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Câncer de Mama: Vamos Falar Sobre Isso?

Câncer de Mama: Vamos Falar Sobre Isso? 5 mitos para ficar ligada

Hoje se encerra o Outubro Rosa, campanha de combate ao câncer de mama e gostaríamos de abordar alguns pontos importantes que devem ser levados durante os demais meses do ano. Afinal, não é só em outubro que se combate o câncer de mama.

Precisamos desmistificar este tema e falar principalmente das questões psicológicas que as mulheres vivem quando se trata de câncer de mama.

A campanha Outubro Rosa acontece anualmente desde a década de 90 e foi criada para conscientizar a população sobre o câncer de mama, que é o mais comum entre mulheres no mundo.

O objetivo dela é compartilhar informações. Assim, pode-se proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e tratamentos para a redução da mortalidade de mulheres.

Falar sobre o câncer de mama, embora incômodo para muitos, é a melhor forma de enfrentar e prevenir esse tipo de câncer.

O que é um Câncer? (e um pouco de história)

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças. Elas têm em comum o crescimento desordenado de células em um local do corpo, e que tem potencial de invadir outros os tecidos e órgãos.

Não existe uma causa específica para o surgimento do câncer. É uma doença que envolve diversos fatores ambientais, comportamentais, biológicos e genéticos.

Ao investigar a história da medicina, vemos que se trata de uma doença antiga. Embora vejamos o número de casos de câncer aumentar nas últimas décadas, estima-se que isso se deve pelo aumento da expectativa de vida.

Há indícios de que existiam casos de doenças cuja descrição condizem com câncer em 2500 a.C. (de acordo com a descrição médica mais antiga). Contudo, é difícil precisar dados devido à dificuldade de diagnóstico da época.

O nome câncer, cujo termo científico é neoplasia, foi usado primeiramente por Hipócrates, que idealizou a imagem da doença como se fosse um caranguejo sob a pele.

O que é câncer de mama?

O Câncer de Mama acontece quando há uma formação cancerígena (multiplicação de células) nas células da mama, como ductos e glóbulos.

Assim como todos os tipos de câncer, é causado por diversos fatores e não há uma causa única. Existem, entretanto, fatores de risco que aumentam as chances de uma mulher desenvolver a doença.

Câncer de Mama Vamos Falar Sobre Isso

Ter alguns fatores de risco em sua história, contudo, não é garantia de que a mulher irá desenvolver câncer de mama. Ainda não se desenvolveu uma forma definitiva de evitar o surgimento do câncer.

Logo, buscar manter um estilo de vida saudável vai favorecer sua vida como um todo e diminuir os riscos de desenvolver câncer, porém, não o elimina.

O Câncer de mama é uma doença curável em até 98% dos casos, se detectado na fase inicial. Assim, a chave para o combate é detecção precoce.

Como detectar precocemente?

A mulher deve conhecer seu corpo muito bem, para que perceba qualquer alteração. A maior parte dos cânceres de mama é descoberto pelas próprias mulheres.

Mulheres entre 50 e 69 anos apresentam maiores índices de ocorrência de câncer de mama. Por isso, para essas mulheres recomenda-se fazer mamografia a cada dois anos. O exame ajuda a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas.

Mitos sobre o câncer de mama

Existem alguns mitos ou crenças, que circulam na internet ou no imaginário coletivo, que dificultam a procura e aderência a tratamento. Esses mitos precisam ser esclarecidos para que possamos nos cuidar de forma efetiva.

O câncer é um castigo

O câncer não é um castigo, divino ou não, a nenhuma conduta humana. Existem os fatores de risco que podemos evitar, porém nenhuma conduta específica causa câncer.

Desodorante pode causar câncer de mama

Não existem pesquisas que indiquem relação entre o uso de desodorantes e o surgimento da doença. Além disso, nas axilas não há células mamárias.

Todo nódulo no seio é câncer

Existem formações de nódulos que não são câncer, mas todo nódulo deve ter examinado para ser diagnosticado corretamente. O medo de haver um câncer pode fazer com que a mulher não busque ou postergue para fazer os exames necessários.

Se eu tiver câncer de mama vou ter que retirar as mamas

Nem sempre, ainda existem casos em que a retirada é necessária. Porém, com o desenvolvimento de diversos tratamentos modernos, hoje, apenas uma parcela dos casos precisa fazer a retirada da mama.

Se eu tiver câncer, certeza vou morrer

Este é um mito que aumenta o medo de procurar diagnóstico correto, e também impede as pessoas diagnosticadas de enfrentarem a doença. Quando detectado nas fases iniciais, a maior parte dos tipos de câncer são tratáveis.

