.22627
Marinho, Anna Carolina Ferreira et al. Autopercepção de timidez e sua relação com aspectos da fala em público. CoDAS [online]. 2020, v. 32, n. 5 [Acessado 25 Junho 2023], e20190097. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20202019097. Epub 12 Out 2020. ISSN 2317-1782. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20202019097.
https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-49326295