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Quando sonhar é o que nos resta

Sonhar é expressar aquilo que desejamos.

Freud tem um livro que fala sobre os Sonhos, e nele, nas primeiras páginas há uma tentativa de definir todo o conceito onírico (aquilo que se refere a sonhos ou com eles se parece) do sonhar e sua atividade cerebral, mental, consciente e inconsciente.

Daria um livro só para conseguir falar sobre o assunto, portanto, conversem com o seu psicólogo ou psicanalista sobre sonhos e Freud se quiserem… *Rs esse texto já tem muita palavra complicada para chegar ao ponto que queremos.. 😉

Mas vale lembrar que sonhar com algo, não é necessariamente fazê-lo dormindo. É uma jeito que expressamos quando queremos muito alguma coisa: sonhamos com uma viagem a Disney e com outros desejos.

Há também um termo, chamado de AutoProfecia ou profecia auto-realizadora: que é, no início, uma definição falsa de uma situação, que suscita um novo comportamento e assim faz com que a concepção originalmente falsa se torne verdadeira. [1].

O autor que inventou esse termo, era um sociólogo que exemplificou isso da seguinte forma: quando um boato que um banco vai quebrar se espalha, os correntistas retiram seu dinheiro do banco e ele definitivamente quebra (o que não aconteceria se eles não retirassem ou se o boato não tivesse iniciado o processo da catástrofe bancária).

Muitas vezes explicamos essa teoria com o princípio de bater o dedinho na quina da parede. Sempre existiu a possibilidade disso acontecer, mas se começamos a pensar muito sobre isso, e evitar “sempre que possível”  a quina, um dia quando esquecemos: pá! Batemos o dedinho na quina da parede e falamos: “viu falei que ia acontecer”!

Foi uma profecia auto-realizável.

A prognoplasia

Vou usar um termo complicado a partir de agora, cunhado por outro autor que estudava o Karl Popper [2] e o “efeito Édipo” para escrever sem entrar nos tecnicismos da psicologia, psicanálise e afins, o termo é prognoplasia.

Quando falamos de qualquer termo com o final “-plasia” dizemos que há um crescimento, uma nova formação irregular ou não de alguma coisa, falamos de desenvolvimento e assim por diante: ou se falamos aplasia (não crescimento ou não desenvolvimento).

Progno nesse caso vem de prognóse, ou  ‘conhecimento antecipado’ ou prognóstico que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. Portanto progno+plasia = crescimento do conhecimento antecipatório.

Assim, vamos para dois tipos de prognoplasias:

prognoplasias positivas: aquelas em que a divulgação do prognóstico tende a fazer que o evento previsto ocorra, ou, no caso extremo, efetivamente ocasiona sua ocorrência. As prognoplasias positivas costumam ser chamadas de profecias auto-realizáveis (self-fulfilling prophecies). 

O segundo tipo, obviamente, é o da prognoplasia negativa, correspondente às chamadas profecias auto-refutáveis, ou suicidas (Nagel, 1961, p.468 apud Oliveira) – aquelas cuja divulgação tende a fazer que o evento previsto não ocorra.

Mas quando sonhar é o que nos resta?

Vivemos em crise. Crises existenciais, crises econômicas, você pode escolher qual você deseja. É humano. É (infelizmente?) comum.

O que nos resta é sonhar. Buscar no nosso desejo aquilo que nos dará motivação para seguir em frente. Podemos fazer planos futuros para várias coisas e todos darem errado, mas se o sonho existir continuamos buscando alternativas.

O perigo mora quando paramos de sonhar, paramos de colocar no horizonte alguma coisa que desejamos e, nesse papel é importante que tentamos a todo custo reforçar nossos sonhos.

Quando sonhar é tudo o que resta você, mais cedo ou mais tarde dará um passo adiante, e depois outro e assim conseguirá por em prática benéfica a profecia auto-realizável. Conseguirá colocar ação diante das suas expectativas.

Quando sonhar for tudo o que restar, sonhe, crie, vislumbre uma luz no final do túnel para levantar no outro dia e mentalizar: esse é meu sonho e aos poucos vou trabalhar para alcançá-lo.

Há poucos dias deste post, colocamos uma frase no Instagram: “a grandeza surgirá das pequenas coisas feitas todos os dias”. E é assim que vencemos cada uma das crises, melhor, superamos pois não é necessário vencê-las mas entender que daquela crise você tentará extrair o que é bom e o que foi ruim para mudar.

Quando sonhar for tudo o que restar, levante  a cabeça e olhe o horizonte. Pois alí, naquele sonho, mora o desejo expresso do que queremos e que tentaremos, sempre alcançar.

Referências:

[1] Merton, Robert K (1968). Social Theory and Social StructureNew York: Free Press. pp. p. 477 “The self–fulfilling prophecy is, in the beginning, a false definition of the situation evoking a new behaviour which makes the original false conception come ‘true’. “ISBN 9780029211304OCLC 253949

[2] Oliveira, Marcos Barbosa de. (1999). Popper e o “efeito Édipo”. Trans/Form/Ação21-22(1), 33-42. https://dx.doi.org/10.1590/S0101-31731999000100005

FREUD, S. (1900). A Interpretação de Sonhos. Rio de Janeiro: Imago, 2001.

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Psicólogo CRP 06/154.661 - Formado Psicologia e em Administração com ênfase em Marketing, geek que respira tecnologia, pesquisador e mestrando em tecnologias da inteligência e design digital. É um dos fundadores do Psico.Online e do MeuPsicoOnline.com.br. Com diversos artigos e livros publicados tem sua atuação focal em jovens, adultos e idosos. Agende comigo

1 comentário em “Quando sonhar é o que nos resta”

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