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Diante das nossas trevas. Uma ou 2 questões sobre como expressamos aquilo que sentimos.

Constantemente estamos diante das nossas trevas. 

E o que isso significa? Qual o peso dessas palavras para a vida e o sentido/significado que as damos? Há trevas diante de mim. O que quero dizer com isso? O que você entende com essa frase?

Sentidos, significados, comunicar isso ou aquilo que percebemos, sentimos e vivemos.  

Existem trevas em mim. É um emaranhado em trevas ou em iluminação? Há excessos, ausência ou mistura?

Afinal, se partirmos de uma escrita no papel (para aqueles que têm interiorizado esse modelo de escrita) a soma de todas as cores é a cor preta, preto da noite escura, sem luz ou estrelas, com nuvens de tempestade. Tormenta, trevas… ou não tem tanto ênfase?

Não é trevas, é escuridão, mas é pouca ou muita escuridão? Diminuímos o grau das trevas ou como a sentimos e como a comunicamos?

Estamos no livro de papel ou no computador? 

Se for no digital, a soma de todas as cores é o branco; então, o que entendemos também vai mudar, pois a base muda, a soma de tudo não é mais trevas é claridade; a claridade ilumina a sombra que esconde aquilo que estava perdido ou que está de tocaia para nos predar.

Como nos comunicamos, como transformamos isso, naquilo? O que você realmente deseja dizer-me? Diante das nossas trevas. De quem é esse “nossas”? Seria diante das minhas trevas?

Paremos para pensar um pouco sobre esse tema, retornemos às nossas origens e aos nossos medos; aos sentidos figurativos e daquilo que tentamos expressar e comunicar para os outros e para nós mesmos.

Nosso medo da escuridão. Da noite sem a brilhante luz da lua.

Você que me lê aqui, já ficou em algum lugar com ausência de luz ou é um ser da cidade que mesmo com toda uma preocupação para ter escuridão no quarto há ainda uma “luz no final do túnel”, digo no quarto, piscando e mostrando às horas?

Já falamos de medo aqui. Da insegurança do desconhecido e das mudanças

Raramente falo da construção que se forma no tempo e nas nossas questões mais íntimas, mas vamos lá, hoje me deu vontade de escrever um texto com mais perguntas do que respostas.

Trevas vem do Latim TENEBRAE que descreve a “escuridão”. 

E aí incluímos nessa fala o peso da cultura da fé, daquilo que acreditamos ou desacreditamos ou da sua dualidade entre iluminação e escuridão, luz e ausência de luz. 

Afinal, para mim, a ausência de luz hoje, no meu quarto, é benéfica. 

A formação do que tentamos dizer para nossas ou minhas trevas vem cheio de elementos que se relacionam aos sentidos e significados da escuridão total; da ausência completa de luz. 

Da Ignorância (à luz do saber); da ausência de conhecimento; ausência de iluminação, da ideia, até por isso o ícone atual de ideia é aquela “lampadinha”; já pensaram como simbolizavam a ideia antes da invenção da lâmpada elétrica? 

Trevas vem carregada da expressão de estupidez, chega cheia da designação dos três dias que, na semana santa da religião cristã, antecede o sábado de Aleluia, sendo as igrejas privadas de iluminação.

Você tem para você que as trevas vem de onde? Dos filmes? 

Do cavaleiro das trevas (o Batman) que é herói ou anti herói? Ou do Darth Vader, com o “lado negro da força”? Será que falamos de racismo ou misturamos os conceitos para explicar e argumentar naquilo que queremos ou não dizer, mas dissemos?

yin yang symbol on brown beach sand trevas e iluminação
Photo by Jben Beach Art on Pexels.com

De onde vem a ideia de que na escuridão, nas trevas, há o maligno? 

Seria o maligno o animal que caçava os homens fora da caverna, ou seria apenas aquele que “nos fazia mal”? Animal ou o inimigo escondido?

Dependendo da sua necessidade, você poderá partir para a parte filosófica, para a parte da definição na física, para a definição religiosa, na caça nos filmes mas aqui, te pergunto diretamente: qual era, naquele instante, o desejo implícito para ser transmitida (comunicada) a percepção e aquilo que você sentia?

Será que para o homem que estava saindo da caverna, diante de um predador o via como mal ou como algo que fazia parte do seu dia e que precisava ser alimentado também? Você tem medo de sair à noite? Pela escuridão ou pela violência?

O que quero dizer é que quando nos expressamos com a frase: as trevas diante de mim, queremos dizer algo, expressar um sentimento, emoção; um conjunto de “coisas” que para aquele que está comunicando a um psicólogo raramente importa se a origem era uma ou outra.

Quem diz que há trevas em mim, quer expressar o peso de todo esse conteúdo. Que trevas? 

Você me fala que há mal em você ou que há escuridão? 

Qual o grau?

Que há vazio na ausência de uma fagulha que te acolha numa imagem criativa de um quarto na temperatura adequada (alguns mais quentes ou mais frios), aconchegante, iluminado, escuro, breu ou lusco fusco?

É difícil expressar aquilo que sentimentos. Requer repertório, entendimento, tempo. 

Diante das minhas trevas, às vezes eu “alumio” explicando que existe dor, medo, solidão. Diante das minhas trevas, às vezes eu a abraço e durmo pois me sinto seguro, em um ambiente tranquilo e em trevas que eu produzi.

Diante das minhas trevas eu escrevo um texto para você, explicando que as minhas trevas não são figuras do mal mas daquilo que não quero olhar. Deixa lá, no fundo “escuro” da gaveta, pois afinal, se eu iluminar aquela bagunça, escolherei arrumar ou deixar para que alguém, no futuro, arrume a minha própria falta de organização.

Mas espera aí. Estamos falando das nossas trevas ou das minhas? Da sua creio eu. Então me explica, por favor, o que você quer me dizer quando diz: estou diante de trevas.

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Algumas referencias para falar sobre as trevas

Poluição luminosa de grandes cidades faz estrelas ‘desaparecerem’ do céu e pesquisas minguarem

Luz e trevas

Vilete, Edna Pereira. (2004). Perto das trevas: a história de um colapso. Natureza humana 6(1), 103-113. Recuperado em 23 de novembro de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302004000100006&lng=pt&tlng=pt.

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Psicólogo CRP 06/154.661 - Formado Psicologia e em Administração com ênfase em Marketing, geek que respira tecnologia, pesquisador e mestrando em tecnologias da inteligência e design digital. É um dos fundadores do Psico.Online e do MeuPsicoOnline.com.br. Com diversos artigos e livros publicados tem sua atuação focal em jovens, adultos e idosos. Agende comigo

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