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Os rótulos nossos de cada dia

Depressão, ansiedade, TOC, hipocondria… rótulos que dão nome aos nossos sintomas, rótulos que nos apropriamos para explicar e justificar nosso mal-estar. Mas por que a gente age assim, se sabemos que somos muito mais do que isso?

Quando os pacientes vem diagnosticados, com rótulos nas testas

Em consultório, muitas vezes, a novidade é quando recebemos um paciente sem diagnóstico prévio ou mesmo sem uma enxurrada de informações que ele mesmo buscou no Google e que fielmente assumiu como uma verdade absoluta. Alguns chegam com o nome da doença, outros já com a solução, outros com a receita de medicamentos que valha-me Deus, parece uma lista de supermercado.

Quem chega assim se agarra ao rótulo como quem se agarra ao salva-vidas. Justificam seu estado emocional, seus sintomas e seu mal-estar. Rótulos que impedem o avanço por um caminho repleto de obstáculos, como é o caminho da vida. Tem paciente que chega com diagnóstico de depressão, pro exemplo, que acha que qualquer coisa que o deixe triste é porque ele recaiu. É como se a gente não pudesse mais sofrer!

E antes que você me julgue, não tô dizendo que não pode ter diagnóstico, só que é preciso cuidado, muito cuidado.

O diagnóstico é adequado?

É uma pergunta complexa de responder. Sim e não. Gosto da possibilidade de dar nome as coisas, aos sintomas, ainda que um mesmo problema apresente mil sintomas diversos e estejamos falando de um mesmo problema ou mesmo transtorno. É interessante saber o que temos diante de nós, contextualizar e sobretudo conceitualizar. Necessito colocar tudo sobre a mesa e saber como podemos trabalhar, seja a partir do meu modelo teórico ou de qualquer outro que possa ajudar esse indivíduo.

Agora cuidado, porque um diagnóstico pode ser uma faca de dois gumes. Quando damos nomes às coisas, existem pacientes que querem lutar para melhorar e abandonar esse nome, por alcançar o bem-estar que tanto desejam, mas há os pacientes que o abraçam, o usam e não avançam.

Modificar os termosrótulos, código de barras

Quando alguém vem a consulta e me diz que tem depressão ou qualquer outro tipo de transtorno pré-diagnosticado, esclareço sua terminologia para entrar numa normalidade social. Todos sofremos de ansiedade, depressão pânico, fobias e inclusive, em alguns momentos de nossa vida, sofremos de delírios. Todos passamos por isso alguma vez, mas cada um desses termos são considerados pejorativos, ainda que para outros deem sentido ao seu mal-estar e a sua justificativa de ser assim, de sofrer e não fazer nada para mudar.

Por que não utilizamos outras palavras?

Tristeza, nervoso, medos… Por que nos afastamos desses termos? Será a mesma coisa se o psicólogo escrever em seu prontuário que o paciente sofre de depressão, isso é só um termo. É só um rótulo para dar nome a algo. Está numa época triste, uma crise, um desânimo…

Fique com essa mudança na maneira de encarar as coisas, na maneira como se rotula e se finca no mal-estar. Caminhe com a sua psicóloga, o seu terapeuta e pessoas que querem te ajudar. Abandona esses rótulos, modifica os conceitos e volte a dizer… sou uma pessoa feliz e vivo em constante mudança e evolução pessoal.

Baseado no texto de saralaso.com

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CRP 6/101759 - Graduada pela Universidade São Francisco, mestre em Ciências da Saúde pela Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo. Psicóloga clínica desde 2010, busca constante aprimoramento na abordagem analítica. Estudou Cinesiologia no Instituto Sedes Sapientiae, frequentou grupos de estudo e supervisão teórica na Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica de São Paulo e ainda, integrou o grupo de Neurociências do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Atualmente é doutoranda em Psicologia Social, pela Universidad Complutense de Madrid.

1 comentário em “Os rótulos nossos de cada dia”

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