Estamos gastando muito dinheiro tratando pessoas normais, foi o que disse o psiquiatra norte-americano Allen Frances, 73, professor emérito na Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), autor do livro “Voltando ao normal” (Versal Editores), recém-traduzido para o português.
O mesmo se aplica ao diagnóstico rotular aplicado sem testes ou um aprofundamento por parte dos profissionais em vários quesitos. Há uma grande discussão em torno da medicalização infantil e o processo de tratamento particularmente no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), de 2013.
Cabe aos profissionais da saúde pesquisarem e se aprofundarem no tema. Entendendo como e onde há a real necessidade de intervenção medicamentosa.
Temos de aceitar que nem toda angústia humana é transtorno psiquiátrico e que não há uma pílula para cada problema.
Em entrevista para o caderno Equilíbrio e Saúde da Folha de São Paulo em 11/09/2016, o professor, comenta um pouco da sua posição referente de liderança no DSM-4 , cuja diretriz foi tentar conter a inflação de diagnósticos, que já se espalhava na psiquiatria e na medicina em geral.
Há também uma gama imensa de artigos, tanto de psiquiatria, de psicologia e de medicina que trabalham o tema e que podem ser pesquisados na Cielo e outros grupos acadêmicos.
Vale ter em mente que em todos os casos a análise aprofundada, entendendo conceitos sociais, biológicos, pessoais são necessários para uma devida intervenção.
Para os profissionais de Psicologia vale a a opção de aplicar testes, encaminhar para profissionais de medicina providenciarem exames e encaminhamentos para psiquiatras em casos que é percebido a necessidade.
Consulte sempre seu orientador, seu grupo de profissionais e discuta para o crescimento conjunto.