A compreensão do que é felicidade é algo que varia ao longo do tempo e depende do contexto cultural, político e social. E, embora seja assim, sempre surge a pergunta: o que é felicidade? Ainda mais quando vivemos entre a busca constante dela e a “felicidade de aparência” ou tóxica.
Atualmente, a felicidade é vista de diferentes formas por diferentes indivíduos e disciplinas. Para você ter uma ideia, vamos listar algumas dessas definições mais comuns:
- Em termos psicológicos, o que é felicidade geralmente é descrito como um estado positivo de bem-estar, satisfação com a vida e realização pessoal. Alguns psicólogos também descrevem a felicidade como uma combinação de emoções positivas, tais como alegria, entusiasmo, orgulho e contentamento.
- Em filosofia, a felicidade é vista como um objetivo ou uma condição final da vida humana, e muitos filósofos têm debatido sobre o que constitui a felicidade e como ela pode ser alcançada.
- Em economia, o que é felicidade freqüentemente é medido como o bem-estar econômico de uma população, que também é medido por indicadores, tais como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e outras regras que envolvem o capital, a produção e o consumo.
- Em sociologia, a felicidade é vista como uma dimensão importante da qualidade de vida e é influenciada por fatores sociais, como a renda, a educação, as relações interpessoais e as condições de vida.
- Em geral, a felicidade é compreendida como um estado positivo e desejável, mas sua definição exata varia dependendo da perspectiva e do contexto.
Ainda assim, a maioria das pessoas concorda que a felicidade é importante para a vida humana e que as pessoas buscam alcançá-la de diversas formas.
O que é felicidade? Uma emoção ou um sentimento?
A felicidade pode ser considerada tanto uma emoção quanto um sentimento, dependendo do contexto em que é avaliada.
Em geral, as emoções são respostas instintivas e imediatas a estímulos externos ou internos, enquanto os sentimentos são estados emocionais mais duradouros e complexos.
Por exemplo, se você ganhar um prêmio, pode sentir uma onda de alegria e excitação, o que seria uma emoção. Mas se você tem uma relação satisfatória com sua família, amigos e trabalho, pode ter uma sensação geral de bem-estar e felicidade, o que seria um sentimento.
Assim, a felicidade pode ser entendida como uma emoção quando é experimentada de forma imediata, como uma resposta a um evento positivo, por exemplo. Mas também pode ser compreendida como um sentimento mais estável, que é resultado de uma combinação de fatores positivos e negativos em sua vida.
Mas sempre é bom reforçar né? A felicidade é uma experiência subjetiva e pode ser influenciada por muitos fatores, incluindo a personalidade, as expectativas, as crenças e os valores pessoais, entre outros.
Vamos ver o que é felicidade para alguns teóricos da psicologia?
J.L. Moreno, o criador do psicodrama, definiu a felicidade como um estado de completude, realização e plenitude pessoal.
Ele acreditava que a felicidade é alcançada através da expressão criativa e da realização de potencialidades, incluindo a capacidade de formar relações saudáveis e significativas com outros.
De acordo com Moreno, a felicidade é um resultado da resolução de conflitos internos e da superação de obstáculos que impedem a realização de nossos desejos e potencialidades. Além disso, ele acreditava que a felicidade é uma jornada contínua e não um destino final, e que o autoconhecimento e a autoexpressão são fundamentais para a obtenção de uma vida plena e feliz.
No psicodrama, a felicidade é alcançada através da dramatização de conflitos internos, da superação de obstáculos emocionais e da realização de potencialidades pessoais.
A técnica psicodramática fornece uma plataforma para a expressão criativa, a resolução de conflitos e a realização de mudanças positivas, tornando-se uma ferramenta valiosa para a jornada rumo à felicidade.
Já nosso querido Sigmund Freud, o pai do psicanálise, não tinha uma concepção de felicidade muito convencional.
Ele acreditava que a felicidade é um estado passageiro e que a verdadeira natureza humana é instável e inclinada ao sofrimento.
Freud argumentou que o ser humano é governado por impulsos inconscientes e instintos que, em última análise, o levam a buscar prazer e evitar a dor.
Ele acreditava que a felicidade é alcançada quando os desejos e necessidades instintuais são satisfeitos, mas que essa sensação é temporária, pois novas necessidades e desejos surgem constantemente.
Assim, para Freud, a felicidade é algo relativo e não é possível alcançá-la de forma permanente. Em vez disso, ele acreditava que a realização pessoal e a satisfação emocional são mais importantes e duradouras do que a felicidade propriamente dita.
Uma visão oposta a de Freud sobre a felicidade é a abordagem positivista da psicologia, que enfatiza a importância das emoções positivas e da satisfação pessoal para o bem-estar emocional e a qualidade de vida.
