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A crise dos 30 anos e porque ninguém fala sobre isso

A geração Millennials, que se desenvolveu durante a revolução tecnológica da Internet, hoje está chegando ou já passou dos 30 anos.

O que ninguém contou aos Millennials, é que este período da vida pode ser marcado por uma crise existencial angustiante, que pode acontecer repentinamente ou aos poucos.

Se você está entre os 25 e 35 anos, sente-se “atrasado” na vida, questionando suas escolhas até este momento e até mesmo sentindo-se exausto e beirando o adoecimento físico e mental, atenção! É possível que você esteja na crise dos 30!

Continue a leitura para entender o conceito psicológico de crise, como a crise dos 30 anos acontece e o que você pode fazer para superá-la!

Antes de mais nada, e a título de curiosidade, saiba que a palavra CRISE, é uma palavra polissêmica, ou seja, tem diversos significados e definições diferentes. Por esse motivo escolhemos uma definição, apenas. Para que você, leitor, saiba de onde partimos e consiga acompanhar o conteúdo. 

Se você quiser se aprofundar em algumas teorias de crise dentro da psicologia, sugerimos algumas leituras no final deste artigo. 

O que é CRISE?

A crise emocional é um momento de nossas vidas, no qual nos vemos diante de uma situação nova, possivelmente transformadora e que gera desequilíbrio emocional. 

Diante de qualquer problema, nossa mente coloca em ação mecanismos de enfrentamento e resolução.

Em crise, uma pessoa pode se sentir incapacitada de resolver as situações que a afetam, pois, seus atuais mecanismos (emocionais e de pensamento) não dão conta de lidar com a situação nova, sendo necessário desenvolver mecanismos novos. 

É normal passar por crises?

Sim! Esses períodos de instabilidade emocional podem acontecer a qualquer momento, mas são mais comuns em momentos de mudanças e incertezas, como:

  • Aquisição, perda ou mudança de emprego;
  • Mudança de status: casamento, separação, gestação;
  • Fases específicas do desenvolvimento (transição da infância para adolescência, da fase adulta para terceira idade, etc).

É provável que você já tenha passado por diversas mudanças da vida. O que faz toda a diferença, é como se adaptou a elas.

Eu preciso mesmo lidar com as crises?

Se você pensa que a melhor forma de lidar com uma crise é fugindo do problema, “bebendo para esquecer”, ou simplesmente ignorá-la, está enganado.

Uma crise nos mobiliza a enfrentar situações difíceis de formas novas, e, assim, nos tornamos pessoas mais eficazes em resolver problemas.

Quando se tem uma compreensão saudável no período de crise, se contribui para o crescimento e maturidade pessoal, assim, levamos para a vida o aprendizado daquele momento e enfrentaremos melhor outros problemas e crises futuras.

Quando a crise não é bem solucionada ou quando não há compreensão de forma saudável deste período, tendemos a usar mecanismos falhos para enfrentar futuros problemas, e é provável que enfrente mais dificuldades em momentos futuros

A crise dos 30 anos é uma crise existencial

Se alguém diz que está em crise porque perdeu o emprego, porque vai se mudar de país, ou algum outro motivo externo, fica bem claro o que está ocasionando a crise.

Já as crises existenciais são mais “sutis”. Nem sempre o motivo desencadeador está tão claro, isso porque se trata de um processo interno no qual você questiona fundamentos morais, propósitos e escolhas que tomou até aquele momento.

Pouco se fala sobre isso, em parte pois cada um vivencia de um jeito e por isso pode ser difícil identificar que se está em crise e consequentemente fica mais difícil lidar com a situação. Mas não se preocupe, estamos aqui para ajudar você a identificar se você está vivendo este momento!

Como saber se estou na crise dos 30 anos?

Aqui estão alguns sinais de que você está vivenciando essa crise tão singular.

  • Sensação de estar “atrasada” com relação às conquistas de sua vida;
  • Medos relacionados ao envelhecer e inseguranças quanto ao futuro;
  • Dúvidas sobre as escolhas que fez até esse momento, sejam escolhas profissionais ou amorosas;
  • Sentimento de fracasso, mesmo sem identificar um fracasso específico;
  • Sentimento de desesperança quando pensa no futuro;
  • Sentir medo e sobrecarga de responsabilidades;
  • Decorrentes destas angústias, você pode sentir insônia, maior estresse, etc..

Acho que estou mesmo na crise dos 30 anos, o que eu faço agora?

A forma de superar uma crise é algo completamente singular, ou seja, cada um resolve de um jeito. Mas tem algumas coisas que é importante saber para que este período não se torne paralisante ou incapacitante em sua vida.

