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gravidez e o amor em dobro

Gravidez: quando dois corações batem juntos o amor é bem maior

Do ventre ao coração…

Teste de gravidez positivo. E agora? Basta apenas a preocupação em comprar fraldas, berço, quarto do bebê? Fico pensando: O quanto de investimento emocional as pessoas estão dispostas a desembolsar neste momento?

Ensaio escrever este artigo há algum tempo. Como investigador do comportamento humano, acredito que estamos mais aptos à discutirmos as particularidades da vida quando experienciamos as inquietações humanas, as quais todas as pessoas estão sujeitas.

Cada caso com suas ressalvas, causas e consequências, entendo que o momento agora é de falar sobre as relações que envolvem, no convívio familiar, a geração de uma nova vida, o relacionamento com a gestante e a preparação emocional para a chegada do novo ente na família.

Como muitos já vivenciaram, uma gravidez é permeada por drásticas mudanças biopsicossociais envolvendo a futura mamãe, seu mundo, e a imagem que ela passa a ter de si e das pessoas ao seu redor.

A gravidez, do ponto de vista familiar, pode revelar desde elevados potenciais de empatia e compreensão, até a ira e o desencadeamento de sérios conflitos envolvendo as pessoas que se relacionam com a gestante.

A novidade da maternidade é um período delicado na vida de uma mulher, e a maneira de como lidar com esse evento pode comprometer toda a estrutura emocional daquela que é a protagonista desse momento.

O período gestacional adequado na gravidez

A gestação adequada é facilitada pela criação de um processo no qual a mulher passa a adquirir uma real afeição por si.

O pano de fundo da natureza humana é essencialmente positivo, e quando a futura mamãe se apropria da condição de que sua produção hormonal, sua transmutação física e sua instabilidade emocional necessitam ser aceitas como requisitos indispensáveis para a geração da nova vida, ela começa a incorporar essa identidade, se auto reconhecendo como peça chave do processo, aceitando todas essas mudanças e liberando seu corpo e mente para que a natureza atue plena e absoluta.

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Neste cenário há aceitação das pessoas que a cercam, há a exata compreensão do universo matriarcal e todo o círculo familiar compartilha das dificuldades enfrentadas pela gestante, fazendo com que o período gestacional seja um momento de passagem, onde a mãe antecipa a criação de vínculos afetivos com o bebê, entendendo que o momento de dificuldade pode ser suprimido por um clima de compreensão, ao invés de favorecer o desenvolvimento de traumas, culpas, receios e incertezas.

Quando condições facilitadoras estão presentes, a compreensão de que o mundo da mulher mudou a partir da fecundação é oportunizada, fazendo com que o olhar da própria gestante para sua nova condição também assuma um papel de benéfica função.

Se o momento é tratado com profundo respeito e consideração, onde o companheiro e os demais integrantes do grupo familiar aceitam o estado físico e emocional momentâneo da gestante, a gravidez passa a ser normalizada, minimizando os impactos dessa mudança.

Confiar nas potencialidades da futura mamãe e propiciar a liberdade e o espaço necessários para que ela possa manifestar todos os seus sentimentos, por mais negativos que possam parecer, torna os desdobramentos do puerpério absolutamente menos drásticos, minimizando ou até evitando problemas como a rejeição da criança, abandonos material, intelectual e afetivo, depressão pós-parto, entre outros.

O que acontece quando a gravidez não é tratada de maneira adequada…

Uma mulher incompreendida, não consegue entender as mudanças biológicas, sociais e emocionais causadas em sua vida pela gravidez, acabando por perder toda a grandeza que um dos momentos mais importantes da sua trajetória pode oferecer.

A incompreensão do universo da gestante é o carrasco absoluto desse momento, prevendo um aborto existencial diante de tudo aquilo que a futura mãe pode propiciar à criança, ao passo que limita a mulher elaborar claramente o quão é importante seu papel na dinâmica familiar daí então.

Ao contrário do que muitos imaginam, o papel de mãe não tem início após o primeiro choro do recém-nascido, começa muito antes, na revelação de que habita dentro de si um embrião, ou ainda, posso ir além, pois acredito que apenas o desejo da maternidade já possui o poder de sugerir uma demanda emocional que necessita ser compreendida.

A aceitação da real condição de quem gera uma vida é um relicário sagrado, guarda em si todo o potencial para oferecer ao mundo um novo e bom ser humano, e só pode ser facilitada pelas pessoas próximas à gestante.

Esse compromisso, que começa na abertura do teste de gravidez é, antes de tudo, irrevogavelmente uma necessidade em tempos de individualismo, competição e tragédias.

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Psicólogo CRP 06 / 131902 graduado pela Faculdade Anhanguera Educacional da cidade de Campinas/SP, pós graduando em Intervenções Psicossociais no contexto das Políticas Públicas e Docência do Ensino Superior na área da Saúde pela Faculdade Campos Elíseos de São Paulo. Formação acadêmica com ênfase em Plantão Psicológico. Psicólogo Clínico e Agente do Sistema de Saúde Mental da Polícia Militar do Estado de São Paulo desde 2016. Busca constante aprimoramento na Abordagem Centrada na Pessoa, da linha Humanista. Atualmente investiga as relações interpessoais em Mediações de Conflitos.

Gostaríamos de escutar o que você tem a dizer.

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