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Alzheimer: Aspectos Cruciais para Reconhecer, Lidar e Cuidar com 5 dicas para enfrentar o desafio do adoecimento

No Twitter do Psico.Online perguntamos sobre temas que vocês gostariam que abordássemos por aqui. A doença de Alzheimer foi uma dessas sugestões, então vamos lá, falar um pouco sobre os aspectos cruciais para reconhecer, lidar e cuidar do desafio do adoecimento do Alzheimer.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Alzheimer’s Disease International, é responsável por 60 a 70% dos casos de demência em todo o mundo [1].

A demência é a deterioração das habilidades cognitivas como a memória, o raciocínio e a comunicação, a ponto de interferir nas atividades diárias de uma pessoa. 

Demências são causadas por várias doenças e condições que afetam o cérebro, e uma das mais comuns é a doença de Alzheimer que afeta a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Logo, todos que têm Alzheimer sofrem de demência, mas nem todos que têm demências sofrem pelo mal de Alzheimer.

Neste post, exploraremos o que é essa condição, características que se confundem com outras patologias (doenças), comorbidades associadas — que é a presença simultânea de duas ou mais doenças ou condições médicas em um indivíduo ou a coexistência dessas condições que influenciam a gravidade, o tratamento e o prognóstico de cada uma delas, aumentando a complexidade do cuidado terapêutico necessário — além de como cuidar de alguém com Alzheimer. 

Também falaremos de estratégias de prevenção e tratamento e encerraremos com aspectos importantes para ajudar a enfrentar os desafios relacionados à doença. 

Lembre-se de que este post foi escrito para um público amplo e, portanto, utiliza uma linguagem simples e acessível, pelo menos tentamos. Além disso, estas informações não substituem a avaliação ou a orientação  de um profissional especializado, ok. 👍

Ou seja, se suspeitar da condição na consulta com o psicólogo ou psicóloga, pegue o encaminhamento para um neurologista ou psiquiatra, que  são as especialidades médicas que podem diagnosticar a doença.

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Photo by Kindel Media on Pexels.com

O que é a doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva — um tipo de doença que impacta o sistema nervoso central, provocando o declínio e a morte contínua de células nervosas, como os neurônios. 

Essa condição resulta no enfraquecimento gradual das funções cognitivas, motoras e/ou sensoriais do indivíduo que compromete a memória, o pensamento e o comportamento das pessoas. 

À medida que a doença progride, torna-se cada vez mais difícil  realizar atividades diárias e se comunicar com os outros, afetando assim a pessoa doente e quem está ao lado dela.

O Alzheimer é causado pela morte de células cerebrais e pelo acúmulo de proteínas anormais no cérebro, levando a uma perda progressiva de memória e funções cognitivas.

Características que se confundem com outras patologias

Muitas vezes, os sintomas do Alzheimer podem ser confundidos com outras condições. Alguns exemplos incluem:

Depressão: A depressão pode causar problemas de memória, dificuldades de concentração e alterações no comportamento, semelhantes aos sintomas do Alzheimer.

Hipotireoidismo: Uma tireóide pouco ativa pode levar a sintomas como fadiga, confusão mental e depressão, que podem ser confundidos com Alzheimer ou depressão.

Encefalite: A inflamação do cérebro causada por infecções virais ou bacterianas pode resultar em sintomas neurológicos, como confusão, problemas de memória e mudanças de comportamento.

Deficiência de vitamina B12: A falta dessa vitamina pode causar problemas neurológicos, como dificuldade para pensar, confusão e perda de memória.

Nesses casos uma investigação das alternativas é muito importante para que se elimine essas hipóteses e confirme o diagnóstico. Para isso, os médicos que cuidam do caso, deverão solicitar exames que confirmarão ou não a suspeita.

Comorbidades e Alzheimer

As comorbidades são condições que coexistem com a doença de Alzheimer e podem agravar seus sintomas ou aumentar o risco de complicações. Algumas comorbidades comuns associadas ao Alzheimer incluem:

Doenças cardiovasculares: As doenças do coração e dos vasos sanguíneos, como hipertensão e aterosclerose, podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer e contribuir para a progressão da doença.

