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Conflitos e competições: entenda a diferença entre estas duas práticas no casamento

Para que serve um conflito?

Muitos responderiam que conflitos servem como repositório de mágoas ou como ferramenta para colecionar inimigos.

E uma competição? Para que serve?

Competição é um termo comumente empregado para tratar de assuntos desportivos: Vencer o oponente, superar a capacidade do adversário com a finalidade de conquistar, pela via da melhor preparação física, técnica e estratégica, o prêmio que aguarda o competidor melhor preparado, excluindo do lugar mais alto do pódio o adversário batido, que perdeu.

A dinâmica do mundo é sustentada por conflitos e competições. A história da humanidade encontra seu gatilho evolutivo nesses dois pilares. Se por um lado os conflitos abriram (e ainda abrem) espaços para as argumentações e divergências entre posicionamentos, questionando a monopolização de ideias, poderes e Sistemas, a competição por sua vez mede a supremacia de duas ou mais forças em tensões, apontando a mais apta a conquistar o lugar de maior destaque, em diferentes contextos.

Baseada nestes argumentos seria aceitável a afirmação de que, em quase todas as relações humanas, a competição e o conflito são indispensáveis para a harmonização e organização dos indivíduos. Em quase todas as relações, porque em algumas um desses fatores é tóxico, nocivo, e dentre as exceções, o matrimônio, ou a relação que o valha, é o mais degradado por essa prática.

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Em uma relação conjugal considerada saudável deverão existir os conflitos, e esses necessitam dividir espaço com a rotina e a singularidade de cada um do par. O conflito só existe porque existe o diálogo, e ele nasce da discordância de uma das partes em relação ao posicionamento da outra. Os conflitos necessitam ocupar a dinâmica verbal da relação, e são indicadores de que o ambiente desfrutado pelo casal proporciona respeito ao sentimento e à expressão um do outro.

Se um parceiro pode exprimir livremente suas emoções, quaisquer que sejam, por mais antissociais e imorais que pareçam, existe um escape que alivia suas tensões internas e a pressão emocional tende a diminuir.

Cada um do par sente que o ambiente lhe proporciona a aceitação necessária, e esses conflitos vão ampliando o canal de comunicação entre o casal, convergindo às decisões para a satisfação mútua e a resolução de problemas em comum, ao passo que, sufocar os sentimentos dentro do matrimônio, anuncia o medo de que eles provoquem a desaprovação ou a punição dentro da relação, o que sugere um aumento de pressão interna, e tudo que eleva a tensão interna prenuncia a probabilidade de atos agressivos, e o surgimento da competição.

A RELAÇÃO DOENTIA BASEADA NA COMPETIÇÃO…

Ao contrário dos conflitos, a competição inserida no ambiente conjugal é nociva e tóxica para a dinâmica do casal. O casal que compete acaba por ignorar as dificuldades alheias e não se esforça para auxiliar na realização do outro, muito pelo contrário, usa as limitações e dificuldades do parceiro ou da parceira para a autopromoção. O casal competitivo deixa de lado os anseios em comum, e passa a focar seus esforços em empreitadas individuais. Boicota orçamento familiar, conturba projetos e sonhos do outro, desautoriza o cônjuge na educação de filhos e procura transformar pontes em barreiras, fechando os canais de comunicação existentes, que com o passar do tempo tendem a dar espaço para a incomunicabilidade, a elevação da agressividade, a incompreensão, intolerância e desrespeito à subjetividade alheia.

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O casal competitivo, quando unido por uma dinâmica que o mantém indissolúvel, quer por concepções culturais ou religiosas, quer por relações econômicas ou de poder, invariavelmente cria uma rotina de aparências, sendo que a composição pessoal e subjetiva de cada um sofre absurdamente com a vida conjugal, de maneira a gerar grandes prejuízos em estruturas do humor, da personalidade e da saúde mental, como um todo, com implicações diretas na autoestima e capacidade de produção intelectual.

COM FILHOS, TUDO FICA MUITO MAIS DIFÍCIL QUANDO EXISTE COMPETIÇÃO…

Quando um casal possui filhos, o prejuízo é devastadoramente maior, pois expande as consequências para além da relação matrimonial, de maneira que este autor chega a acreditar que pais competidores não deveriam optar por gerarem filhos, assunto este de um próximo artigo.

Em suma, as relações entre liberdades e limites, amor e respeito, conseguem coexistir em um clima conflituoso, desde que as dinâmicas contemplem abertura à verbalização e a consideração dos sentimentos alheios, contudo, em outro cenário, a inserção da competitividade nas relações conjugais sistematicamente prevê transformar a pessoa outrora idealizada, amada, em um adversário implacável, arredio e com sede de revanche!

Caro amigo (a), se sua relação conjugal passa por sérios problemas, existe grande probabilidade de ela estar imersa em um ambiente de competição. O Psicólogo é o profissional mais indicado para, juntos, encontrarem as alternativas que afastam a relação do casal da triste batalha dos jogos afetivos… Sempre há um caminho!

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Psicólogo CRP 06 / 131902 graduado pela Faculdade Anhanguera Educacional da cidade de Campinas/SP, pós graduando em Intervenções Psicossociais no contexto das Políticas Públicas e Docência do Ensino Superior na área da Saúde pela Faculdade Campos Elíseos de São Paulo. Formação acadêmica com ênfase em Plantão Psicológico. Psicólogo Clínico e Agente do Sistema de Saúde Mental da Polícia Militar do Estado de São Paulo desde 2016. Busca constante aprimoramento na Abordagem Centrada na Pessoa, da linha Humanista. Atualmente investiga as relações interpessoais em Mediações de Conflitos.

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