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violência e amor

A violência pode ser confundida com o amor, mas não deveria

Sim, às vezes a violência pode ser confundida com o amor! Mas as pessoas podem construir e modificar as opiniões a respeito de si mesmas.

No passado do autodesenvolvimento, tomamos consciência por intermédio do senso perceptivo das emoções, sensações, sentimentos que melhores satisfaziam nossa demanda física e emocional, enquanto seres humanos únicos.

Acontece que a vida vai desenrolando, e a necessidade de ser aceito, enquanto característica marcante do ser humano, é ininterrupta.

Conforme nos desenvolvemos, os afetos que nos movem se expandem para além do amor parental e, em dado momento, o amor romântico se torna realidade imprescindível em nossas vidas.

A paixão chega com violência.

O fogo ardente do amor transforma os comportamentos, as sensações são maximizadas, os cheiros ocupam espaços significativos em nossa memória, que também é inundada com o registro mental da voz de quem se ama.

A vida ganha cor e os objetivos existenciais que antes giravam em torno do ‘eu’ e dos ‘meus ideais’, passam a ter uma segunda pessoa para comportar.

O outro entra de sola na vida, e dela passa a participar, dividir, decidir … decidir?

Um outro decidindo pela vida alheia?

Sim, passa a deliberar pela vida que não é sua. Mas a paixão fala mais alto, e o desejo de ser aceito por aquele ou aquela que te faz suspirar é mais forte do que a autonomia de ter nas mãos as rédeas da própria vida.

E por amor se adequa, se resigna, se rende, dá-se a preferência, obedece… obedece?

A obediência parece pertinente, como que em um jogo, no qual se aposta todas as fichas em busca de um prêmio, a obediência aos caprichos, preferências e ordens da pessoa amada parece predizer que os fins justificarão os meios.

A pessoa com o desenvolvimento psico-emocional comprometido pela influência, negativamente tirana do companheiro ou companheira, passa a se comportar de maneira submissa, subserviente e conformada diante daquele ou daquela no qual depende da atenção.

Quando um relacionamento afetivo atinge esse patamar, o autoconceito que existe sofre uma reviravolta, e a compreensão das experiências da pessoa que idealiza o amor incondicional do sujeito amado passa a influenciar suas próprias opiniões…

ATENÇÃO! É neste contexto que ocorre todo o tipo de violência.

Em nome da necessidade de ser aceito, amado, o entendimento das experiências vividas passa a justificar os comportamentos agressivos e autoritários do parceiro ou da parceira, eles são encarados como naturais, e todas as responsabilidades sobre os desajustes no relacionamento são assumidas pela parte vulnerável.

A tortura psicológica é entendida como falta de habilidade de compreender o que o outro quer expressar; a chantagem emocional pode ser percebida como inferioridade existencial; e a violência física como uma justa punição pela incapacidade de suprir as necessidades do outro.

A sequência destes acontecimentos não é uma regra, mas os incontáveis casos de violência doméstica e os desajustes nas relações afetivas são muito comuns. Quem já não tomou conhecimento de um casal em pé de guerra, em que uma das partes sofre piedosamente mais que a outra, sem conseguir se desvincular do parceiro?

A Psicoterapia é capaz de intervir nestes contextos, auxiliando a pessoa que sofre a violência a maximizar seu entendimento em relação ao seu próprio campo experiencial, restabelecendo sua autonomia e a clareza para compreender, de maneira mais consciente, as dinâmicas que se abatem sobre si, restabelecendo a autenticidade e a capacidade para escolher diferente.

Se você se sente preso ou presa em uma dessas relações, em que o amor e a dor parecem andar juntas, de mãos dadas, e acredita não ter forças suficientes para conseguir mudar essa condição, você pode estar sofrendo violência na relação, isso não é natural, isso não é normal…Consulte um Psicólogo! Procure ajuda. Você definitivamente não está sozinho/a.

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Psicólogo CRP 06 / 131902 graduado pela Faculdade Anhanguera Educacional da cidade de Campinas/SP, pós graduando em Intervenções Psicossociais no contexto das Políticas Públicas e Docência do Ensino Superior na área da Saúde pela Faculdade Campos Elíseos de São Paulo. Formação acadêmica com ênfase em Plantão Psicológico. Psicólogo Clínico e Agente do Sistema de Saúde Mental da Polícia Militar do Estado de São Paulo desde 2016. Busca constante aprimoramento na Abordagem Centrada na Pessoa, da linha Humanista. Atualmente investiga as relações interpessoais em Mediações de Conflitos.

Gostaríamos de escutar o que você tem a dizer.

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