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Percebi que sou uma pessoa má e agora?

Começo a fazer terapia, sigo semana após semana descobrindo coisas sobre mim que nunca nem imaginei. Uma reflexão aqui, outra acolá e eis que me descubro uma pessoa má.

Calma, eu vou explicar.

Descubro que sou uma pessoa manipuladora, egoísta ou malvada mesmo, dessas que gostam de provocar dor no outro.

Entro em pânico, apesar de não perceber o mal que causei até hoje, enxerga-lo no espelho me assusta. Me faz sentir até um pouco de vergonha. Afinal, como pude ser assim por toda uma vida e ninguém me falou nada?

Clique e fale com um Psicóloga Online agoraOu será que falou? É, talvez tenham tentado me alertar, mas eu não dei atenção. Estava no meu pequeno mundo, onde tudo, a princípio, parecia perfeito.

E agora? Como é que sigo a vida desse jeito? Sabendo que sou esse ser que não está tão cheio de luz como imaginava?

O relato acima é fictício, mas pode estar na voz e na vida de qualquer pessoa que decide se abrir, se enxergar e evoluir.

Acontece que quando nos damos conta de nossos aspectos negativos podemos sentir medo, pânico até, mas isso não é o fim. Afinal de contas, se você decidiu se abrir e encarar seus monstros, pode doma-los , evoluir e ser uma pessoinha cada vez melhor.

Não se desespere se descobrir algo ruim a seu próprio respeito, o processo terapêutico tem começo, meio e “fim”, ou seja, você se abre, descobre coisas e ressignifica elas. Não é fácil, eu sei, mas é lindo e transformador e é de dentro pra fora.

Permita-se abraçar essas “maldades”, muitas vezes elas surgem do sofrimento pelo qual passamos e tudo o que precisamos é de perdão, amor, acolhimento. Se você odiar suas sombras, elas crescem e ficam ainda maiores, mas se você abraça-las elas se encolhem, murcham, até quase desaparecerem.

Leiam também: Terapia é só para loucos?

Não tenha medo e nem vergonha de um dia ter causado o mal, mas não queira permanecer dentro dele. Olhe cada vez mais para dentro, para você, deseje e faça o que for possível para mudar essa história.

Ninguém precisa manipular, oprimir ou obrigar para ser feliz, para conquistar o que deseja ou para ser amado.

E se você compreender a essência disso tudo, tenho a absoluta certeza de que poderá mudar sua própria história e se orgulhar do que vê no espelho e sente no coração.

Se você nunca fez terapia, nunca conversou com um psicólogo, permita-se esse processo agora. Também tenho certeza de que não vai se arrepender 😉

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CRP 6/101759 - Graduada pela Universidade São Francisco, mestre em Ciências da Saúde pela Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo. Psicóloga clínica desde 2010, busca constante aprimoramento na abordagem analítica. Estudou Cinesiologia no Instituto Sedes Sapientiae, frequentou grupos de estudo e supervisão teórica na Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica de São Paulo e ainda, integrou o grupo de Neurociências do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Atualmente é doutoranda em Psicologia Social, pela Universidad Complutense de Madrid.

2 comentários em “Percebi que sou uma pessoa má e agora?”

  1. Eu me sinto uma pessoa ruim. Tenho poucos amigos e os poucos parece que me toleram. Tento ser melhor, mas parece que minha essência é assim – as mulheres da família são, em sua maioria, solitárias e amargas, e sinto que sou igual. Sou feia, me acho feia, tenho vergonha de sair na rua, então uso maquiagem para tentar me sentir melhor. Só consigo gostar um pouco de mim quando consigo conquistar algo nos estudos. Aliás, minha fuga é estudar, todos os dias. Não ligo para minhas roupas, minha casa e nem nada. Só me concentro na leitura, que me ajuda a fugir da realidade. Meus filhos não me procuram, meus ex companheiros deram certo com suas esposas, e eu continuo solitária. Me acho azarada, não gosto mesmo de mim e uso a grosseria para me esconder dessa pessoa odiosa que sou. Pelo menos alguém pensa em mim com raiva (rs). Eu já fui boa, legal, bacana, mas isso quando eu era trouxa e as pessoas me enganavam. Hoje sou sozinha, odiada mas ninguem mais me passa pra trás. Só consigo amar minha cachorra, que deve me odiar também. O suicídio não faz parte dos meus pensamentos pois sou covarde pra isso. Nem pra isso eu presto. Obrigada, foi bom desabafar.

    1. Oi, Fran. Muito obrigado por confiar e desabafar conosco. Vejo que vc guarda muitos sentimentos e certezas consigo. E tudo bem ter muitos sentimentos sobre si mesma. Contudo, nem sempre nossos sentimentos ou pensamentos são nossos “melhores amigos”. Por vezes, nossas ideias podem ser marcadas pelas dores e dissabores da vida. E a gente acaba acreditando que estes tipos de pensamentos são verdadeiros.

      Achei bastante curioso que uma mulher que se dedica ao estudo se perceba como alguém odiosa. Pelo que entendi, vc sempre procurou se desenvolver pelo caminho do estudo. Estudar é maravilhoso e nos faz crescer como pessoas. Contudo, é um mundo mais teórico e ideal do que real. E, por isso, as vezes, podemos pensar que o mundo real não seja tão aprazível ou positivo como gostaria. Daí surge a negação da viver em nome da busca por conhecimento.

      Meu ponto é: talvez esteja muito focada em alguns pontos ou tendências que te impedem de se conectar tanto consigo quanto com outras pessoas.

      Suas reações pra afastar as pessoas, podem estar indicando que está dinâmica não está boa pra vc. E por isso, vc ta sofrendo.

      Olha que coisa curiosa: muitas vezes, nós perdemos a chance de nos compreender e nos conhecer melhor, em nome das responsabilidades ou das expectativas de terceiros sobre nós. E parece um paradoxo: quanto mais esquecemos de nós, mais sofremos. Quanto mais sofremos, mais o entorno sofre com conosco. Quanto mais nós conhecemos, mais sabemos nos cuidar. E quanto mais nós cuidamos e nos amamos, mais podemos discernir o que é bom pra nós e nas nossas relações.

      Não duvido que vc goste de aprender e seja alguém curiosa. Mas, além dos livros que vc lê, vc já considerou se autoconhecimento e identificar o porquê as mulheres da sua família parecem apresentar similaridades? Por que você tem estes ideias? De onde elas surgiram? Se são verdadeiras?

      Entendo que vc pode aprender muito com autoconhecimento e autocuidado. Visivelmente, o sofrimento que vc carregada, a ponto de tentar abafar, sinaliza que vc precisa de cuidados. E que vc gostaria de se sentir diferente acerca de si mesma. Pense nisso com carinho.

      Alex Daniel Rodrigues de Souza
      Psicólogo crp 21/2777

Gostaríamos de escutar o que você tem a dizer.

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