fbpx
o que falar quando alguém morre, consolar, crianças abraçadas

O que falar quando alguém morre? E 11 frases para não falar.

Acho que uma das coisas mais difíceis da vida, é a gente saber o que falar quando alguém morre.

Dá aquele aperto no peito, a gente tenta ensaiar frases de aconchego, de respeito, mas a verdade é que nenhuma frase será capaz de confortar o coração de quem acaba de perder alguém.

A morte é uma certeza para todos nós, a única certeza absoluta que temos na vida e ainda assim, não sabemos muito bem como lidar com ela.

Perdemos o chão ao perder alguém que amamos, nos sentimos desamparados, injustiçados e muitas vezes não sabemos como agir.

Levando isso em conta, será mesmo que a gente precisa ouvir ou ter o que falar quando alguém morre?

Pois é, talvez não.

A perda deixa um buraco e esse buraco vai ser preenchido com o tempo, com a significação e o encerramento do luto e, nessa fase, o mais importante é sabermos que não estamos sozinhos.

Ao invés de saber o que falar quando alguém morre, precisamos saber ouvir aqueles que viram um ente querido partir.

Ter um abraço, um colo, uma casa, uma comida preparada com carinho, costuma ser o melhor remédio para dor da perda. Estar a disposição, ajudar nos tramites ou em último caso evitar que a situação fique ainda mais desconfortável.

Então a nossa dica é: não precisa falar nada, esteja ali, pertinho, disponível.

Demonstre empatia e compreensão, sensibilidade.

Deixe que a pessoa enlutada se sinta acolhida e segura.

o que falar quando alguém morre
Photo by C Technical on Pexels.com

Evite falar coisas como: “ela partiu para algum lugar melhor”, se for crianças, evite falar “ela virou estrelinha”. Aliás, a lista é grande para se evitar:

  1. Bem, ele/a já estava muito velho.
  2. É melhor assim.
  3. Ele/a deixou de sofrer.
  4. A vida é assim.
  5. É a lei da vida.
  6. Essas coisas acontecem.
  7. Você é jovem, pode refazer sua vida.
  8. Você é jovem, pode ter outro/a filho/a.
  9. Você vai superar, você é forte.
  10. Não pude ir visitá-lo/a porque não gosto de hospitais.
  11. Você o/a encontrará novamente no céu.

Essas palavrinhas carregam muita dor consigo e podem transformar o sentimento em coisas que não são necessariamente verdades.

E embora o luto e a morte seja um tabú na nossa sociedade, ela é natural, e precisa ser vista dessa maneira.

Então, no lugar disso, deixe a pessoa falar o que quiser, seja apenas um ombro disposto a acolher a dor. As vezes, o silêncio é o melhor remédio. O ouvido e a escuta são importantes.

Mas se preferir você pode usar frases como:

Não há palavras para dizer o quanto sinto muito, mas apenas saiba que me importo;

Consigo imaginar a sua dor, e estou aqui com você, conte comigo.

Como você está? Como você se encontra? Posso ajudar em alguma coisa?

Lembre-se que agora não é a hora de usar a razão, de racionalizar ou gerar um debate. É um momento de dor e de acolhimento. Permita-se sentir.

E por fim, cuide para que essa pessoa não fique sozinha nos próximos dias. Esteja por perto, chame-a para um café, uma viagem, um passeio e assegure-se de que ela tenha sempre com quem desabafar e contar.

Leia também: Cinco fases para vencer o luto.

COMBINATO, Denise Stefanoni; QUEIROZ, Marcos de Souza. Morte: uma visão psicossocial. Estud. psicol. (Natal),  Natal ,  v. 11, n. 2, p. 209-216,  Aug.  2006 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2006000200010&lng=en&nrm=iso>. access on  29  Jan.  2021.  https://doi.org/10.1590/S1413-294X2006000200010.

Clique para votar
[Total: 4 Average: 3]

CRP 6/101759 - Graduada pela Universidade São Francisco, mestre em Ciências da Saúde pela Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo. Psicóloga clínica desde 2010, busca constante aprimoramento na abordagem analítica. Estudou Cinesiologia no Instituto Sedes Sapientiae, frequentou grupos de estudo e supervisão teórica na Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica de São Paulo e ainda, integrou o grupo de Neurociências do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Atualmente é doutoranda em Psicologia Social, pela Universidad Complutense de Madrid.

Gostaríamos de escutar o que você tem a dizer.

Rolar para cima