Diabetes: A diabetes tipo 2 está associada a um maior risco de desenvolver Alzheimer e outras demências. O controle adequado dos níveis de açúcar no sangue é fundamental para reduzir esse risco e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Depressão: A depressão é uma comorbidade comum em pacientes com Alzheimer e pode agravar os sintomas cognitivos e comportamentais da doença.

Por isso é que não é possível pegar uma lista de sintomas, por exemplo, aqui na internet e atribuir a um diagnóstico clínico rápido como: ah, eu tenho isso então portanto tenho Alzheimer ou outra condição. 

Além disso, essas são comorbidades mais comuns. Outras condições podem fazer com que o diagnóstico seja um percurso mais longo e que requer o acompanhamento de vários profissionais na identificação e tratamento.

Cuidados para pacientes com Alzheimer e também seus cuidadores

Os cuidadores desempenham um papel crucial no apoio às pessoas com Alzheimer. 

Eles enfrentam desafios emocionais, físicos e, muitas vezes, financeiros ao cuidar de alguém com essa condição. 

Esse desafio pode gerar ansiedade, fadiga, estresse e muita angústia.

A seguir, apresentamos algumas sugestões importantes para cuidadores e familiares de pessoas com Alzheimer:

Comunicação efetiva: Adaptar a comunicação às necessidades do paciente é fundamental. Use frases curtas e simples, mantenha contato visual e seja paciente ao ouvir as respostas.

Ambiente seguro: Adapte o ambiente doméstico para reduzir riscos, como quedas e acidentes. Por exemplo, remova tapetes soltos, instale corrimãos e barras de apoio no banheiro e mantenha um espaço livre de obstáculos.

Estabeleça uma rotina: Uma rotina diária estruturada pode ajudar a reduzir a confusão e a ansiedade em pessoas com Alzheimer e facilitar a realização das atividades diárias.

Ofereça apoio emocional: Demonstre empatia e compreensão, ouvindo, escutando e reconhecendo os sentimentos de quem foi diagnosticado(a). Isso pode ajudar a construir confiança e melhorar a qualidade do relacionamento entre paciente e cuidador.

Além disso, lembre-se de algo fundamental: cuidadores são seres humanos que também precisam de apoio emocional e de cuidado nas tarefas diárias. 

Reforce sua rede de apoio e atenção. Tire momentos para você se recuperar e cuidar de si mesmo(a) e assim poder cuidar, com mais qualidade, de quem está enfrentando o Alzheimer.

Estratégias de prevenção e tratamento

Embora não exista cura para o Alzheimer, existem algumas estratégias de prevenção e tratamento que podem ajudar a retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

Algumas dessas estratégias incluem:

Estilo de vida saudável: Adotar um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, exercícios regulares e sono adequado, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver Alzheimer e outras demências.

Tratamentos farmacológicos: Medicamentos específicos podem ajudar a controlar os sintomas do Alzheimer em alguns pacientes. Consulte um médico e um farmacêutico para discutir as opções de tratamento adequadas.

Terapias não farmacológicas: Terapias como estimulação cognitiva, terapia ocupacional, arteterapia  e musicoterapia podem ajudar a melhorar a função cognitiva e o bem-estar emocional dos pacientes.

5 dicas importantes para enfrentar os desafios do Alzheimer

Enfrentar os desafios do Alzheimer pode ser uma jornada complexa e emocionalmente desgastante tanto para o paciente quanto para os cuidadores e familiares envolvidos. 

A doença neurodegenerativa traz consigo inúmeros obstáculos, exigindo adaptações constantes e compreensão profunda por parte de todos os envolvidos. 

Para ajudar a navegar por essa jornada e melhorar a qualidade de vida dos envolvidos, aqui estão cinco dicas que abordam aspectos educacionais, emocionais e práticos do cuidado e enfrentamento dessa doença.

Eduque-se sobre a doença: Conhecer os sintomas, a progressão e os tratamentos disponíveis para o Alzheimer ajudará a lidar com os desafios e a tomar decisões informadas sobre o cuidado do paciente.

Busque apoio: Participar de grupos de apoio, conversar com outros cuidadores e procurar ajuda de profissionais pode oferecer orientação e alívio emocional.

Priorize a saúde mental: Cuide de sua própria saúde mental e física. Pratique o autocuidado e busque ajuda profissional, se necessário.

Seja paciente e compreensivo: A doença de Alzheimer pode ser frustrante tanto para o paciente quanto para o cuidador. Lembre-se de que a pessoa com Alzheimer não está agindo de maneira difícil intencionalmente.