Os psicólogos positivistas acreditam que é possível alcançar a felicidade de forma permanente, desde que sejam feitas escolhas positivas e sejam seguidas práticas que conduzam a um estilo de vida saudável e positivo.
Eles destacam a importância da gratidão, da empatia, das relações interpessoais saudáveis, da realização de objetivos e da espiritualidade, entre outros fatores, para a felicidade e a realização pessoal.
Assim, para os psicólogos positivistas, a felicidade é algo a ser buscado e alcançado, e não um estado passageiro ou relativo, como argumentou Freud.
No meio do caminho… o que é felicidade
Como não há uma única definição do que é felicidade, e, que possa ser considerada completamente equilibrada, pois a felicidade é uma experiência subjetiva que pode (ou não) variar muito de pessoa para pessoa e de situação para situação.
A visão freudiana da felicidade, enfatiza a instabilidade e a relatividade da felicidade, pode ser vista como uma abordagem mais realista, que reconhece a complexidade da vida humana e a inevitabilidade do sofrimento. Por outro lado, a visão positivista da felicidade pode ser vista como mais otimista e inspiradora, oferecendo uma perspectiva mais positiva e motivadora para a vida.
Uma abordagem equilibrada pode ser encontrada na integração dessas duas perspectivas, reconhecendo a importância tanto da realização pessoal e das emoções positivas quanto da aceitação e do enfrentamento do sofrimento e da instabilidade da vida.
Em outras palavras, uma abordagem equilibrada do que é felicidade, reconhece que ela é uma jornada contínua e que, às vezes, passamos por momentos difíceis, mas também reconhece a importância de buscar e preservar a alegria e a satisfação na vida.
O que é felicidade e, ela pode existir no mundo de hoje?
Sim, a felicidade ainda é possível em nossa sociedade atual, apesar de todos os desafios e estresses que enfrentamos.
No entanto, é importante reconhecer que a busca pela felicidade pode ser influenciada pelas expectativas e pressões sociais e culturais que são inerentes ao nosso mundo atual.
O capitalismo, por exemplo, pode criar uma cultura em que a felicidade é vista como um produto que pode ser comprado, o que pode levar a uma busca constante por bens materiais e posses que, na verdade, não são garantia de felicidade. Além disso, a vida moderna pode ser muito corrida e exigente, com horários de trabalho extensos, relações sociais superficiais e muitos estresses cotidianos.
No entanto, mesmo nessas condições, a felicidade ainda é possível.
Isso pode ser alcançado através da busca de relações saudáveis, propósito e significado na vida, atividades que nos dêem prazer e realização, e o cuidado com a saúde emocional e física. Além disso, é importante ter uma atitude de gratidão e positividade, mesmo diante de dificuldades, e reconhecer que a felicidade é uma jornada contínua e não um destino final.
Aqui estão 05 dicas que podem ajudar além do que é felicidade
- Encontre coisas que ame fazer: Encontre atividades e hobbies que você realmente aprecie e dedique tempo a eles. Isso pode incluir desde desportos até arte, música ou voluntariado. Quando fazemos coisas que amamos, sentimos prazer e satisfação.
- Mantenha relações saudáveis: As relações interpessoais são importantes para a felicidade. Mantenha relações saudáveis com familiares, amigos e colegas, e invista tempo em cultivar essas relações.
- Cuide de sua saúde física e mental: Uma alimentação equilibrada, exercícios regulares e descanso adequado são fundamentais para a saúde física e mental. Além disso, é importante procurar ajuda profissional se estiver enfrentando problemas de saúde mental.
- Cultive gratidão e positividade: Pense nas coisas boas em sua vida e seja grato por elas. Cultivar uma atitude positiva e olhar para o lado bom das coisas pode ajudar a ver a vida de forma mais otimista e aumentar a sensação de felicidade.
- Encontre propósito e significado: Encontrar propósito e significado em nossas vidas pode ser uma forma de encontrar satisfação e felicidade. Isso pode incluir coisas como trabalhar em uma carreira que seja importante para você, cuidar de outras pessoas ou contribuir para uma causa que acredita.
Essas são apenas algumas dicas para encontrar a felicidade, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante lembrar que a felicidade é uma jornada individual e que o que é importante é encontrar o que funciona para você.
Referências do que é felicidade
Ferraz, R. B., Tavares, H., & Zilberman, M. L.. (2007). Felicidade: uma revisão. Archives of Clinical Psychiatry (são Paulo), 34(Arch. Clin. Psychiatry (São Paulo), 2007 34(5)). https://doi.org/10.1590/S0101-60832007000500005
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