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Distúrbio

Distúrbios: ter dois ao mesmo tempo, como é possível?

Distúrbios, vamos falar sobre eles: uma das nossas leitoras nos deixou a dúvida.

“Gostaria de saber o que acontece quando se tem os dois distúrbios. Inclusive já tive diagnóstico dos dois no meu último psiquiatra. [moderado pelo editor para preservar o sigilo] na maior parte das minhas crises tinha um ou outro, mas pareço estar com os sintomas de ambos ao mesmo tempo o que é estranho. Como é possível?

Sempre verificamos as dúvidas enviadas e respondemos àquelas que acreditamos que auxiliarão outros leitores com dúvidas semelhantes. Contudo, as consultas ao profissional, por e-mail, são cobradas no valor de uma sessão psicoterapia.

Gostaria de consultar um psicólogo com uma dúvida? Fale Conosco.

Agora, respondendo a dúvida: o corpo é um grupo de sistemas ligados entre si, de modo que é possível ter “dois distúrbios” ao mesmo tempo (concomitantes) relacionados e não relacionados.

Também é possível que um  inicie o outro e além disso, também é possível que exista uma relação direta ou indireta entre os tais (comorbidade ou sindemia).

Se você teve diagnóstico de ambos com o seu psiquiatra, recomendamos que fale com ele novamente para melhorar o progresso no seu acompanhamento, pois é parte do acompanhamento clínico você informá-lo de mudanças e percepções que acontecem no decorrer do tratamento.

No sentido das possibilidades de ter duas coisas acontecendo ao mesmo tempo, vamos lá.

Você pode ter uma gripe e um pé quebrado ao mesmo tempo – nesse caso, são dois “distúrbios” em sistemas diferentes e sem relação de causa ou efeito direta; porém, nem tudo no mundo da psicologia tem uma causa e efeito direto.

Você pode ter quebrado o pé porque com a gripe forte estava fraca e só por isso quebrou o pé.

Essa é uma relação indireta para o exemplo, mas que teve ligação.

Superficialmente, para ilustrar a dúvida, vale dizer que não estamos sequer falando na diferença entre um diagnóstico, prognóstico, um acompanhamento ou mesmo a diferença de uma doença, um distúrbio, transtorno ou trauma.

Tudo isso faz diferença quando alguém irá tratá-la.

E, neste ponto, segundo a nossa ordem legal brasileira – de atribuições profissionais – é essencial dizer que somente o médico é o profissional que oferece um diagnóstico, por isso, a sua dúvida se inicia com o psiquiatra que a diagnosticou e por isso recomendamos que também o consulte para tirar essa dúvida. 😉

O psicólogo, nesse sentido, levanta uma ou mais hipótese diagnóstica e utiliza o ferramental da psicologia para defender ou não essa hipótese e para trabalhar em uma equipe multidisciplinar, colaborando em variáveis que podem afetar esse diagnóstico.

Mas vamos continuar com mais algumas definições que aprofundam a resposta:

Sindemia (Syndemic/Sindémico)

é a definição de afecções de saúde que interagem de maneira sinergística, produzindo um excesso de ocorrência de doença em uma população. Que se caracteriza pela interação mutuamente agravante entre problemas de saúde em populações em seu contexto social e econômico.

Imagine o seguinte: em uma matéria chamada epidemiologia, no mundo existe três grandes pandemias – de doenças distintas – (epidemias de níveis imensos) mas, a relação de uma com a outra é que faz acontecer um outro resultado.

Nesse sentido, é o que chamamos de relações sindêmicas e que geram discussões entre linhas específicas de estudo ainda em andamento.

Um exemplo é quando há um grupo de profissionais que diz que não existe TDAH e outro que existe TDAH.

Comorbidades

Aí, também temos a Comorbidade que é a presença de doenças coexistentes ou adicionais com relação ao diagnóstico inicial ou com relação à doença índice que é o objetivo do estudo.

A comorbidade pode afetar o desempenho de indivíduos afetados e até mesmo a sua sobrevivência. Pode ser usado como um indicador prognóstico para a duração da hospitalização, fatores de custos e de melhoria ou sobrevivência.

Por exemplo: no transtorno dismórfico corporal a comorbidade mais comum é o transtorno depressivo maior, com inicio geralmente após o primeiro se instalar. Também o transtorno de ansiedade social (fobia social) é comórbido, como o TOC e transtornos relacionados a substâncias. [1]

Além de tudo isso, também temos os acontecimentos, características ou qualquer outro fator real que potencialmente possa afetar as condições de saúde ou alterar algum resultado já definido que são os fatores epidemiológicos.

E seguindo esse caminho os vieses, os fatores etários, causalidade, fatores históricos e culturais.

Então como faço com os distúrbios?

Querida leitora, espero ter tentado deixar o mais claro possível e não tão técnico o conteúdo deste post. Foi um trabalhão. Para fechar, é possível que dois distúrbios aconteçam e o melhor a ser feito é falar com o seu psiquiatra e também com o seu psicólogo. Ambos estão ou deveriam acompanhar a evolução do seu caso e essas mudanças para efetivar ajustes tantos medicamentosos quanto ambientais e comportamentais.

Acompanhar tudo com uma equipe multidisciplinar, nesse e em tantos outros casos é o melhor a ser feito. 😉

Fontes consultadas:

[1] DSM-5 p. 247.

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