Mantenha o senso de humor: Rir e aproveitar os momentos positivos pode ajudar a aliviar o estresse e a criar conexões emocionais mais fortes entre o paciente e o cuidador. O humor também pode ajudar a tornar os desafios do dia a dia mais gerenciáveis.

O papel do psicólogo e da psicologia no tratamento do Alzheimer

A doença de Alzheimer afeta principalmente idosos, provocando a perda gradual de funções cognitivas como memória, orientação, linguagem e pensamento. 

Ainda assim é possível oferecer tratamentos e intervenções multidisciplinares que proporcionem uma melhor qualidade de vida para os pacientes e seus familiares. 

Nesse contexto, a psicologia e o papel do psicólogo tornam-se fundamentais no tratamento dessa doença.

Avaliação e diagnóstico precoce:

O psicólogo pode contribuir na identificação dos primeiros sinais da doença, aplicando testes neuropsicológicos que avaliam o funcionamento cognitivo do paciente. 

Um diagnóstico precoce permite um manejo mais efetivo da doença, retardando a progressão e minimizando os impactos negativos na vida do paciente e seus familiares.

Intervenções terapêuticas:

O tratamento psicológico é fundamental para auxiliar o paciente a lidar com as mudanças decorrentes da doença, bem como desenvolver estratégias para enfrentar as dificuldades cognitivas e emocionais focando na reabilitação cognitiva e no manejo de sintomas emocionais como depressão, ansiedade e estresse.

Estímulo cognitivo:

O psicólogo também atua no planejamento e implementação de atividades que estimulem as funções cognitivas, como memória, atenção e linguagem. Essas atividades podem incluir exercícios de memória, atividades lúdicas, artísticas e sociais. O estímulo cognitivo é crucial para manter as habilidades do paciente e retardar o declínio cognitivo.

Apoio aos familiares e cuidadores:

O psicólogo desempenha um papel crucial no fornecimento de apoio emocional e orientação aos familiares e cuidadores do paciente com Alzheimer. 

A doença pode ser extremamente desafiadora, não só para o paciente, mas também para aqueles que o cercam. 

O profissional pode oferecer aconselhamento, treinamento de habilidades e grupos de apoio para ajudar os cuidadores a lidarem com o estresse e a sobrecarga emocional.

Educação e conscientização:

Outra função importante do psicólogo é a educação e a conscientização sobre a doença de Alzheimer. Isso inclui informar a comunidade sobre os sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento – como este texto, bem como promover a compreensão e a empatia em relação aos pacientes e suas famílias.

Em resumo, o papel do psicólogo e da psicologia no tratamento do Alzheimer é abrangente, abordando desde o diagnóstico precoce até o suporte emocional e educacional para os pacientes, familiares e cuidadores. 

Essa abordagem multidisciplinar é crucial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e minimizar os impactos negativos da doença.

Finalizando e esperando que este texto possa ajudar

Ao longo deste post, exploramos o que é a doença de Alzheimer, características que podem ser confundidas com outras patologias, comorbidades associadas e dicas para cuidadores. 

Além disso, discutimos as estratégias de prevenção e tratamento que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Alzheimer. 

Mas lembre-se de que cada paciente é único e que a abordagem e os cuidados podem variar de acordo com as necessidades individuais.

Se você gostou deste post, compartilhe com amigos e familiares que possam se beneficiar dessas informações. 

Além disso, não se esqueça de avaliar nosso conteúdo nas estrelinhas e deixar seu comentário. Agradecemos sua participação e esperamos que as informações aqui apresentadas possam ajudá-lo a enfrentar os desafios relacionados à doença de Alzheimer.

Para saber mais sobre o Alzheimer:

[1] World Health Organization. (2019). Dementia. Retrieved from https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/dementia

Alzheimer Brasil (2021). Associação Brasileira de Alzheimer. Recuperado de https://www.alz.org/br/demencia-alzheimer-brasil.asp

Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2021). Portal de Revistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Recuperado de https://www.scielo.br/j/rbgg/

Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) (2021). Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento. Recuperado de https://ipqhc.org.br/cursos-e-eventos-3/palestras-gratuitas/proter-psicoeducacionais/

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) (2021). Recuperado de https://sbgg.org.br/

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