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Construindo o Futuro: Por Que Seu Tempo de Qualidade é Essencial para o Desenvolvimento Infantil

Construindo o futuro, pedacinhos por pedacinhos.

Ontem tive uma longa conversa com uma colega psicóloga sobre o quanto o sofrimento na infância impacta nas nossas ações atuais.

Começamos falando no sofrimento adulto, que tem origem em como fomos tratados no passado. Nossas ferramentas de sobrevivência.

Além disso, conversamos por algum tempo sobre como adultos cuidadores muitas vezes despejam suas frustrações, ignorância e despreparo ao criar seus filhos.

Como psicólogos e psicólogas é difícil não se sensibilizar com o sofrimento que é cíclico: o adulto que cuida mal, foi mal cuidado e não pode, na maioria das vezes, oferecer algo diferente daquilo que apreendeu (o erro de apreender para aprender foi proposital).

Mesmo possuindo conhecimento, recursos, rede de apoio e estrutura básica, a tarefa de cuidado, educação, criação é monumental.

E quando falo de estrutura, falo também de tempo de qualidade. Imagina sem tudo isso.

Aliás, o conceito de “tempo de qualidade” é crucial.

Mais do que mera presença física, significa estar emocionalmente conectado e disponível para a criança.

É o criar memórias, estabelecer laços de confiança e ajudar a formar a base de sua autoestima e autoimagem que faz diferenças.

Refletindo sobre essa interação entre cuidador e criança, percebemos que a infância é o período em que as primeiras noções de amor, pertencimento e segurança são estabelecidas.

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E, é durante este tempo que a qualidade do tempo dedicado a elas se torna vital.

Recordações de momentos em que nossos cuidadores estavam genuinamente presentes tornam-se pilares de nossa identidade.

Nesse contexto, as teorias de Lev Vygotsky, psicólogo russo, se tornam particularmente relevantes.

Vygotsky defendia que o desenvolvimento cognitivo da criança ocorre por meio das interações sociais e da cultura.

Ele acreditava que o aprendizado é um processo colaborativo e social, em que crianças aprendem via interação com adultos e colegas mais experientes.

Usando essa perspectiva, entendemos o valor insubstituível do tempo de qualidade passado com as crianças e o seu oposto: a falta de tempo de qualidade e os malefícios que essa ausência ou presença tóxica causa.

É preciso ter em mente que esses momentos não são apenas oportunidades para fortalecer laços afetivos, mas também são cruciais para o desenvolvimento cognitivo e social da criança.

Ao interagir, brincar e conversar, os adultos desempenham um papel fundamental na mediação entre a criança e seu ambiente, auxiliando-a a compreender e interpretar o mundo ao seu redor.

No entanto, a ausência dessas interações de qualidade pode deixar lacunas no desenvolvimento infantil.

Vygotsky falou sobre a “zona de desenvolvimento proximal”, que é basicamente o que a criança pode fazer com ajuda.

Sem a orientação e o envolvimento ativo de um adulto ou colega mais experiente, muitas crianças podem não alcançar seu potencial pleno dentro desta zona.

A questão do tempo é, portanto, mais profunda do que muitos percebem.

Em um mundo acelerado como o nosso, é essencial fazer pausas conscientes e dedicar-se a interações significativas com as crianças.

É o atender a chamada de mentirinha, o estar perto para apoio emocional sem interferir nas suas descobertas é o desligar do celular, fazer um bolo, repetir e repetir atividades.

Afinal, não se trata apenas de criar memórias afetivas, mas também de moldar e influenciar diretamente o desenvolvimento cognitivo e emocional delas.

O investimento em tempo de qualidade com as crianças não é apenas um presente para elas, mas uma responsabilidade coletiva e um presente para você adulto, que sai do seu mundo compromissado, com stress e frustrações e entra, em um universo em construção.

Valorizar e priorizar esses momentos não só fortalece laços familiares, mas também constrói as fundações para uma sociedade mais empática, consciente e conectada.

E, à luz das teorias de Vygotsky, esse tempo juntos é uma ferramenta poderosa de aprendizado e crescimento.

Espero que tenha gostado dessas ponderações e que elas sirvam para você perceber, que nem sempre brinquedos, estar de corpo presente resolve; mas que tempo, ah, o tempo é escasso e essencialissimo.

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Psicólogo CRP 06/154.661 - Formado Psicologia e em Administração com ênfase em Marketing, geek que respira tecnologia, pesquisador e mestrando em tecnologias da inteligência e design digital. É um dos fundadores do Psico.Online e do MeuPsicoOnline.com.br. Com diversos artigos e livros publicados tem sua atuação focal em jovens, adultos e idosos. Agende comigo

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