  1. Lembre-se que a crise é algo esperando em vários momentos da vida e não há nada de errado com você por estar passando por isso.
  2. Invista em autoconhecimento: seja realizando psicoterapia ou por outros meios.
  3. Não tenha pressa! Se demore um pouco nas angústias e procure identificar as causas.
  4. Evite soluções mágicas. Elas normalmente são como um quadro colocado na frente de uma rachadura da parede, só escondem o problema.
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Photo by Andrea Piacquadio on Pexels.com

A crise dos 30 anos e os Millennials

A geração do Milênio, ou geração Y, teve sua infância e adolescência – períodos importantes para o desenvolvimento da personalidade e aprendizado – marcados pela revolução tecnológica da internet. 

Como a primeira geração a viver “facilidades” da internet, também tivemos a superexposição a níveis de informação e estímulos avassaladores desde a infância, e uma das marcas da geração, então, é a facilidade de aceitar mudanças, bem como aceitar a multiplicidade de verdades do mundo

Em crise, isso age como catalisador, já que tivemos e ainda temos muitas “escolhas” a nosso dispor, o que torna mais complexo repensar as escolhas tomadas e avaliar se elas ainda fazem sentido. 

Fomos a primeira geração com presença maciça na web, e somos bombardeados a todo tempo com informações sobre pessoas da mesma faixa etária – e também dos mais jovens – que são “mais bem sucedidos”. Isso pode levar a uma comparação tóxica, baseada em fotos de redes sociais que são recortes das vidas das pessoas. As gerações anteriores, sem internet, não poderiam se comparar com tantas pessoas, nem com tanta facilidade.

A geração X viveu a exposição a modelos de sucesso e padrões de beleza por meio das propagandas de TV e revistas impressas, as pessoas usadas para veicular esses modelos eram específicas: as modelos de moda, capas de revista, atores e atrizes. Já a geração do Milênio tem uma exposição mais constante uma vez que o uso de internet é frequente, e, atualmente, a figura dos influencers, leva à (errada) percepção de que atingir “padrões” é algo acessível a qualquer pessoa.

Não sendo mais a única geração com presença dominante na web, a ocupação deste espaço (tão grande, mas tão acessível a todos) pela geração Z, deixa bem claro que os Millennials não são tão jovens assim. Essa informação colabora para a angústia de uma geração que está percebendo não ser mais adolescente, mas também não domina como ser “adulto”. Nossa ideia de como ser adulto se baseia em modelos que nossos pais ofereceram (ou seja, as gerações anteriores) ou que a mídia apresenta, e que atualmente não dão conta de serem reproduzidos em nossa realidade, tão complexa e tão nova. 

Concluindo….

Viver a crise dos 30 anos é algo esperado e se você está passando por isso, certamente não está sozinho! 

Lidar com a crise é importante para sua evolução, por isso invista em se autoconhecer e se aprimorar como pessoa, evitando comparações ou se criticar demasiadamente. Busque ajuda profissional de um psicólogo se sentir maior angústia emocional, ou se perceber que sua saúde mental precisa de um apoio.

Indicação de Leitura para você que está chegando aos 30 anos…

Um pouco mais sobre teorias psicológicas de crise:

Erik Erikson

https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/paganex/sabrinaferigato2007oatendimentoacrise.pdf

Quer saber mais sobre a geração Y (Millennials)? Aqui tem bastante informação.

Crise dos 30

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Psicóloga graduada pela Universidade Paulista, e especialista em Psicologia Hospitalar pela Faculdade de Medicina da USP.

Atuo como psicoterapeuta clínica desde 2014 em São Paulo nos bairros Vila Madalena (ZO) e Jardim São Paulo (ZN) com adultos e adolescentes, sou palestrante sobre temas de saúde mental e emocional e co-fundadora do Projeto Re-Criar, que visa a aproximação e discussão de temas psicológicos do universo feminino.
Na minha prática utilizo a abordagem psicodinâmica, que aborda os conflitos inconscientes e busca, a partir do vínculo e comunicação entre paciente e terapeuta, a superação de conflitos e o amadurecimento emocional da pessoa, para que se viva da melhor maneira possível.
06/11.843-0

CRP 06/126.802 - Formada em psicologia pela Universidade Paulista, co-fundadora do Teramor, projeto que visa apoiar mulheres que experienciaram relacionamentos abusivos, estimulando o empoderamento e amor próprio.
Sigo a abordagem fenomenológica existencial, por isso meu foco é na compreensão da existência de cada um baseando em suas vivências e convicções. Com isso consigo te ajudar a encontrar o sentido das coisas e de sua vida, consequentemente você encontra as possíveis soluções para suas questões e problemas. Entendo que cada ser Humano é único e deve ser tratado como tal, por isso não há receita pronta para resolver os problemas, é uma construção e estou aqui para te ajudar no processo!

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