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Amor não é suficiente e 3 dicas para o seu relacionamento afetivo

O amor não é suficiente, tenha isso em mente durante este texto. Esses dias, na sala de saúde mental, da rede social Club House o tópico que levantamos foi amor. Para ser mais exato, e sabendo que amor não é suficiente nem para um título, a sala foi: A idealização do amor no Club Saúde Mental Brasil.

E realmente o amor não foi suficiente para falar de tudo o que falamos nessa sala.

Conversamos sobre as relações abusivas e tóxicas. Sobre desejo, relacionamento de um modo geral, sobre lealdade e entrega. Foram tantos os sentimentos e emoções relacionados ao amor que é impossível lembrar de tudo, mas já observe o curioso, o amor e os sentimentos relacionados a ele.

A ideia inicial era falar dos tipos de amor, como faremos agora, resumidamente, para entrar no tópico de que o amor não é suficiente e nas dicas para o seu relacionamento afetivo.

Mas cabe lembrar uma definição que escutei em algum lugar: o amor é consciente, é quando transformamos nossas emoções pelo racional e compreendemos o quanto ele nos faz bem.

Vamos ao post?

O tipos de amor

red flower on white sand amor não é suficiente no psico.online confira o post.
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O amor é multidimensional, ou seja, não é possível dar-lhe uma definição única e exclusiva.

O amor é entendido, nas nossas vidas, como uma expressão de atitudes e sentimentos manifestados em afinidades físicas e emocionais.

Para compreendê-lo várias teorias foram desenvolvidas e várias linhas da psicologia se debruçaram sobre o amor, percebendo-o de diferentes maneiras.

Dentre elas, que estão na bibliografia deste texto, temos por exemplo, a teoria das cores ou estilos do amor assim como o amor visto sob a ótica psicanalítica.

Também adicionamos um artigo, que vê o amor sob a ótica da psicologia social e que o aborda com maior profundidade três teorias distintas: os estilos de amor de John Alan Lee, a teoria de apego, de Phillip Shaver, Cindy Hazan e Donna Bradshaw, e a teoria triangular do amor, de Robert J. Sternberg.

Tentei encontrar algum outro artigo específico sobre o amor na teoria comportamental, mas não achei nenhum facilmente, se você que estiver lendo conhecer, posta nos comentários por favor? Talvez façamos um post só para falar de amor, já que o amor não é suficiente!

Romanticamente, o amor é tudo aquilo que foi cantado pelo poeta, afinal, estamos em um artigo que não tem pretensão de afundar em definições, não é mesmo?

Para resumir (ou não) segundo os gregos, podemos definir o amor das seguintes formas:

O amor Eros, físico (passionate love) que se caracteriza como um amor erótico e apaixonado e que guia o indivíduo a buscar, rápida e intensamente o envolvimento, expressando o prazer de estar com o outro de forma verbal e tátil. É erótico e está ligado aos sentidos.

O amor Ludus, jovem, aventureiro, competitivo (game-playing love) que é um tipo descompromissado de amor, uma espécie de jogo/diversão que se volta para o pluralismo e liberdade, não se prendendo a um único parceiro, tendo uma pré disposição (separei propositadamente o predisposição para especificar o estágio anterior ao ato) para enganar no relacionamento. É dinâmico e está ligado a competitividade.

O amor Storge (friendship-like love) descrito como amor companheiro, que é expresso como um relacionamento construído lentamente a partir da confiança e do compromisso. É família ou familiar, mas será que famílias são sinônimos para amor ou só uma fonte provável dele?

O amor Mania (possessive love)  geralmente envolve experiências intensas e alternadas de alegria e tristeza, pois reflete uma obsessão pelo parceiro, uma dependência que justifica ações visando satisfazê-lo de modo a sustentar a relação. Confunde-se com a paixão, a obsessão e a possessão. É o ter, o querer e o possuir.

O amor Pragma (practical love) é descrito como um estilo baseado na praticidade e adequação do parceiro; na questão racional do par ideal. Tem o caráter instrumental social e econômico como motivação. É visto em casais que se formaram a partir de um casamento arranjado ou aliança política. Também inspira os casais a fazerem o seu relacionamento funcionar por causa dos filhos.

