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Desvalorização da intimidade e exposição em excesso

Surpreende (e muito) a desvalorização da intimidade, que temos experimentado ao longo dos últimos tempos. Desde as revistas dos anos 70 até as contas pessoais no Instagram, a exposição pública da vida privada tem se tornado algo extremamente comum em nossa sociedade.

No princípio isso se limitava às celebridades, mais ou menos conhecidas ou com mais ou menos méritos.

Verdade seja dita, a democratização da exposição da vida privada é uma realidade.

Podemos ver como acorda nosso vizinho (aquele que nem cumprimentamos), como toma café da manhã nosso cabeleireiro, como vai a praia a amiga da nossa irmã ou como se diverte nosso filho numa festa (a qual nem sabíamos que ele iria).

Nossa vida virtual, ou a que a gente expõe ao publico, é cada dia mais presente e mais frequente. Chega a se confundir com a vida real, inclusive na nossa própria experiência. As pessoas que tem consciência disso o chamam de “Gestão da identidade digital”, e nos falam sobre o impacto que pode ter em nossa vida pessoal e privada, mostrar em uma rede social nossas festas até altas horas da madrugada, por exemplo.

Nos comentam como é cada vez mais comum que as empresas busquem pela vida virtual dos aspirantes a um cargo, com o fim de “se ter uma ideia” sobre a pessoa. Se tem uma carreira brilhante, uma vida de sucesso, pós-graduações, estudos de línguas, russo, chinês e assim, pode ser uma pessoa fenomenal.

Intimidade, exposição, excesso

Tirando a opinião que temos sobre essa “invasão de nossa privacidade” (que voluntariamente nós mesmos permitimos), as implicações que pode ter a superexposição da mesma em nossa vida pode ser algo catastrófico.

Há quem me pergunte o que se deve ou não publicar nas redes sociais, faz tempo que dou a mesma resposta: aquilo que não te importaria se estivesse num outdoor publicitário, na mais movimentada das avenidas do mundo!

Porque essa é a realidade. Uma vez que tenhamos compartilhado aos quatro ventos, aí estará.

E deixará de ser algo íntimo para se tornar domínio público. O impacto que isso pode ter, além do plano profissional, no âmbito mais privado, pode chegar a ser terrível também. Desde as rupturas sentimentais pelas amizades virtuais, até a perda de identidade  íntima que todos nós necessitamos.

Porque, não nos enganemos. Somos seres sociais, e o contato humano é algo essencial para nosso desenvolvimento e bem estar mental, mas nossa intimidade, aquela que queremos guardar só para nós, é também uma parte essencial da saúde emocional.

Ao nos expor continuamente, podemos estar provocando uma dissociação entre o que construímos para que os outros vejam, e o que somos de verdade. Em algumas situações, a diferença é tão grande, que não nos reconhecemos.

Quem sabe não estamos indo um pouco longe demais em nossa missão de ensinar a fazer aquele prato para quem quer vê-lo. É como viver só uma vida de aparências e, pouco a pouco, nos tornamos em alguém sem conteúdo interior.

E isso pode ser insuportável.

Retirado de Cámbiate Blog (traduzido e adaptado)

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