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Eu sou “meio bipolar”, #1 dica para você.

Ah, como eu me divirto com esses termos técnicos usados a torto e a direito.

Tenho certeza que pelo menos uma vez na sua vida ou você já se rotulou assim ou rotulou alguém. Acertei, não?!

Pois bem, na linguagem cotidiana ser bipolar significa que fulano muda de humor, de ideia, ou de sei lá o que a todo momento, mas, na teoria a coisa é bem mais complicada.

Embora nos dias de hoje ser “bipolar” é quase uma moda, é preciso muito cuidado com esse diagnóstico, até porque um tratamento correto pode reduzir muito os danos causados pela patologia e um diagnóstico errado, pode pôr em risco a integridade física e psíquica de um indivíduo.

transtorno bipolar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o TAB seja a sexta doença mais incapacitante no mundo e por isso precisamos ficar atentos para tomar as medidas necessárias e garantir qualidade de vida para portadores e familiares. Vamos esclarecer algumas coisas:

O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) se caracteriza por oscilações de humor: episódios depressivos alternando-se com episódios de euforia (ou mania) e intervalos de normalidade.

Os episódios de depressão e de euforia podem apresentar diferentes graus de intensidade e a ocorrência de episódios mistos, caracterizados pela presença concomitante de sintomas de depressão e de euforia podem ocorrer.

Como identificar a depressão?

  • humor deprimido na maior parte dos dias;
  • perda de interesse ou prazer;
  • perda ou ganho significativos de peso;
  • insônia ou excesso de sono;
  • agitação ou retardo psicomotor;
  • fadiga ou perda de energia;
  • sentimentos de culpa ou inutilidade;
  • capacidade diminuída para se concentrar ou tomar decisões;
  • pensamentos recorrentes de morte e/ ou suicídio;
  • dores ou outros sintomas corporais persistentes não provocados por doença ou lesão física

Esses sintomas manifestam-se na maior parte do tempo por, pelo menos, duas semanas.

Como identificar a euforia (ou mania)?

  • humor excessivamente animado, alegria exagerada e duradoura;
  • extrema irritabilidade, impaciência;
  • agitação, inquietação física e mental;
  • aumento de energia, começa muitas coisas ao mesmo tempo, mas não consegue terminá-las;
  • otimismo e confiança exagerados;
  • pouca capacidade de julgamento, colocando muitas vezes a própria vida em risco;
  • crenças irreais sobre si mesmo, acreditando possuir dons ou poderes especiais;
  • ideias grandiosas;
  • pensamento acelerado, fala rápida, pula de uma ideia para outra, tagarelice;
  • comportamento inadequado, provocador, intrometido, agressivo ou de risco;
  • gastos excessivos;
  • desinibição, aumento de contato social;
  • agressividade física e/ ou verbal;
  • insônia e pouca necessidade de sono;
  • uso de drogas psicoativas, em especial cocaína, álcool e soníferos

Três ou mais sintomas desses devem estar presentes por, no mínimo, uma semana para cogitar ser bipolar

E o estado misto?

  • sintomas depressivos e maníacos ocorrendo simultaneamente;
  • a pessoa pode sentir-se deprimida pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia ou vice-versa;
  • pode apresentar-se agitada, acelerada e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança e ter ideias de suicídio;
  • os sintomas frequentemente incluem agitação, insônia e alteração do apetite. Nos casos mais graves pode haver sintomas psicóticos (alucinações, delírios) e pensamentos suicidas;

Esses sintomas devem estar presentes na maior parte dos dias por, no mínimo, uma semana.

Caso você se identifique ou conheça alguém com esses sintomas, procure a ajuda de um profissional da saúde mental e se você já tem esse diagnóstico, procure manter sua qualidade de vida, com produtividade e satisfação.

Referência: ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos).

A ABRATA tem um grupo de ajuda para portadores e familiares de TAB, contato: (11) 3256-4831

E qual é a dica?

A principal dica para você que está se dando um auto diagnóstico sobre bipolaridade é: entre em contato com um profissional.

Bibliografia recomendada sobre Transtorno Afetivo Bipolar

Hisatugo, Carla Luciano Codani, Yazigi, Latife e Del Porto, José AlbertoCognição, afeto e relacionamento interpessoal de mulheres com transtorno afetivo bipolar. Psicologia: Reflexão e Crítica [online]. 2009, v. 22, n. 3 [Acessado 31 Julho 2021] , pp. 377-385. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-79722009000300008. Epub 09 Fev 2010. ISSN 1678-7153. https://doi.org/10.1590/S0102-79722009000300008.

Vasconcelos, Alina Gomide et al. Traços de temperamento associados ao transtorno afetivo bipolar: uma revisão integrativa da literatura. Trends in Psychiatry and Psychotherapy [online]. 2011, v. 33, n. 3 [Acessado 31 Julho 2021] , pp. 169-180. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S2237-60892011000300007. Epub 02 Jan 2012. ISSN 2238-0019. https://doi.org/10.1590/S2237-60892011000300007.


Postagem original: Fevereiro de 2019

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CRP 6/101759 - Graduada pela Universidade São Francisco, mestre em Ciências da Saúde pela Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo. Psicóloga clínica desde 2010, busca constante aprimoramento na abordagem analítica. Estudou Cinesiologia no Instituto Sedes Sapientiae, frequentou grupos de estudo e supervisão teórica na Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica de São Paulo e ainda, integrou o grupo de Neurociências do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Atualmente é doutoranda em Psicologia Social, pela Universidad Complutense de Madrid.

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