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Informação e Imaginação no Psico.Online

Informação e imaginação na nossa ansiedade

Informação e imaginação tem ações concretas na nossa ansiedade? O quanto nossas informações e o ambiente onde estamos interferem ou mudam as nossas expectativas?

As respostas são: sim, e muito.

Como seres sociais somos bombardeados a cada instante por dezenas de dados – da sociedade – que chegam por diversos meios: conversas, publicidade, leis, livros, família, filmes, música, séries, internet… e, que transformamos em informação relevante para nossa tomada de decisão.

Todas essas informações comporão nossos filtros.

Vamos ponderando, agregando o que nos cabe e jogando fora o que não nos serve.

Já que a informação é apenas informação. Não é boa e nem ruim. Informa para uma tomada de ação.

Contudo, como utilizá-la depende do quanto nosso filtro está ou não calibrado (equilibrado) para um lado ou para o outro: para o moral ou o amoral, para o individual ou para o comunitário, para o ético e o aético e todos os outros elementos extremados.

A ação é nossa. O peso é nosso. A medida também é.

Essa conversa me fez pensar: é certo ou errado isso?

Essa publicidade me convence, com técnicas, que preciso ou não de algo?

As leis nos obrigam a permanecer em uma linha que organiza e nivela todos com um balizamento geral?

A opinião da nossa família, amigos, entes queridos com suas falas, com seus modus operante, caras, bocas e palpites?

O quanto os filmes que assistimos nos fazem acreditar nisso ou naquilo, assim como músicas e séries?

Tudo isso compõe nossa lista de decisores.

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Quando somos mais novos, a nossa baliza decisória são nossos adultos (pais, avós, responsáveis) mas, conforme crescemos, ampliamos nosso leque: amigos, escola e a responsabilidade das decisões começa a se tornar parte do nosso dia a dia.

Quanto mais “cheios” ficamos, menos dependente dos outros para ações fáceis, também ficamos.

Contudo há aí um problema: e quando não há um ponto confiável de decisão e a vida nos obriga a decidir? Só nos resta a recorrer a nós mesmos e às informações que coletamos durante nossa caminhada.

E isso dá medo.

Medo da responsabilidade.

Medo de escolher.

Medo de arcar com as consequências das nossas decisões.

E, uma vida cheia de medos, nos trava, nos deixa ansiosos, inseguros diante de informações que não informam, ou que não sabemos “ler”.

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O insight para escrever este texto veio de uma ida a casa da minha mãe, dia desses durante a pandemia.

No percurso, depois de ficar isolado durantes dias, via na rua as pessoas com máscaras e pensei: “será que veremos uma névoa verde que transformarão as pessoas, e identificará o ataque do vírus”? Falta cinematografia para identificarmos “a nuvem”.

Sabia que era bobagem, mas de onde veio a referência?

De filmes, onde uma representação de algo invisível que nos atinge precisa ser visual – uma névoa de qualquer cor, um eclipse, um contágio com elementos visíveis um borrão que se movimenta na tela que seja!

Como veríamos que o tal vírus está atacando se não estamos em um filme?

Como acreditar que ali, no hospital, há tantos morrendo?

Como nos colocamos no lugar do outro se, do nosso ponto de vista, estamos cercados por nossas próprias crenças e motivações?

O quanto você tenta proteger sua família e ignora alertas de especialistas pelo simples fator de “eu os protejo do jeito que EU acredito”.

Quais foram as suas fontes de informação que o fazem estar mais preparado?

Confiança?

Conhecimento?

Habilidade?

Super poderes ou genialidade?

Experiência, pré-conceitos, conceitos ou intuição?

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“É que a imaginação se apóia sobre as palavras.”

(Sartre, 2002, p. 431)
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Temos a imaginação, a representação, a experiência, a informação – hipóteses, sínteses e antíteses e juntamos tudo isso para nos tornar mais seguros de nós mesmos.

O autoconhecimento e o conhecimento pautado em informações confiáveis ou autoridades são mais prováveis de “darem certo” do que crenças que são improváveis.

Para resolver isso, precisamos de algumas ações:

Dar as nossas crianças oportunidade de decidir e de se responsabilizar por suas decisões.

Ter certeza da fonte ou origem de onde nos apoiamos para decidir.

Conversar, para transformar aquilo que está tão bem formatado – mas abstrato e intangível na nossa mente – para transformá-lo em tangível e concreto.

Entender que expectativas podem ou não se concretizar.

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Quando iniciei este texto pensei em tratar do processo da imaginação em sua função na nossa vida, mas, caso fosse por esse caminho o texto aqui no blog seria imenso. Recomendo a leitura da bibliografia se você se interessar, pode ajudar um pouco, a você tomar uma decisão do quanto, você está no controle ou não dela.

Espero que tenha gostado do post. Compartilha. Indique um dos nossos textos para seus amigos.

Bibliografia sobre informação e imaginação

HEBECHE, Luiz. O conceito de imaginação em Wittgenstein. Nat. hum.,  São Paulo ,  v. 5, n. 2, p. 393-421, dez.  2003 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302003000200004&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  25  abr.  2020.

CRUZ*, Maria Nazaré da. Imaginário, imaginação e relações sociais: reflexões sobre a imaginação como sistema psicológico. Cad. CEDES,  Campinas ,  v. 35, n. spe, p. 361-374,  Dec.  2015 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622015000400361&lng=en&nrm=iso>. access on  25  Apr.  2020.  https://doi.org/10.1590/CC0101-32622015V35ESPECIAL154116.

Satre, J-P. 2002: São Genet – ator e mártir. Petrópolis, Vozes.

Imagem: Photo by Vlada Karpovich from Pexels

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Psicólogo CRP 06/154.661 - Formado Psicologia e em Administração com ênfase em Marketing, geek que respira tecnologia, pesquisador e mestrando em tecnologias da inteligência e design digital. É um dos fundadores do Psico.Online e do MeuPsicoOnline.com.br. Com diversos artigos e livros publicados tem sua atuação focal em jovens, adultos e idosos. Agende comigo

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