O Seio Além da Mama

A presença ou mesmo a ameaça do câncer de mama, irá afetar não apenas a saúde física de uma mulher, mas também sua saúde psicológica e emocional.

Quando pensamos na mama, não imaginamos seus nódulos e lifonodos internos, nossa representação e relação com o seio não está puramente na biologia.

O seio feminino, desde a antiguidade é relacionado à fertilidade, à nutrição, à maternidade. Essas representações antigas mantém-se, internamente, em muitas de nós.

Mais recentemente o seio feminino foi associado à beleza, ao poder de sedução, a feminilidade. Ou seja, o seio faz parte da forma física da mulher bela e desejável.

O seio, além disso, terá uma importância particular para cada mulher. O adoecer do seio, não significa apenas uma parte do corpo doente, mas pode significar o adoecimento de sua forma de ser mulher no mundo.

O câncer de mama ainda está associado à ameaça de retirada das mamas ou à queda de cabelo. Coisas diretamente ligadas à beleza e ao feminino. Em razão disso pode existir o temor de ser mutilada, de ser retirado aquilo que a faz mulher.

Essas questões, associadas a mitos ou crenças incorretas sobre a doença, podem prejudicar a procura por diagnóstico. O medo pode fazer alguém evitar se examinar, buscar ajuda quando necessário.

O ser mulher vai muito além da mama. Embora o seio seja tão representativo, a beleza e força feminina sempre estiveram dentro de cada mulher.

Enfrentamentos Necessários

Para enfrentar os medos de realizar exames preventivos ou diagnósticos, é necessário que a mulher faça internamente essa transição.

Ela precisa perceber e internalizar sua feminilidade para além do seio. Ter consciência de que a sua saúde é primordial, pois o imprescindível para ser mulher é estar viva e, por isso, sua saúde deve vir em primeiro lugar.

Mulheres, muitas vezes tão acostumadas a cuidar dos outros, tem dificuldades em olhar e cuidar de si. Tão acostumadas a ajudar os outros, por vezes não sabem pedir ajuda quando necessário.

O diagnóstico de câncer pode fazer alguém “desabar”, mas desabar de onde? Desabar do ideal de “invencível” no qual se coloca, e isso não é feito exclusivo de mulheres.

A maioria das pessoas toca a vida evitando pensar em doença ou morte, essa é uma forma de proteção contra a angústia que esses temas nos causam. Porém, quando esse aspecto impede alguém de se prevenir ou faz ignorar algum sinal do corpo de que algo precisa de atenção, está agindo contra a sua própria preservação.

Redes de apoio

Por vezes é necessário reunir as forças que se tem para enfrentar algo. Sejam essas forças o apoio familiar, a fé, religião, amigos, informações, ou qualquer recurso que te auxilie a encarar exames ou tratamentos difíceis. O primordial é que isso possa ser enfrentado, e não evitado.

O medo com relação ao tema é grande, mas é importante entender que o câncer não é uma sentença de morte. Existem muitas possibilidades de cura, como citado acima, principalmente se diagnosticado precocemente.

Por isso reforçamos que você precisa conhecer seu corpo. Se apalpe diariamente, pode ser no banho; ao deitar; ao acordar; faça na hora e do jeito que forem melhor para você, mas faça disso um hábito.

Se encontrar alguma alteração procure um médico, não tenha medo de um possível diagnóstico positivo, afinal é ele que te dará os caminhos para a cura.

Lembre-se o câncer de mama não tira sua feminilidade, que, assim como sua força para enfrentar qualquer desafio, está dentro de você.

Referências e sites úteis:

veja.abril.com.br/saude/livro-traca-a-historia-milenar-do-cancer-e-da-guerra-contra-ele/

www.inca.gov.br/

www.oncoguia.org.br

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Psicóloga graduada pela Universidade Paulista, e especialista em Psicologia Hospitalar pela Faculdade de Medicina da USP.

Atuo como psicoterapeuta clínica desde 2014 em São Paulo nos bairros Vila Madalena (ZO) e Jardim São Paulo (ZN) com adultos e adolescentes, sou palestrante sobre temas de saúde mental e emocional e co-fundadora do Projeto Re-Criar, que visa a aproximação e discussão de temas psicológicos do universo feminino.
Na minha prática utilizo a abordagem psicodinâmica, que aborda os conflitos inconscientes e busca, a partir do vínculo e comunicação entre paciente e terapeuta, a superação de conflitos e o amadurecimento emocional da pessoa, para que se viva da melhor maneira possível.
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