O amor Ágape (altruistic love) envolve a consideração altruísta dos desejos do parceiro. Vai no sentido da abnegação e do divino. O doador do amor não espera receber necessariamente o amor em troca. É considerado um estilo de amor distante de uma visão egoísta. É um amor pleno ligado à crença e plenitude.

O amor Philia: “amizade” no grego moderno, indica um amor virtuoso e desapaixonado. É o tipo de amor relacionado à amizade e companheirismo, onde não há a presença do eros. É descrito como o amor entre amigos e irmãos. Foi desenvolvido conceitualmente por Aristóteles, a incluir a lealdade aos amigos e à comunidade e requerendo igualdade e familiaridade. Esta é a única outra palavra para o “amor” usada nos textos antigos do Novo Testamento além de ágape.

E olha, esses são os mais comuns. E há mais, no artigo da Wikipedia de palavras para o amor, você pode encontrar todos eles. Consegue perceber como as dimensões do amor são várias? Como só o amor não é suficiente?

E quando partimos então para os relacionamentos como já falamos nos tipos de relacionamento saudável ou nos relacionamentos tóxicos ou abusivos? Um outro post muito bom do psicólogo Emerson, foi: A violência pode ser confundida com o amor, será?

O amor não é suficiente

Agora que percebemos que os tipos são vários, e que o amor não é suficiente mesmo, vamos falar do que não é amor e das 3 dicas para o seu relacionamento afetivo.

O relacionamento afetivo ou amoroso?

Utilizamos o sinônimo para falar de uma relação entre indivíduos, parceiros, seja quais forem os gêneros envolvidos. Percebam que dessa maneira, poderíamos falar de uma sociedade e nesse caminho, de casamento ou formar uma casa ou lar… mas estou me perdendo.

Na visão construida socialmente, quando nos expressamos “relacionamento afetivo” os termos são relacionado ao romance, ao amor, “sublime”? Depende de quem o vive.

A construção do relacionamento afetivo, parte do afeto, e o afeto é aquilo que te afeta – positiva ou negativamente.

Esperamos, ou seja, desejamos, que nossa relação com nosso par, seja cheio de afeto (e tudo que relaciona-se a ele) ou seja, da afeição que tem sua origem lá no latim: AFFECTIO ou “relação, disposição, estado temporário, amor, atração”, da raiz de AFFICERE, “fazer algo, agir sobre, fazer, manejar”, de AD, “a”, mais FACERE, “fazer”.

Então acompanhe: nos ligamos ao outro, afetivamente, agindo ou manejando o processo de amor ou atração, onde esse processo é individual e uma sociedade ou acordo entre as partes. Pegou?

Quando entramos nesse relacionamento amoroso, precisamos estar cientes daquilo que desejamos, queremos ou temos: Sexo, carinho, cumplicidade, lealdade, violência, abuso, falta de educação?

Qual é a forma que você quer entrar nesse processo? Qual o poder de escolha ou decisão que está sendo dado a você.

Cientes dessas questões, passemos então às dicas para o seu relacionamento afetivo ou amoroso.

1. O Amor não é suficiente e também não é violência

Temos inúmeros textos falando sobre violências aqui no site.

Dos mais diversos tipos e que poderiam, em alguma outra época, confundirem-se com o amor por meio da ignorância, mas não mais.

A sociedade se transformou e todos percebem lá no fundo quando se sentem violados(as), violentados(as), objetificados(as).

Podemos dar as mais longas teorias sobre o que é a violência, mas o que você sente, quando acontece com você, se parar por um instante para pensar, perceberá as sensações ruins, entristecedoras que vão da desforra (vingança) ao sentimento de impotência e revolta.

O amor não é suficiente, mas o amor não machuca e isso desde os tempos dos gregos – veja os tipos de amor. O amor sempre está ligado a um sentimento ou emoção de qualidades “elevadas”.

2. O amor não é suficiente mas também não deve ser eterno (em muitos casos)

Quando estamos no cenário romântico ou em algum próximo a esse instante, tentamos a ver o amor como algo eterno, mas em vários momentos das nossas vidas, precisamos primar pela nossa sobrevivência, bem estar, qualidade de vida e segurança.

Quando eternizamos o amor, criamos idealizações, entramos em um caminho muito sensível que por qualquer descuido, pode prejudicar a nós mesmos.

