A ansiedade é uma reação instintual de tensão e preparação física e mental para a ideia de uma ameaça futura. É um estado psicológico que antecipa a vivência dessas possíveis ameaças e produz comportamentos de esquiva e cautela.
A ansiedade se manifesta como uma aglomeração de energia mental, produzida pelas crenças e valores (individuais e coletivos) que possuem a função de guiar o comportamento humano.
Essa energia pode conduzir a um estado de perturbação psicofísica que pode ser pontual a alguma questão adaptativa, relacionada ao desenvolvimento individual, ou que pode perdurar além de um período de adaptação.
Em sua função adaptativa a ansiedade exerce a função de prever e antecipar algumas possíveis ameaças diante das demandas da vida. Assim, possibilita o planejamento de condutas mais assertivas em relação ao objetivo e desejo da pessoa.
Como por exemplo: uma entrevista de emprego, primeiro encontro, primeiro dia de aula, fazer uma viagem, prestar o vestibular, realizar uma escolha importante e passar nas provas. Há diversas situações que sinalizam o início ou a finalização de uma fase ou momento importante.
Como transtorno psicológico, a ansiedade se expressa de maneira intensa e ultrapassa os períodos dos quais ela seria adequada ao desenvolvimento individual.
Acontece quando os valores e as crenças estão distorcidos e se apresentam em forma de expectativas que não podem ser alcançadas. Isso coloca a pessoa na posição de experimentar a antecipação de ameaças que não podem ser trabalhadas como possibilidades reais.
Nestes casos são identificados alguns sintomas que sinalizam o estado ansioso e a intensidade varia em relação a sua importância e tempo de duração.
Sintomas Físicos:
- Tensão muscular;
- Aceleração dos batimentos cardíacos;
- Falta de ar;
- Sudorese;
- Fraqueza ou Cansaço;
- Náusea;
- Desarranjos Gastrointestinais;
- Respiração Ofegante.
Sintomas Psíquicos:
- Tensão e nervosismo;
- Preocupação;
- Irritabilidade;
- Falta de concentração e foco;
- Medo;
- Insônia;
- Agitação física (braços e pernas, por exemplo);
- Sensação de que algo de ruim vai ocorrer;
- Insegurança;
- Ideias e pensamentos acelerados e repetitivos sobre o objeto da tensão.
Uma vez que os sintomas tenham sido percebidos e haja a identificação de um possível transtorno de ansiedade é importante procurar um profissional. Com o apoio de um psicólogo você poderá desconstruir essas crenças e restaurar a segurança e confiança interior que, com o tempo, desgasta e enfraquece o equilíbrio psíquico.
Para casos de ansiedade em um momento adaptativo, ensino abaixo três passos para lidar com ela de forma mais eficaz.
1º Passo: O autoconhecimento
A identificação da questão por meio do autoconhecimento é fundamental. Afinal, o caminho que cada um deve seguir é único e não está escrito em manuais de conduta sociais.
É preciso descobrir o que se deseja e trabalhar a sua realização. Para isso, tomar conhecimento de si mesmo é o primeiro passo.
É importante saber quais pensamentos levam a este estado de alerta e questionar se eles conferem com a sua realidade imediata ou não. É necessário tomar consciência de que muitos fatores podem desencadear o estado ansioso.
Por isso é de suma importância prestar atenção nos momentos que te despertam angústia e estresse. É neles que irá encontrar o conteúdo que precisa para identificar o problema e resolvê-lo.
Busque conhecimento e questione-se: Como essas situações refletem em você? Como você se relaciona com esses valores e pensamentos?
Lembre-se que a emoção, quando tolerada e ouvida com atenção, leva a um conhecimento importante sobre si mesmo. Para isso ela precisa ser traduzida. Busque seu significado.
O autoconhecimento é uma prática de que deve ser cultivada todos os dias. Tal como os cuidados com o corpo, se faz necessário criar hábitos de cuidados com a mente.
2º passo – Organizar e priorizar
O passo seguinte é dar forma e/ou organizar os pensamentos e sentimentos que geram este estado de atenção.
O mais indicado é que para realizar e resolver as questões, você invista o seu foco em uma questão por vez. Ou seja, se há mais de uma questão importante a vista é necessário que, após tomar consciência do que se trata, você as organize em prioridades como metas a serem alcançadas.
Use listas ou agendas. São recursos que costumam auxiliar na organização e distribuição de ações.
3º passo – Executar o planejamento
O terceiro passo consiste em habituar-se a seguir o planejamento. A primeira vista parece simples, no entanto, em um estado ansioso a sua mente está sinalizando que suas importâncias não estão recebendo a devida atenção. Ou seja, você não está executando a configuração comportamental adequada para que a angústia finalize. Sendo assim você precisará criar um hábito novo e isso requer disciplina e comprometimento com a causa.
Postergar a execução do planejamento pode levá-lo a um acúmulo de questões importantes ou de tarefas menores. O que pode ser compreendido pela mente como uma ameaça em tempo futuro, por isso estipular metas e as cumprir poupará estresse e nervosismo desnecessários.
Esses três passos podem otimizar os processos de finalização dos estados ansiosos adaptativos.
Porém, quando o desejo está encoberto e disfarçado por uma significativa carga emocional, pode ser mais trabalhoso tomar ciência do que está acontecendo consigo. Para estes casos recomenda-se o acompanhamento de um profissional de psicologia.
A Prudência e a Sombra da Ameaça
A ansiedade pode levar à prudência em relação às possibilidades futuras ou ao estresse, nervosismo e esgotamento mental produzidos pela contínua vivência na sombra de uma ameaça ilusória.
Tudo em nossa natureza psíquica tem uma função. Para que o funcionamento seja saudável é necessário realizar a manutenção de nossas capacidades mentais, para isso o autoconhecimento é imprescindível.
Dar atenção prática de forma organizada à questões que realmente tem importância para você pode amenizar e te poupar estados ansiosos futuros.
Lembre-se: a importância para as questões de hoje devem ser dadas hoje!
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