Há de ser necessário avaliar o “amor eterno” sob a ótica da materialidade, do conforto e da saúde. Esteja, amiga e amigo atento(a) para esse momento.

3. Não misture os canais, são seres individuais migrando para um processo comunitário

A individualidade precisa ser respeitada. Cada ser humano tem suas necessidades, seus desejos e suas “nóias”. Entretanto, quando falamos no relacionamento estamos falando de mais de um. Conversamos muito sobre isso no texto sobre relacionamentos saudáveis e em tantos outros aqui no site. Pesquisa alí na caixinha de busca: relacionamento.

O fato é que no relacionamento você negocia, cede, não cede. Ganha, perde. Aprende. O convívio e as relações precisam de equilibrio, não mediocre ou mediano e também não aquele que só beneficie um dos elementos na relação.

O conjunto passa a ter uma construção própria e a dinâmica do relacionamento precisa ser respeita.

Finalizando

É a mais pura verdade que tento ser sucinto nos meus posts, por mais que vocês possam duvidar. Ainda assim, sempre quando chego ao final dele, me parece que há tanto o que falar com você. Nesse ponto, o que posso sugerir é que ficou com dúvida, percebeu que está com problemas no relacionamento, traz para um psico.online. Vamos conversar e entender qual é a dinâmica, o que está faltando ou sobrando.

Vamos pesquisar juntos se o que está faltando é o amor, já que o amor não é suficiente, não é mesmo?

O que gostaria muito de deixar claro, é que não importa o gênero, uma relação precisa der uma série de sentimentos, emoções, ações e construções para fluir e se desenvolver. Erros são normais, mas devemos aprender com eles. Também não pode ser só um lado que erra, pois a dinâmica não traz equilíbrio.

Um relacionamento repleto de sensações e vivências ruins, é tóxico. E não tem nada, em absoluto, relacionado ao amor.

Espero que você comente neste post suas impressões. Vote, nas estrelinhas ali embaixo e, me procure, caso queira uma sessão para falar sobre o seu relacionamento. Até a próxima.

Um pouco de romance neste post, já que a melhor definição é dos poetas

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

E para continuar nessa pegada, que tal um pouco do amor de Shakespeariano?

O Soneto 116 fala do amor como um sentimento altamente idealizado. O amor aqui, visto pelo olhar de Shakespeare, é capaz de superar todas as barreiras, encarar qualquer desafio, vencer os limites do tempo e todas as dificuldades que se apresentam aos amantes.

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

William Shakespeare

Referências bibliográficas sobre o amor

Menezes, Aluísio Pereira deOs “amores” na clínica: uma investigação psicanalítica. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental [online]. 1998, v. 1, n. 4 [Acessado 28 Julho 2021] , pp. 111-124. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1415-47141998004007>. ISSN 1984-0381. https://doi.org/10.1590/1415-47141998004007.

Silva, Marianny et al. Gift-giving, Estilos de Amor e Sacrifício: uma Análise Entre Parceiros Românticos. Revista de Administração Contemporânea [online]. 2020, v. 24, n. 1 [Acessado 28 Julho 2021] , pp. 25-48. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2020190187>. Epub 20 Dez 2019. ISSN 1982-7849. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2020190187.

Martins-Silva, Priscilla de Oliveira, Trindade, Zeidi Araujo e Silva Junior, Annor daTeorias sobre o amor no campo da Psicologia Social. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2013, v. 33, n. 1 [Acessado 28 Julho 2021] , pp. 16-31. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-98932013000100003. Epub 09 Maio 2013. ISSN 1982-3703. https://doi.org/10.1590/S1414-98932013000100003.

Etimologia de afeição https://origemdapalavra.com.br/palavras/afeicao/ ou https://www.thesaurus.com/browse/affection

Poemas de amor https://www.culturagenial.com/maiores-poemas-de-amor/ ou https://www.culturagenial.com/maiores-poemas-de-amor-literatura-brasileira/

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Psicólogo CRP 06/154.661 - Formado Psicologia e em Administração com ênfase em Marketing, geek que respira tecnologia, pesquisador e mestrando em tecnologias da inteligência e design digital. É um dos fundadores do Psico.Online e do MeuPsicoOnline.com.br. Com diversos artigos e livros publicados tem sua atuação focal em jovens, adultos e idosos. Agende comigo

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